domingo, 5 de setembro de 2010

MICROEMPRESA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

Prof. Esp. Alcenisio Técio Leite de Sá

1.INTRODUÇÃO

Foi intencional o tratamento desigual de forma dispensado à expressão “microempresa” no título deste trabalho. Antes de agredir a forma, a intenção é a de criticar a aparente cegueira coletiva da qual está acometida a Nação. Serve exatamente para demonstrar a forma como a sociedade, talvez influenciada por vício da mídia nacional, enxerga o problema da crise empresarial no País. Denota a pouca atenção que é dispensada às micro e pequenas empresas no Brasil, diante da sua importância no contexto sócio-econômico.

Quando se noticia a abertura ou quebra de uma grande empresa, a mídia trata a matéria pela sua razão social ou nome fantasia. Contudo, impossível seria dar o mesmo tratamento para todas as micro e pequenas empresas que foram abertas no dia de hoje ou àquelas que baixaram hoje suas portas para não mais abrir. É questão puramente quantitativa.

A mídia brada e o País inteiro lamenta o colapso de uma grande empresa, noticiado no horário nobre e que deixará desempregados dois mil chefes de família. Enquanto isso, um número talvez dezenas de vezes maior de trabalhadores tiveram a mesma péssima notícia – você está desempregado – vinda de milhares de microempresários espalhados pelo Brasil, sem que se noticiasse uma só ponta desse fenômeno. Assim também não é novidade que as micro e pequenas empresas representam mais de 90% do total de estabelecimentos em funcionamento. Arrecadam e empregam mais, contudo, tem menos força política através de suas entidades representativas de classe, não suportam arcar com uma assessoria digna e só aparecem na mídia em matérias policiais, quando assaltadas.

Alguns autores tentam difundir a idéia de que somente a macroempresa, no momento atual, tem o condão de suportar o ônus de assumir funções sociais. Essa conclusão também parece resultado da cegueira da qual se abordou nas primeiras linhas. Pouco importa os motivos pelos quais o fizeram, se para proteger as pequenas das tendências ideológicas, para que no futuro não sejam cobradas com rigor, ou, ainda, se escorados na teoria ingênua de que função social significa direcionar o lucro apurado no final do exercício para destinações filantrópicas ou, ainda, que função social é o fundamento para um Estado Social, onde se deve tirar de quem tem e distribuir para quem não fez. São caminhos que não levam a lugar algum, posto que originários de nenhum lugar.

O que se pretende através deste trabalho é oferecer uma visão a mais deste prisma que se forma no encontro dos temas função social e microempresa, com o fito de alimentar discussões no meio acadêmico-científico e, quiçá, contribuir para alguma ponderação que alcance forças suficientes para interferir com melhorias no seio social

2 Função social da empresa
Impende de pronto definir o que vem a ser função social. Para melhor compreender o instituto, necessário esclarecer as expressões que formam sua nomenclatura. No dicionário Aurélio1 , temos a palavra “função” definida da seguinte forma:

função. S. f. 1. Ação própria ou natural dum órgão, aparelho ou máquina. 2. Cargo, serviço, ofício. 3. Prática ou exercício de cargo, serviço, ofício. 4. Utilidade, uso, serventia. 5. Posição, papel. 6. Espetáculo. 7. Salemidade, festividade. 8. jur. Cada uma das grandes divisões da atividade do Estado na consecução de seus objetivos jurídicos. 9. jur. O conjunto dos direitos, obrigações e atribuições duma pessoa em sua atividade profissional específica. 10. Mat. Qualquer correspondência entre dois ou mais conjuntos. 11. Quim. Grupamento de átomos que atribui a uma classe de substâncias, em cujas moléculas está presente, um comportamento químico determinado e mais ou menos uniforme. 12. Bras. Festa dançante; baile, dança. 13. Bras. Pândega, divertimento, funçanata.

Como se vê, a palavra tem significados diversificados. Para a compreensão que interessa ao presente estudo, os significados que servem ao propósito são os de números 4 e 5 – utilidade, uso, serventia; ou posição, papel. Todos eles lembram destinação, propósito. Aqui reside relevante ponderação, sobre a qual passamos a refletir.

A Ontologia – que significa o estudo (do grego logia) dos seres (do grego onto) – possui uma teoria, denominada Teoria dos Objetos, que visa fixar uma certa organização para todas as coisas do universo. A Teoria dos Objetos assume um ponto de vista antropocêntrico, entendendo ser o homem o centro do universo. Sendo o universo formado pela união de tudo o que existe, esta teoria divide os objetos que o compõe em duas categorias: os naturais (tudo aquilo que existe na natureza, independente da vontade do homem) e os culturais (os que existem por vontade humana). A empresa, só para constar, seria um objeto cultural, pois criada pelo homem.

Uma pedra sem função alguma não chega a ser uma pedra, posto que o simples fato de existir já a faz ocupante de um espaço, detentora de uma certa massa e situada em certo lugar. Só estes fatos, por si, fazem dela um objeto com destinação. Mesmo os objetos ideais ou espirituais possuem uma razão de ser. Admitindo-se que cada coisa existente no universo tem um sentido, um propósito, uma finalidade, não seria inteligente estudar um ente, seja ele qual for, sem levar em consideração os efeitos que sua existência provoca no hólos. Tampouco seria coerente afirmar que a função de certo objeto, ser animado ou inanimado, é tão somente a de existir, sem produzir efeito algum; agir em interesse puramente próprio, sem interagir com o meio, sem produzir efeitos que lhe extravasem o próprio ser. Tal assertiva equivaleria à negação de tudo o que tem norteado a vivência e convivência humana na terra e todos os fundamentos que o espírito lhe empresta.

Eis portanto o que vem a ser função para este estudo – a destinação além da própria existência, que ultrapassa o simples fato de existir. A produção de efeitos no ambiente, no cosmos, a partir e mesmo que através da simples existência.

O brilhante e sempre espontâneo professor catedrático de Direito Processual da Universidade Federal da Bahia, J.J. Calmon de Passos2 , ao tratar da função social do processo, nos dá exata noção do sentido e do alcance que esta expressão representa para o Direito:

Quando se diz que o fígado é um órgão ao qual se associa a função hepática, estamos afirmando que ele desempenha certa atividade cujos efeitos são direcionados em benefício de outros órgãos ou funções que, por sua vez, servem ao homem, em termos de totalidade. Eis o que para mim é função - um atuar a serviço de algo que nos ultrapassa. Função social, conseqüentemente, pode ser entendida como o resultado que se pretende obter com determinada atividade do homem ou de suas organizações, tendo em vista interesses que ultrapassam os do agente. Pouco importa traduza essa atividade exercício de direito, dever, poder ou competência. Relevantes serão, para o conceito de função, as conseqüências que ela acarreta para a convivência social. O modo de operar, portanto, não define a função, qualifica-a.
A função social da propriedade já fora assinalada por Augusto Comte, antes mesmo dos juristas franceses que melhor sustentaram essa teoria, ao condenar os abusos do sistema capitalista de propriedade e, ao mesmo tempo, as doutrinas socialistas consideradas por ele como utopias ou extravagâncias.

Arnaldo Süssekind3 também aborda o problema, citando Léon Duguit:

Numa de suas notáveis conferências sobre a socialização do Direito, lembrou o insigne Léon Duguit que (...) ‘o possuidor de uma riqueza tem, pelo fato de possuir essa riqueza, uma função social a cumprir; enquanto cumpre essa missão, seus atos de proprietário são protegidos’. E conclui: ‘a intervenção dos governantes é legítima para obrigá-lo a cumprir sua função social de proprietário, que consiste em assegurar o emprego das riquezas que possui conforme seu destino’.

Na verdade, a função social não é melhor representada pela figura do ideal capitalista violentado, rasgado pela sobreposição forçada de um ideal socialista. Não é nada disso. A função social da propriedade não tem sua melhor representação nas invasões do MST e na desapropriação, muito pelo contrário, como já ensinou Duguit. O significado de função social da propriedade – e aí se pode incluir o que já ocorre com a função social da empresa – não é bem entendido, posto que berço de aspirações ideológicas de interesses antagônicos. Geralmente é confundido com idéias distorcidas da justiça social e de subordinação dos interesses privados ao público.

Cumprir uma função social é nortear o agir, o pensar, o refletir, o possuir, o comerciar, o produzir, o ensinar, o promover e, todos os outros verbos que arrebatam o ente do ostracismo e da inércia, para que tudo o que conjugue produza resultados benéficos para si, para o social, para a coletividade.

Entendido o sentido da expressão função social e, sabendo que empresa significa a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens e serviços, como poderia ser definida então a função social da empresa?

Por mais que se pretenda emprestar ao tema um enfoque neutro, ou de qualquer forma imprimir-lhe a sutileza que só os teóricos não empresários o fazem, de forma a agradar as alas do ceticismo e da simpatia, os esforços serão sempre inúteis, pois, no atual estágio sócio-evolutivo, dificilmente se convenceria a um empregado ou a um consumidor não empresário de que a empresa brasileira faz muito mais do que deveria e, por outro lado e com igual nível de dificuldade, seria muito penoso, senão perigoso, tentar colocar na cachola do empresário a idéia de que ainda faz pouco, que deveria realizar muito mais.

Fábio Konder Comparato4 ensina que a empresa atua para atender não somente os interesses dos sócios, mas também os da coletividade.

Função, em direito, é um poder de agir sobre a esfera jurídica alheia, no interesse de outrem, jamais em proveito do próprio titular. Algumas vezes, interessados no exercício da função são pessoas indeterminadas e, portanto, não legitimadas a exercer pretensões pessoais e exclusivas contra o titular do poder. É nessas hipóteses, precisamente, que se deve falar em função social ou coletiva. (...) em se tratando de bens de produção, o poder-dever do proprietário de dar à coisa uma destinação compatível com o interesse da coletividade transmuda-se, quando tais bens são incorporados a uma exploração empresarial, em poder-dever do titular do controle de dirigir a empresa para a realização dos interesses coletivos.
Ao recolher os tributos devidos, ao empregar com dignidade, ao comercializar produtos e serviços que atendam ao clamor de zelo, confiança e respeito ao meio ambiente e ao consumidor, a empresa já estará cumprindo algumas de suas funções sociais. Seria hora de alguém exclamar: __ Mas isso não é função social, é obrigação legal!! E ponderar-se-ia que, estando a empresa cumprindo com suas obrigações legais, estará ela atendendo à vontade social, posto que foi a consciência coletiva legislativamente representada quem as criou. Então a idéia é a de que cumprir a função social da empresa é exatamente buscar a finalidade capitalista do lucro, sem contudo se olvidar das responsabilidades que farão com que a sua existência resulte em desenvolvimento social, cultural, econômico, etc.. O objetivo é o lucro, mas para alcançá-lo a empresa provocou diversos fatos jurídicos que somaram benefícios para a coletividade que a circunda. “Resultados que ultrapassam os interesses do agente”, lembra?

3 A Microempresa

Em que pese parecerem realidades bem distantes e talvez por certo prisma até o sejam, o trabalho social que uma macroempresa realiza mobilizando por vezes todo um País em torno de um projeto, só se difere da cesta básica oferecida pela microempresa em proporções, pois a natureza e a finalidade são as mesmas e não são gratuitas. O objetivo é o aumento das vendas, o marketing, o lançamento de um produto, a satisfação dos que laboram sua produção, a conscientização de autoridades, a sensibilização de potenciais consumidores, impressionar a concorrência, enfim, o lucro. Para os que duvidam que o objetivo mediato é a capitalização, a sugestão é que se apure quantas dessas empresas, ao paralisar suas atividades e apurar o capital anteriormente integralizado, o destinou a entidades filantrópicas ou ao Estado para que este promova algum grande projeto social.

Em muitos casos a empresa auxilia até mesmo em funções que, a priori, seriam de responsabilidade do Estado, mas que, em hipótese alguma, deve ser visto como substituição do ente Estatal ou como assunção das obrigações do Estado ou ainda supressão ou perda de soberania em razão da transferência de competências ao setor privado.

Sobre este assunto, Paulo Roberto Colombo Arnoldi, em artigo escrito em parceria com a Bolsista do CNPq Taís Cristina de Camargo Michelan5 , sabiamente conclui que
(...) atribuir alguns deveres sociais a essas entidades não significa esquivar o Estado de funções que lhe são próprias. Na economia moderna, ambos devem trabalhar juntos, pois é notório que a atividade empresarial assumiu dimensões extraordinárias (...) que sua contribuição à sociedade não significa uma diminuição dos lucros. Pelo contrário, podemos felizmente constatar uma sensível melhora nas condições econômico-financeiras das instituições que têm adotado medidas de caráter social.

O simples fato de a empresa realizar sua finalidade lucrativa de forma a garantir, por conseqüência, uma melhoria de vida para seus colaboradores, acionistas, fornecedores, consumidores e para a coletividade, não quer dizer que esteja substituindo ou fazendo as vezes do Estado. Uma empresa que contrate vigilância armada para toda a quadra onde se situa e, com isso reduz a criminalidade do bairro, não estará realizando a função do Estado de garantir segurança à sociedade, embora possa estar auxiliando para aquele fim.

Em relação à microempresa, muito embora alguns entendam não sustentar esta uma condição ou porte mínimo para assumir sua função social, com reserva devem ser vistas afirmações do gênero. Como já se disse, acredita-se que para assumir uma postura de forma a atender sua função social, não terá a empresa que abrir mão dos lucros ou partilhar resultados com pessoas estranhas ao contrato social.
A microempresa, muito embora não detenha o porte das grandes corporações, poderá dentro de suas possibilidades trabalhar de forma a garantir melhoria social para a comunidade que a compõe e a cerca. Basta para isso que cumpra sua finalidade capitalista com responsabilidade, de forma a atender aos fundamentos da justiça social. E para que isso ocorra, maior atenção deve ser dispensada ao princípio do tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte, com escoro no artigo 179 da Constituição, onde se determina que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem dispensar às microempresas e às empresas de pequeno porte um tratamento jurídico diferenciado, visando incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.
Muitas legislações já foram produzidas no sentido de proteger a microempresa dos infortúnios econômicos que se ora parecem suportáveis para as grandes, podem soterrar as menores em dívidas impagáveis, telando-as num crepúsculo aterrorizante e traumático, que afastará seus titulares dos negócios por longo tempo. Um bom exemplo é o SIMPLES federal – Sistema Integrado de Pagamento de Tributos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – que acaba de receber mais alguns retoques através da "Reforma" Tributária (leia-se "puxadinho, mas foi o que deu pra fazer").
Outras normas buscam incentivar o exercício da função social, como a que criou o recente Programa Primeiro Emprego. Daí extrai-se mais um fundamento que escora o propósito deste artigo: aderindo a microempresa ao referido programa e aumentando assim o seu quadro de empregados, gerando mais empregos, estar-se-ia a microempresa alargando sua função social? Sim ou não? Sim! E ela irá fazê-lo? Não! Porque todo empresário que souber fazer contas, notará que o Programa é na verdade um calote, um engodo social e econômico. Primeiro por não trazer benefício algum para quem emprega (faça as contas); segundo porque dentro do período de um ano, quando o número de empregos diretos criados pelo Programa forem contabilizados e gloriosamente divulgados, será a hora em que a maioria esmagadora dos empresários que aderiram ao projeto descobrirão que sua folha está insuportável e que trocou um investimento de aproximadamente R$ 3.600,00 (média) nos seis primeiros meses, em troca de R$ 1.200,00 no mesmo período.
Crítica sem proposta pode trajar ignorância ou se vestir de comodismo. Portanto, dentro ainda deste trabalho, sugere-se seja estudado, dentro de um contexto interdisciplinar, a adequação de um instituto do Direito Tributário, intitulado Extrafiscalidade, que hoje é tão esquecido quanto mal utilizado. Acredita-se que através deste instituto, melhor ainda, valendo-se de um outro instituto que o compõe e o completa para as finalidades aqui propostas – a "sanção premial" –, o Estado teria a sua frente o caminho mais curto para a valorização e o incentivo das microempresas que cumprem a sua função social. Não se pretende aqui esmiuçar tal instituto, sobretudo para garantir conteúdo para outro artigo e, também, para aguçar a curiosidade dos colegas pesquisadores.
Ressalta-se, em conclusão, que as micro e pequenas empresas formam uma valiosa fonte de receita para o Estado; que podem sim ser consideradas um filão com potencial assombroso na geração de benefícios para a sociedade e, principalmente, que podem, devem e cumprem sua função social.
Daí a necessidade de manter o tratamento diferenciado à pequena empresa, com o objetivo não só de lhe dar condições para competir no mercado, mas também, assim o fazendo, garantir-lhes condições de cumprir com sua função social.
NOTAS DE RODAPÉ CONVERTIDAS

1 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio básico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. p.311.

2 CALMON DE PASSOS, Joaquim José. Função social do processo. Jus navigandi. 2004. Disponível em . Acesso em 05 de janeiro de 2004.

3 SÜSSEKIND, Arnaldo et al. Instituições de direito do trabalho. 12. ed., São Paulo: Ltr, 1991.p. 133 e 134

4 COMPARATO, Fábio Konder. Direito empresarial: estudos e pareceres. São Paulo: Saraiva, 1990.

5 MICHELAN, Taís Cristina de Camargo e ARNOLDI, Paulo Roberto Colombo. Novos enfoques da função social da empresa numa economia globalizada. Revista Jurídica da Universidade de Franca. Ano 2, n. 3, 1999. p.213-220.

BIBLIOGRAFIA

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio básico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.

CALMON DE PASSOS, Joaquim José. Função social do processo. Jus navigandi. 2004. Disponível em . Acesso em 05 de janeiro de 2004.

SÜSSEKIND, Arnaldo et al. Instituições de direito do trabalho. 12. ed., São Paulo: Ltr, 1991.p. 133 e 134.

COMPARATO, Fábio Konder. Direito empresarial: estudos e pareceres. São Paulo: Saraiva, 1990.

MICHELAN, Taís Cristina de Camargo e ARNOLDI, Paulo Roberto Colombo. Novos enfoques da função social da empresa numa economia globalizada. Revista Jurídica da Universidade de Franca. Ano 2, n. 3, 1999. p.213-220.

MUSICA NA ADMIISTRAÇÃO

Prof. Esp.Alcenisio Técio Leite de Sá

Letra, Harmonia, Compasso, Notas, Tom, Musicalidade, Grupo musical, músicos escutam essas palavras diariamente já empreendedores e administradores escutam mais palavras como , trabalho em equipe, união, dedicação, competência, inovação. Mas qual a relação entre essas duas distintas profissões?

Hoje em todo o mundo, sempre haverá pessoas que gostam escutam e curtem algum estilo musical, algum cantor ou musico preferido. E será sempre assim. Musica para muitos traz a tranqüilidade para outros traz a inspiração e para alguns traz o meio de sustento de sua vida e de sua família.

A carreira de musico é longa, exige dedicação, competência, persistência, estudo, inovação e muito mais.

Qual a semelhança que isso pode levar a carreira de um administrador?
Uma simples palavra responde, TODAS.

Para chegar a ser um bom gestor, líder, administrador, exige dedicação, muito estudo, inovação e muito mais empreendedorismo.

Quando se trabalha em grupo de uma empresa trabalhamos regidos por um líder ou em musica podemos chamá-lo de maestro, temos as rotinas de trabalho e o que cada pessoa irá fazer de maneira correta na hora certa no momento certo sempre buscando a eficiência e mais a eficácia, na musica se trabalha da mesma forma busca-se sempre organizar cada momento. Na administração vemos muitos talentos ou gênios administrativos sejam em estudos ou em exercício, da mesma forma vemos na musica, grandes talentos que se destacam e que demonstram o seu potencial em pequenos detalhes que fazem a diferença.

Em uma banda, orquestra ou simplesmente uma dupla ninguém consegue o resultado se não tiver união, se não tiver liderança e principalmente se não obtiver dedicação. Simples? Nada, como todo gestor de equipe sabe, um dos grandes desafios em organização é o chamado Ser Humano, onde nem preciso entrar em detalhes para falar das dificuldades que apresentam ao liderar varias pessoas de etnias diferentes.

Em uma organização seja ela de grande ou pequeno porte todas enfrentam momentos críticos em sua gestão financeira, e para um musico também não é fácil, gerar bem seus gastos e conseguir reinvestir para obter melhor qualidade em seu trabalho, isso deve lembrar a sua empresa, não?

Esses são alguns fatores que levam essas duas profissões se igualarem em requisitos que vivenciam em empresas de vários tamanhos. Observe a carreira de um musico e verá o quanto pode aprender com ele.

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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

PEQUENOS NEGÓCIOS PARA DESENVOLVER O BRASIL

PEQUENOS NEGÓCIOS PARA DESENVOLVER O BRASIL

Prof. Esp. Alcenisio Técio Leite de Sá

"A melhor forma de distribuir mais adequadamente os frutos do desenvolvimento é através do fortalecimento dos pequenos negócios"

Inegavelmente não se concebe mais questionamentos de fundo sobre a importância e os méritos dos pequenos empreendimentos. E, certamente é entendimento generalizado que esse segmento produtivo constitui-se em dos suportes fundamentais da livre iniciativa, com amplo reforço ao conceito da economia de mercado.

Os micros e pequenos empreendimentos brasileiros sempre existiram, coexistiram e coexistem com os outros segmentos empresariais. No entanto, somente a partir dos últimos dez anos, e ainda de uma forma pouco pragmática, é que o tema começou a freqüentar com mais insistência as mesas e os escaninhos da classe política e da burocracia governamental. O que se traduz ainda, na linguagem tecnocrata, como um assunto novo.

A verdade é que uma das grandes realidades empresariais do nosso país é a realidade dos pequenos negócios - das microempresas e das empresas de pequeno porte. É a pequena mercearia, que atende a um bairro ou a uma rua...é a pequena fábrica de confecções, por vezes configurada como uma atividade tipicamente doméstica, é a pequena casa de lanches, é a pequena indústria de calçados ou produtora de artefatos de couro, é o barzinho da esquina, uma produtora de software ou de sites para a Internet, é o fiteiro ou a banca de jornal, é a fábrica de móveis por encomenda, são as iniciativas de empreendedores de fundo de quintal. Essa é uma das mais palpáveis realidades de nosso país, e que conta com o envolvimento de milhões de famílias.

Não cabe dúvida que a melhor forma de distribuir mais adequadamente os frutos do crescimento e do desenvolvimento é através do fortalecimento dos empreendimentos de micro e pequeno porte, único segmento produtivo presente em todos os quadrantes do território nacional. E por essa essencial condição estratégica, associada a características peculiares ao seu tamanho e a sua cultura organizacional - que é, em última instância o reflexo da cultura do nosso povo - as microempresas e empresas de pequeno porte constituem-se, inquestionavelmente, em um dos mais eficazes instrumentos para oferecer oportunidades de emprego e ocupação produtiva, com reduzido custo social, ao tempo em que gera e/ou complementa a renda familiar e minimiza as migrações internas desfavoráveis.

O Brasil precisa, e urgentemente, despertar e redescobrir a transcendental importância das microempresas e empresas de pequeno porte no seu processo de desenvolvimento. Não se trata de desconsiderar as grandes empresas ou mesmo as de tamanho médio. O que se propõe é um modelo equilibrado do sistema produtivo, em que os empreendimentos de micro, pequeno, médio e grande portes se intercomplementem harmonicamente. A grande indústria de fiação e tecelagem com as pequenas fábricas de confecções, os curtumes de maior porte com as pequenas unidades produtoras de calçados e artefatos de couro, os produtores agrícolas com as pequenas unidades processadoras e os pequenos distribuidores, o atacadista com o varejista... e assim por diante.
Aparentemente isso vem ocorrendo, deixando, muitas vezes, perpassar por todos nós o involuntário sentimento de que o aparelho produtivo nacional funciona com razoável sintonia. Provavelmente porque temos cristalizado a crença capitalista do livre jogo das forças de mercado como mecanismo por excelência para equilibrar as relações de produção entre grandes e pequenos, entre ricos e pobres, entre iguais e desiguais.
Infelizmente - devemos reconhecer - os instrumentos de política que vêm sendo adotados ainda são insuficientes para assegurar que os desiguais sejam desigualmente tratados, como determina o justo princípio isonômico.

Como se sabe, por observações factuais, o livre jogo das forças de mercado - no caso especial dos empreendimentos de micro e de pequeno porte -, ao contrário de diminuir, tende a aumentar progressivamente as diferenças entre as grandes empresas e o segmento produtivo dos pequenos negócios...provocando o indesejável alargamento dos bolsões de pobreza do país, particularmente das regiões e dos estados da federação menos favorecidos.

No Brasil, felizmente, compreende-se, como verdade inquestionável, que o segmento das micros e pequenas empresas configura "um dos pilares de sustentação da economia nacional, em função de seu número, abrangência e capilaridade". Eu disse "compreende-se"! Mas, a grande pergunta é "pratica-se", instrumentalmente, uma política convergente com essa compreensão? No Mundo inteiro, aliás, os especialistas são concordes em afirmar a importância de tal segmento. É uma verdade comprovada em diversas partes do planeta que "os empreendimentos de pequeno porte constituem a base da economia de mercado e do estado democrático". Podemos afirmar com toda convicção que as micros e pequenas empresas constituem-se em um dos mais eficazes caminhos para vencer a crise de emprego por que passa o País.

A mundialização da economia, como que "exportando" os empregos de nossa realidade doméstica, para beneficiar ainda mais alguns países mais ricos, tem nos lançado diariamente grandes e insistentes desafios. E é natural, e desejável, que autoridades brasileiras continuem refletindo seriamente nos mecanismos e formas de promover e assegurar todo o apoio possível ao empreendedor de micro e pequeno porte como uma resposta ao desemprego.

É uma resposta ao desemprego, sim! É preciso estar perfeitamente consciente de que os empreendimentos de pequeno porte representam uma saída efetiva para a crise de ocupações produtivas nas economias em processo de integração. Ao invés de dizer que nos encontramos num período de "globalização", vamos utilizar o conceito de que vivemos, isto sim, um processo de integração, de adaptação dos países envolvidos no processo mundial de competição, na mundialização da competitividade.

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quarta-feira, 21 de julho de 2010

AS PERGUNTAS MAIS COMUNS E COMO SE COMPORTAR NUMA ENTREVISTA PARA EMPREGO

Prof. Esp. Alcenisio Técio Leite de Sá
Entrevista é o momento da verdade para muitos profissionais em busca de um novo emprego, e saber como lidar com as perguntas de entrevista mais comuns, escapando das pegadinhas e armadilhas, é uma necessidade comum.
Não existe uma regra geral. Se o seu entrevistador não tiver preparo ou técnicas específicas, ele irá conduzir o trabalho “de ouvido”, e avaliar você puramente de acordo com suas próprias impressões e valores. Já se for um profissional competente e diferenciado da área de gestão de pessoas, especializado em seleção de pessoal, ele provavelmente empregará um conjunto de técnicas e escalas múltiplas para as quais não há escapatória – ele vai acabar construindo um raio-x completo da sua posição, da forma como a perceber, sem que você tenha qualquer controle sobre o processo – mas isso costuma acontecer apenas em seleções para cargos de altíssimo nível.

Para a maioria dos cargos comuns, a seleção é deixada a cargo da área de pessoal da empresa, ou de uma empresa externa contratada especialmente para isso, e eles tendem a adotar uma série de técnicas de entrevista e redação comuns e bem conhecidas, para as quais há respostas “certas” e “erradas” também comuns e bem conhecidas. As técnicas infelizmente incluem uma série de pegadinhas e outros expedientes que, a pretexto de excluir candidatos despreparados, acabam dificultando a criação de um ambiente em que os candidatos estejam aptos a oferecer respostas diretas e desarmadas.
Já apliquei a minha cota de entrevistas – nunca com pegadinhas! -, e já vi todo tipo de nível de preparo dos candidatos, desde aqueles extremamente aptos a assumir a vaga mas incapazes de se comunicar devido ao nervosismo, até aqueles completamente inadequados para a vaga, mas tão bons comunicadores que esperam convencer o entrevistador de que são sua melhor escolha – sem contar os mentirosos, os lisos, os nervosos e várias outras categorias.
Mas ao longo destas entrevistas, percebi que os candidatos experientes e traquejados se dão bem melhor que os mais “verdes”, porque acabam percebendo o segredo do sucesso em entrevistas de emprego, que é: perceber (ou deduzir razoavelmente) quais as qualificações necessárias para a vaga em disputa, e aí moldar as respostas sobre suas características pessoais a ela, sempre dizendo a verdade, mas escolhendo criteriosamente quais aspectos destacar. Como no caso de um vendedor de carros que, ao vender o seu modelo mais importante, sabe que para um cliente deve dar destaque ao baixo consumo de gasolina, ao outro precisa chamar a atenção para o espaço interno, e a um terceiro precisa falar especificamente sobre a potência do motor, em uma entrevista de emprego você tem de identificar quais as suas características que a empresa está buscando, e colocá-las em destaque na vitrine, como veremos a seguir.
Perguntas de entrevista de emprego
O que temos a seguir é um conjunto de perguntas comuns em entrevistas elaboradas por profissionais típicos. Não existe uma única resposta certa para cada uma delas, e você deve responder sempre com naturalidade e de forma espontânea – nada de respostas decoradas! Mas em muitas das perguntas há um teste oculto, e estes testes acabam eliminando muitos candidatos.
Por isso, para cada pergunta foi acrescentada uma sugestão de resposta, e eventualmente um comentário sobre qual o teste oculto. Você não deve decorar estas respostas e usá-las na próxima entrevista; a idéia é que você as use como base para compor sua própria resposta, que deve ser sincera e espontânea. Assim, você não será pego despreparado por nenhuma destas perguntas comuns, muitas delas difíceis de serem respondidas de improviso.
Lembre-se que o entrevistador muitas vezes tentará impor um ritmo artificial à entrevista, pressionando você, antagonizando, questionando tudo. Faz parte da experiência, e nestes casos provavelmente ele deseja ver como você se comporta quando pressionado. Mas a sua posição sempre é o resultado de uma escolha pessoal – você pode antagonizá-lo de volta, mas pode escolher também manter a tranquilidade e continuar oferecendo respostas calmas e completas. De qualquer maneira, quanto mais preparado você estiver, mais apto estará a se sair bem mesmo que seja colocado contra a parede e levado a responder tudo sem tempo para pensar.
Uma dica é essencial: sempre que for possível, tente fazer com que a entrevista seja uma conversação bidirecional, e não apenas um questionário. Já no início, após a apresentação inicial por parte do entrevistador, faça alguma pergunta inteligente sobre algum aspecto da vaga ou do processo seletivo. Se ele responder, você terá não apenas um ambiente mais favorável, mas também alguma informação adicional que poderá ser útil durante a própria entrevista. Ou seja: nos primeiros minutos, momento em que o candidato típico está procurando falar sobre si às cegas, você já terá conseguido criar um clima favorável e obtido informações sobre o que o entrevistador está procurando, para saber o que oferecer a ele.
Vamos às perguntas e respostas:
SOBRE VOCÊ
1. Fale sobre você. Isto não é propriamente uma pergunta, mas freqüentemente as entrevistas começam assim, e o candidato desata a falar sem parar, e o avaliador presta atenção à sua capacidade de se concentrar nas prioridades, encadear idéias, e comunicar-se livremente. Lembra quando falamos sobre o “discurso do elevador”, no artigo anterior? Aqui ele será muito útil. Se você não sabe o que é um “discurso do elevador”, imagine que você encontrou no elevador o responsável pela seleção da vaga dos seus sonhos, e tem apenas o tempo do trajeto entre 10 andares para fazê-lo se interessar em selecioná-lo para a vaga. O que você diria? Estas 2 ou 3 frases, que você deve desenvolver, memorizar e ensaiar com antecedência, são importantíssimas, e este é um bom momento para usá-las.
2.Quais os seus interesses pessoais? Aqui o entrevistador quer saber se você não é o que ele classificaria como um desajustado, uma pessoa problemática, ou então alguém tão ligado a seus interesses externos que não teria energia suficiente para cuidar do seu trabalho. Pode ser uma boa oportunidade de quebrar preconceitos e estereótipos; se você for mais velho que a média do mercado, destaque atividades que demonstrem atualização, vigor físico e energia. Se for muito jovem, destaque algo que indique ponderação e oportunidades adicionais de ter adquirido experiência útil para a vaga, como algum cargo na diretoria de uma ONG, por exemplo.
3.Que bons livros (ou bons filmes) você tem lido (ou assistido) ultimamente? Seu avaliador não está apenas querendo puxar papo. Ele quer saber algo sobre o seu nível cultural, e também se você é um mentiroso quando sob pressão (caso não tenha lido nenhum livro que possa mencionar, e aí invente que leu algum). Não importa qual livro você indique, ele vai lhe fazer perguntas sobre ele. Portanto, fica a dica: se você está procurando emprego, é bom ler algum bom livro sobre o qual você fique à vontade para discorrer em uma entrevista. De preferência, um livro que vá interessar ao seu entrevistador, e que seja recente o suficiente para ele não poder pensar que você não lê um livro há 4 anos!
4.Qual seu ponto forte? Escolha previamente, e esteja preparado para exemplificar e detalhar, sem mentir. Eis uma lista de atributos estritamente pessoais mas que costumam ser valorizados pelos entrevistadores. Identifique quais deles você tem em maior grau, e passe esta idéia (ou afirme diretamente) em seu texto ou na entrevista: Motivado; Racional; Energético (atenção: não é a mesma coisa que enérgico. Tem relação com a disposição para realizar trabalho); Dedicado (veste a camisa); Honesto; Capaz de liderar; Com iniciativa; Com objetivos; Com visão; Com empatia; Persistente; Bom comunicador; Bom técnico.
5. Qual seu maior ponto negativo? Cuidado! A maioria das pessoas que já leu dicas de entrevista acha que deve escolher algo que não seja tão negativo assim, como “ser muito perfeccionista”, ou “exigir demais de si mesmo”. Na minha opinião, quando eu mesmo entrevisto, essas respostas prontas que disfarçam um ponto positivo como se fosse negativo passam uma idéia de artificialidade, e de ausência de respeito pelo interlocutor e pela empresa. Diga que não consegue lembrar de uma característica profissional que possa comprometer seu desempenho no cargo para o qual está sendo considerado, e aí acrescente um ponto negativo real (no qual você pensou com antecedência), que faça sentido no contexto da empresa, mas que não vá comprometer suas chances de aprovação. Se possível, equilibre-o explicando a forma como você lida com este ponto negativo, e mencione um ponto positivo forte já em seguida. Mas não exagere escolhendo algo que possa soar pior do que é na realidade.
6. Qual seu maior arrependimento? Como no caso do “maior ponto negativo”, aqui o entrevistador não espera que você realmente confesse algo, mas ele quer saber como você lida com esse tipo de situação. Confessar um arrependimento verdadeiro em geral não é positivo para a sua pontuação, mesmo que seja algo inocente. E tentar mascarar uma vitória como se fosse arrependimento também é um truque manjado. Eu diria que não tenho arrependimentos, e que tenho um princípio, que também aplico na vida profissional, de agir de acordo com a minha consciência, e de sempre decidir de forma equilibrada, o que me permite prosseguir sem deixar espaço para arrependimento ou para o desejo de que eu tivesse decidido de forma diferente.
7.Você aceitaria mudar algum aspecto importante da sua vida (por exemplo, mudar de cidade)? Não feche portas já na entrevista, mas ao mesmo tempo não mostre ser irrefletido ou desesperado por uma vaga. Diga que estudaria com prazer uma proposta, que decidirá quando souber dos detalhes, mas que não vê nenhum problema grave que o impeça de tomar esta decisão, se for a correta.
8.Qual sua pretensão salarial? Raramente a empresa pergunta isso para lhe oferecer o que você está pedindo, caso ache que você está à altura – a entrevista de seleção raramente inclui negociação salarial, que ocorre em uma fase posterior, apenas com os aprovados. Aqui você está apenas sendo avaliado, e perde ponto quem se valoriza demais, ou de menos, em relação à estimativa do avaliador. Se você estiver empregado, pode dizer quanto ganha hoje, e que sua intenção é progredir, mas que aguarda para saber mais sobre as condições da vaga para a qual está sendo selecionado. Se não estiver trabalhando, ou estiver em situação instável, simplesmente diga que você é flexível e tem interesse em ganhar de acordo com o mercado, e que não tem dúvida de que o plano de cargos e salários da empresa é adequado. Se julgar relevante, pode mencionar quanto ganhava no emprego anterior.
9.Qual seu objetivo de longo prazo? O entrevistador quer saber seu objetivo pessoal em um contexto profissional, e dentro da empresa. Não há problema em ser bastante objetivo e dizer simplesmente que deseja vir a ser o diretor operacional, ou o responsável pela sucursal do Centro-Oeste. Mas se você conhecer bem a empresa, pode ser mais amplo, dizendo por exemplo que deseja conhecer bem a realidade de todas as regiões em que a empresa atua, porque sua intenção é vir a ser o responsável pela logística. Não diga que quer ter um salário compatível, um bom plano de aposentadoria, ou outro objetivo que seja vantajoso apenas para você, e não para a empresa, mesmo que seja decorrência da vaga que você pleiteia.
10.Quais suas metas de curto prazo? lembre-se de que metas são mais precisas, e que incluem datas, ou mesmo quantificações, quando for o caso. O entrevistador quer saber suas metas pessoais em um contexto profissional, e dentro da empresa. O ideal é poder dizer que quer chegar a ser gerente de uma filial já no ano que vem, ou que pretende conhecer a fundo o processo produtivo nos próximos 2 anos, para embasar uma carreira executiva na área de gestão fabril.
11.Suas qualificações não são excessivas para esta vaga? Nenhum empregador gosta de contratar uma pessoa que logo vá ficar descontente com um trabalho que pode ser visto como abaixo do seu potencial, e acabe saindo da empresa logo após ter sido contratado. Se suas qualificações forem mesmo acima do que a vaga exige, esclareça as razões pelas quais a vaga é exatamente o que você deseja agora, que tem certeza de que a médio prazo surgirão oportunidades de prosseguir sua carreira dentro da própria empresa, e que as qualificações que você tem em excesso são do interesse da empresa.


SOBRE SUA CARREIRA E POSICIONAMENTO PROFISSIONAL
1.O que você fez de bom no seu emprego anterior? Aumentou faturamento? Lucro? Reduziu custos? Motivou a equipe? Criou um novo departamento? Esteja preparado para responder objetivamente, com exemplos claros, datas e números.
2.Conte-me sobre uma situação em que seu trabalho tenha sido criticado. Dessa não dá para escapar: todo mundo que toma decisões acaba sendo criticado, mais cedo ou mais tarde. Escolha antecipadamente uma situação em que você foi criticado por um superior (nunca por um cliente ou por um subordinado), mas comece dizendo o quanto é mais freqüente você receber feedback positivo do que negativo. Se possível, conte algo do início da sua carreira, e aproveite para explicar o que você aprendeu com o episódio, ou como teria agido hoje para evitar cometer a falha criticada – NÃO tente dizer que a crítica foi injusta ou imerecida. E não escolha uma situação que possa colocar em dúvida seu desempenho para a posição que você estiver pleiteando!
3.Você consegue trabalhar sob pressão e com prazos curtos? É bom que consiga, porque você nunca deve mentir em entrevistas, e a resposta certa para esta pergunta dificilmente pode ser algo diferente de “Sim”. Venha preparado, já com um exemplo previamente escolhido de situação em que você se destacou sob pressão.
4.Já demitiu um funcionário? Diga a verdade. Se ocorreu em mais do que uma ocasião, exemplifique com a que for mais fácil de explicar, com a causa mais objetiva. Não critique o demitido, nem se justifique demais – o avaliado aqui é você. Mas esteja preparado para defender sua decisão, caso o avaliador insista.
5.Com que tipo de pessoa você tem dificuldade de trabalhar? A resposta mais óbvia é perigosa – nada de dizer que você tem problemas com pessoas irresponsáveis, preguiçosas, ou qualquer outro adjetivo negativo. Se o entrevistador estiver procurando alguém com potencial de liderança, este tipo de atitude não é desejável, e ele vai selecionar aquela pessoa que estiver apta a trabalhar com quem for necessário para realizar a missão, ou mesmo que esteja apta a ser um bom exemplo e uma inspiração para elas. Portanto, o ideal é dizer que na sua experiência, você acabou descobrindo que tem facilidade de trabalhar com as equipes variadas que a vida nos traz, e que sempre percebe que é bem recebido por elas, e as admira.
6.Quais decisões são mais difíceis para você? Aqui podem perder pontos os que dão respostas puramente egoístas ou que dizem que nenhuma decisão é difícil (mostrando que não estão acostumados a ter responsabilidade, ou que decidem irrefletidamente). O ideal é poder dizer que sempre decide de forma ponderada, considerando todos os fatos disponíveis, a estratégia da empresa (missão, visão, valores, objetivos), a ética profissional e os recursos disponíveis, e que as decisões mais difíceis de tomar são as que afetam a vida da equipe, em aspectos pessoais.
7.Se pudesse começar tudo de novo, o que faria diferente? A não ser que algo muito sério no seu passado seja de conhecimento público, mostre equilíbrio dizendo que não mudaria nada de essencial. Mesmo o que aconteceu de negativo agregou experiência e ajudou a formar o seu caráter.
8.Por que está saindo do emprego atual? (se estiver trabalhando) Esta é uma pergunta importante. Lembre-se de que o entrevistador vai se perguntar se você não faria o mesmo com a empresa para a qual você está se candidatando. Fale a verdade, mas não fale mal da empresa atual, nem do chefe. Você pode responder que está em busca de novas oportunidades e desafios, mais responsabilidades, crescimento pessoal e profissional, ou que tem interesse específico em alguma característica que a nova empresa tem, e que seja incompatível com a empresa anterior. Não invente que é por diferenças de visão com o chefe atual, nem por conflitos com a administração da empresa.
9.Por que saiu do emprego anterior? (se estiver sem emprego) Diga a verdade, sabendo que pode ser verificado. Se foi em uma demissão coletiva por corte de custos, fechamento da empresa, absorção por outra empresa, etc., simplesmente diga isso, sem criticar a decisão. Se foi por outro motivo, diga de forma curta e objetiva. Se foi por sua causa, acrescente que aprendeu a lição e não cometerá o mesmo erro novamente. Não se alongue.
10.Por que você ficou tanto tempo sem trabalhar? Essa pode não ser fácil, mas a saída é ser honesto. Escolhas pessoais, situações familiares, com o cônjuge ou os filhos, recessão, tentativa de iniciar negócio próprio… Se você tiver um motivo, apresente-o, para parecer seletivo, e não preguiçoso, e nem uma pessoa rejeitada pelo mercado. Explique que se manteve atualizado. Mas saiba que o avaliador vai dar muita atenção a isso.
11.Por que você teve tantos empregos? É raro encarar uma pessoa com muitos empregos no currículo como um candidato persistente que tem experiência variada. A expressão pejorativa, muito mais comum, é que ele “pula de galho em galho”. Se o entrevistador questionar, procure ser honesto, mas enfatize os empregos nos quais você ficou por mais tempo, e dê exemplos de casos em que sua saída foi provocada por fatores externos – empresas que fecharam, foram adquiridas, etc. Se você trabalhou em vários empregos temporários, explique também, bem como as razões para isso, e a experiência que isso lhe trouxe. Mas se você de fato pula de galho em galho, provavelmente o entrevistador perceberá, e pontuará de acordo.
12.Você não deveria estar ganhando mais, neste estágio da sua carreira? Não dê a impressão de que você é movido apenas pelo dinheiro, mas também não pareça ser desprovido de ambição. Uma boa resposta é que você optou por cuidar de outras prioridades (família, estudos, ou outras que ninguém vá questionar) antes de dar início ao seu maior comprometimento com a carreira profissional, e que está convencido de que foi a decisão certa, porque agora você está muito mais preparado e estabilizado para assumir compromissos com a carreira.
PARTE II
Nesta parte veremos perguntas que exploram suas expectativas sobre a vaga e a empresa para as quais está se candidatando, sua opinião sobre sua empresa, equipe ou chefe anteriores, e algumas das armadilhas comuns em entrevista e redação para seleção de emprego, bem como as fontes e referências deste artigo. Entrevista é o momento da verdade para muitos profissionais em busca de um novo emprego, e saber como lidar com as perguntas de entrevista mais comuns, escapando das pegadinhas e armadilhas, é uma necessidade comum.

Por isso, para cada pergunta foi acrescentada uma sugestão de resposta, e eventualmente um comentário sobre qual o teste oculto. Você não deve decorar estas respostas e usá-las na próxima entrevista; a idéia é que você as use como base para compor sua própria resposta, que deve ser sincera e espontânea. Assim, você não será pego despreparado por nenhuma destas perguntas comuns, muitas delas difíceis de serem respondidas de improviso.
Veja os detalhes no artigo anterior (que tem também as perguntas sobre o candidato e sobre seu histórico e carreira), e leia a seguir a continuação com as perguntas sobre a vaga e a empresa para as quais está se candidatando, sua opinião sobre sua empresa, equipe ou chefe anteriores, e algumas das armadilhas comuns em entrevista e redação para seleção de emprego.
SOBRE A VAGA E A EMPRESA
1.O que você procura aqui na empresa? Você certamente procura muitas coisas, inclusive a satisfação de necessidades pessoais. Não há razão para esconder isso, mas também não é necessário detalhar. Prefira detalhar aspectos que você procura e que interessem à empresa diretamente, como o desafio de fazer parte da história dela, a chance de contribuir para algum projeto ou estratégia notável dela, ou o envolvimento com um quadro profissional tão capacitado, por exemplo.
2.Por que acha que devemos lhe contratar? Esteja preparado para esta, e mencione de forma objetiva 2 ou 3 diferenciais seus que você considera essenciais, e a forma como eles podem gerar resultado para a empresa.
3.Por que enviou seu currículo para esta empresa? Esta é uma oportunidade para fazer valer a pena as horas de pesquisa que você fez sobre a empresa antes da entrevista. Fale sobre notícias recentes de sucessos da empresa, perspectivas de crescimento do seu mercado, e como acredita que o posicionamento dela a torna atraente para qualquer profissional.
3.Quanto vai demorar até trazer uma contribuição positiva para esta empresa? Esta é uma pegadinha de entrevista, e o entrevistador que recorre a ela merece ouvir uma resposta pronta e enlatada. Aqui vai: “A partir do primeiro dia, na verdade mal posso esperar. E tenho certeza de que será uma contribuição crescente, conforme for conhecendo melhor a empresa e seus objetivos!”
4.Quanto tempo pretende permanecer na empresa? Aqui em geral o entrevistador quer remover qualquer pessoa que afirme que tem, de fato outra oportunidade em vista, ou que tem planos para daqui a alguns anos ir fazer alguma outra coisa. Se for um bom entrevistador, ele também pode dar pontos negativos se entender que você é acomodado e só deseja um lugar para se encostar até a aposentadoria. A resposta segura é dizer que pretende permanecer enquanto houver perspectivas de desenvolvimento pessoal e profissional, e enquanto estiver apto a oferecer uma genuína contribuição, mas que pelo que você entendeu sobre a vaga e sobre a empresa, não vê qualquer motivo para que a relação não seja duradoura.
5.E se tiver que assumir o lugar do seu futuro chefe aqui na empresa? “Farei com prazer, sempre que a empresa determinar. Quero crescer, mas de preferência em conjunto com ele, e jamais sendo desleal aos superiores.”
6.Qual a opinião que seus subordinados têm de você? Responda chamando-os de “a equipe” (e não “a minha equipe”, ou “os subordinados”). O ideal é enfatizar que eles o respeitam, ou que o admiram. Nem sempre é ideal mencionar que você desenvolveu amizade com todos eles, e principalmente as inimizades pessoais.
7.Já selecionou e admitiu funcionários? O que considera importante em um candidato? Aqui uma resposta perigosa é indicar uma característica qur você mesmo não possua, mesmo que seja simples explicar a razão disso. Também não vale a pena ser muito óbvio tentando indicar exatamente as características nas quais você mais se destaca. O melhor é dar uma resposta ampla, mencionando características objetivas, como a adequação aos requisitos da vaga, a capacidade de trabalhar em equipe, a experiência, o conhecimento técnico, etc.
8.Descreva como seria seu emprego ideal. Sem surpresas aqui. O que o entrevistador espera é que você seja sincero, e ao mesmo tempo acabe descrevendo exatamente a vaga para a qual está sendo selecionado. Portanto não exagere nas tintas, para não parecer forçado, nem descreva algo que não corresponda ao que você imagina que a empresa tem em mente para você.
9.O que você mudaria caso você estivesse na diretoria da empresa? Atenção aqui: a não ser que o seu processo seletivo seja justamente para um cargo da alta direção, dificilmente o avaliador estará realmente procurando obter sugestões reais. Ele quer saber como você pensa, e exceto em casos excepcionais, a resposta mais racional envolve dizer que você jamais poderia oferecer um remédio antes de realizar o diagnóstico, e que antes de propor qualquer mudança, você pretende conhecer bem a companhia, e as razões pelas quais as coisas são como são. Mas se você conhecer bem a empresa, pode arriscar uma jogada muito mais recompensadora, e complementar a resposta acima dizendo que se você fosse começar o diagnóstico hoje, iria se concentrar na área “X” da empresa, porque esta lhe parece a mais crítica para o seu sucesso. Mas não arrisque isso se não tiver um razoável grau de certeza do que está dizendo.
SOBRE A EMPRESA ANTERIOR
Aqui você precisa lembrar que o objetivo da entrevista é avaliar você – o entrevistador não está nem aí para a sua empresa ou chefe anterior, portanto todas as perguntas desta seção são testes ocultos, um verdadeiro campo minado. Ele quer saber se você tem uma postura ética, se é leviano com informações internas da empresa, se trata os conflitos de trabalho como se fossem pessoais, se é maduro nos relacionamentos profissionais, etc. É seguro assumir que o entrevistador imaginará que você falaria sobre a nova empresa as mesmas coisas que falar a ele sobre a empresa anterior.
1.Qual sua opinião sobre a empresa ou chefe anterior? Nunca fale mal, evite até mesmo críticas construtivas, e nem mesmo pense em fazer comparações, mesmo que as 2 empresas sejam concorrentes diretas – aqui quem está sendo avaliado é você, e não o ex-chefe, e falar mal dele em sua ausência raramente conta ponto a seu favor neste contexto. Era uma boa empresa, e o chefe sempre agiu com você como um excelente profissional.
2.O que você não gostava no emprego anterior? Não se queixe, e não se esqueça de que quem está sendo avaliado aqui é apenas você, e não o emprego anterior. Você gostava de tudo.
3.Avalie honestamente seu antigo chefe e empresa, pontos positivos e negativos. Mesma rotina: você lembra de pontos positivos, e eles são todos sinceros, honestos – e pensados de antemão. O seu avaliador não está nem aí para a empresa anterior, ele quer saber se você é leal, se leva as coisas para o lado pessoal, se fala sobre a empresa quando está fora dela, etc.
PEGADINHAS COMUNS
a)A armadilha do silêncio: após perguntas “difíceis”, como a do seu “maior defeito”, ou “maior arrependimento”, alguns avaliadores com pretensões psicológicas empregam um velho truque: ao invés de continuar a entrevista, fazer um comentário ou a próxima pergunta, eles simplesmente ficam em silêncio, encarando o entrevistado sem passar nenhuma mensagem (de desaprovação, etc.) com sua expressão facial. Isto é uma pegadinha, e bastante gente cai – ao perceber a situação de stress, assumem que o entrevistador considerou a resposta errada, mentirosa, insuficiente, ridícula ou qualquer outra coisa, e começam a tentar “consertar”, muitas vezes com resultados desastrosos para si mesmo. A intenção é mesmo intimidar e provocar stress, para ver como o candidato se sai. Se tentarem isso com você, aguarde alguns segundos calmamente, e em seguida não afirme nada, apenas pergunte: “há algo mais que eu possa esclarecer sobre este ponto?” Se o entrevistador continuar em silêncio, simplesmente aguarde silenciosamente também, em atitude respeitosa e séria, prestando atenção a ele,como se estivesse dando a ele tempo para pensar, até que ele perceba que você não se intimidou e nem vai “se entregar”.
b)O dilema das informações confidenciais: para este não há solução simples. Se nas perguntas sobre seu antigo emprego ou chefe você perceber que o entrevistador de fato parece esperar receber respostas objetivas sobre questões internas da empresa em que você atualmente trabalha ou recentemente trabalhou, você terá um dilema entre sua integridade e o seu interesse em agradar o entrevistador. E a integridade deve ganhar em qualquer situação, especialmente em uma entrevista de emprego. No máximo responda o que considerar como informação pública, mas nunca viole a confidencialidade das informações sensíveis da empresa – e responda, de forma clara e sem se alongar, que ir além do que você disse violaria seu compromisso de confidencialidade. Evite falar que violaria a ética, a não ser que você queira ofender o entrevistador, pois isso equivale a dizer que ele está sendo anti-ético. Note que em muitos casos, a pressão para que você revele segredos de outra companhia é um teste, e você passa apenas se resistir a ela.
c)O problema hipotético sem solução: Esta é uma questão comum em seleções de executivos: você recebe uma breve descrição de uma situação desafiadora e complexa, e a pergunta: como você resolveria esta situação? Note que dificilmente o problema é na sua área de conhecimento específico, e mesmo que seja, dificilmente você terá recebido dados suficientes para poder saber como começar, ou como garantir o sucesso. A não ser que isso ocorra no contexto de uma avaliação de criatividade, ou em uma dinâmica de grupo, sua melhor chance pode ser considerar que se trata de uma pegadinha clássica, e entender que o que você deve responder é como agiria para resolver o problema: levantaria tais e tais dados, consultaria tais e tais pessoas, contrataria este e aquele serviço, e então daria a ordem a tal e tal departamento. Caso contrário, se você simplesmente propuser uma solução sem nenhum dado para suportá-la, vai parecer que seu processo de tomada de decisão é bastante falho.

Fontes e referências
1. As 12 perguntas mais frequentes numa entrevista de emprego
2. Arrebente na entrevista de emprego, por Reinaldo Polito
3. Saiba como se preparar para uma entrevista de emprego

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terça-feira, 20 de julho de 2010

PARADIGMAS APLICADOS AOS PRINCÍPIOS DA QUALIDADE

Prof.Esp. Alcenisio Técio Leite de Sá

Transformar a forma de administração das empresas para a filosofia da qualidade total esbarra na resistência às mudanças. Esse fenômeno é uma questão de paradigma.
Paradigma é um conjunto de regras, regulamentos, padrões ou rotinas, nem sempre reconhecíveis, que mostra como resolver problemas dentro de certos limites.

Paradigmas influenciam fortemente a maneira de ver e analisar problemas, afetando sensivelmente as decisões. Impedem a previsão do futuro, bloqueiam a criatividade, filtram novas experiências. Mudar de paradigma significa enxergar novas formas de fazer as coisas antigas.

O fenômeno chamado de "efeito paradigma" pode cegar empresários diante de novas oportunidades, fazer com que vendedores não percebam novos mercados e que gerentes não considerem novas formas mais eficazes de administrar negócios e pessoas.

OS PARADIGMAS E AS EMPRESAS
Em nossa vida lidamos com paradigmas o tempo todo. Na vida das empresas não é diferente. Na cultura das empresas existe uma série de paradigmas que, quando presentes, dificultam a implantação de programas de gestão como a qualidade total. Faz-se necessário que todos estejam conscientes das implicações destes paradigmas para que possam mudá-los.

A seguir, elencamos alguns desses paradigmas famosos.
Convoque o seu pessoal e faça uma reflexão sobre o assunto e verá quanto ainda há por mudar. Mãos à obra.
1.O segredo é a alma do negócio. Todos na empresa devem saber quais são os objetivos e metas para que possam vestir a camisa e atingir os objetivos propostos.
2.Em time que ganha não se mexe. Mexer na essência da mudança, em busca do sucesso.
3.O olho do dono é que engorda o boi. Saber delegar para envolver e comprometer toda a equipe.
4.O paradigma dos negócios mudará de "fazer um produto para oferecer um serviço"
5.Errar é humano para: acertar é humano.
6.Cachorro velho não aprende novos truques para: cachorro velho também aprende novos truques. Nunca é tarde para iniciar a mudança.
7.Santo de casa não faz milagres para santo de casa é quem faz milagres. Aproveite os talentos que há dentro de casa. Deixe fluir as potencialidades em proveito da empresa.
8.Casa de ferreiro espeto de pau para: casa de ferreiro, espeto de ferro. Enraizar nos pensamentos, nas palavras e obras os mandamentos da qualidade.
9.Os clientes têm sempre razão para: os clientes têm sempre suas razões.
10.O cliente é um chato. Ele só quer ser atendido de maneira diferente.
11.Não trocamos mercadorias aos sábados. Por que, se é uma oportunidade de termos em nossa empresa novamente o cliente?
12.Marketing e qualidade são coisa para grandes empresas. Marketing e qualidade são coisas de grandes empresários.
13.O bom vendedor já nasce pronto. O bom vendedor é prestador de serviços que atende as necessidades dos clientes.
14.Quem vende na empresa são os vendedores. Todos são vendedores.
15.Qualidade é coisa do departamento da qualidade. Todos são responsáveis pela qualidade.
16.O meu produto se vende sozinho. Grande engano, nossos esforços de vendas é que fará nosso produto se vender.
17.Medições ameaçam. Medições são usadas para a melhoria do desempenho da empresa, jamais para perseguir ou punir pessoas.
18.Ênfase na produtividade da mão de obra. Produtividade depende, além da mão-de-obra, de capital, máquinas, materiais e informações.
19.Padrão é o limite. As expectativas do cliente, cada vez mais exigentes, obrigam as empresas a ultrapassarem os padrões.
20."Os paradigmas conseguem bloquear a visão do futuro e oportunidades são desperdiçadas."

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PARADIGMAS:PARADIGAMAS EM NEGÓCIOS E QUALIDADE DE VIDA

Prof. Esp. Alcenisio Técio Leite de Sá
Paradigma pode ser entendido por um exemplo, um modelo, uma referencia, uma diretriz, um parâmetro, um rumo, uma estrutura, ou ate mesmo ideal. Algo digno de ser seguido. Podemos dizer que um paradigma é a percepção geral e comum - não necessariamente a melhor - de se ver determinada coisa, seja um objeto, seja um fenômeno, seja um conjunto de idéias. Ao mesmo tempo, ao ser aceito, um paradigma serve como critério de verdade e de validação e reconhecimento nos meios onde é adotado. Foi o físico Thomas Khun que o utilizou como um termo científico em seu livro A Estrutura das Revoluções Científicas, publicado em 1962.
Definimos paradigma como uma matriz disciplinar que sustenta uma concepção de mundo numa determinada época. Um paradigma possui um modelo de racionalidade no qual se incluem todas as esferas, quer científicas, filosóficas, teológicas, ou de senso comum.
Segundo Khun a palavra paradigma pode ser entendida como uma concepção de mundo:
Paradigma pretende sugerir que "certos exemplos da prática científica atual - tanto na teoria quanto na aplicação - estão ligados a modelos conceptuais de mundo dos quais surgem certas tradições de pesquisa". Em outras palavras, uma visão de realidade atrelada a uma estrutura teórica a priorística, aceita, estabelece uma forma de compreender e interpretar intelectualmente o mundo segundo os princípios constantes do paradigma em vigor. (KHUN, 1996, p. 121).
A ciência já foi dominada pelo pensamento geocêntrico (ptolomáico), que estabeleceu toda uma produção intelectual coerente com a visão de mundo deste paradigma que estabelecia a terra era o centro do universo. Portanto, quem afirmasse algo como "a Terra é apenas um dentre milhões de outros planetas, e nem mesmo é o mais significativo deles" estaria fadado a ser considerado louco, ignorante ou algo parecido. Posteriormente, observações demonstraram que esta visão era falha e foi sendo substituída - após intensa e violenta resistência dos sábios que defendiam o antigo paradigma - pelo sistema heliocêntrico de Copérnico.
Vivemos hoje sob a crise do paradigma moderno, o qual nasceu com a Ciência Moderna que determinou o modo de ser e agir do ser humano contemporâneo. De maneira larga podemos afirmar que o paradigma moderno, hoje em crise, começou a tomar vulto com o italiano Galileu quando fez os primeiros experimentos que deram origem à racionalidade cientificista que temos atualmente. Imediatamente, na Filosofia, soma com Galileu o francês Descartes e Francis Bacon na Inglaterra. Antes deste modelo, a matriz disciplinar ocidental era da Teologia no período da Idade Média que remetia ao transcendente e à metafísica a explicação de tudo.
Este modelo, porém, foi percebido como imperfeito pelos avanços em astronomia e foi aperfeiçoado pelas descobertas da gravitação universal da física newtoniana; esta, por sua vez, foi drasticamente remodelada, já no século XX, pela Mecânica Quântica e pela Teoria da Relatividade, não sem uma forte resistência de inúmeros doutores e acadêmicos formados na cartilha clássica de Newton e seguidores e sua sólida visão mecanicista da natureza.
Cada uma dessas fases do pensamento científico foi bem sucedida em determinados períodos de tempo. Dando novas perspectivas para a compreensão da realidade física, condicionavam a atitude científica e estabeleciam quais seriam os critérios de pesquisa, freqüentemente ligados à maneira como se esperava que o mundo devesse funcionar de acordo com o modelo (paradigma) adotado.
Fica claro que a ciência não é um processo de descoberta, em sentido estrito, de uma realidade dada, porém parece ser mais um processo de construção intelectualmente coerente para explicar certos fenômenos ou em outras palavras, a ciência se constrói em cima de alguns fundamentos filosóficos bem definidos, mesmo que não sejam muito conscientes, atualmente no mecanicismo, no reducionismo.
Um novo paradigma precisa ser construído para a ciência, para a educação, para a tecnologia e para a sociedade. A fragmentação é viável e aceitável na medida em que a mesma pense no todo, porem não é isto que esta acontecendo tanto no meio cientifico como no social, cultural e político.

Paradigma é aquilo em que acreditamos como verdade incontestável e que tem uma função: nos impõe limites!
Você já notou como as coisas mudam rapidamente hoje em dia? Quantas coisas mudaram em sua vida nos últimos 10 anos? Nos últimos 5 anos? No último ano? E no último mês? Novo emprego, crise financeira, oportunidades inesperadas, doenças, vitórias, alegrias, novo namoro, separação, casamento, tecnologias novas, complicações novas, enfim... a única coisa que não muda é a mudança. Muitos de nós sabemos disso, mas não costumamos nos preparar para um mundo em constante mudança. O que nos impede de mudar é a falta de revisão das informações que herdamos sem contestar. As influências em nossas vidas – família, escola, religião, ambiente de trabalho, amigos e sociedade – foram e são responsáveis por nos passar informações que raramente revisamos e que aceitamos como verdades incontestáveis: os paradigmas. Os paradigmas são benéficos, pois eles nos passam o conhecimento desde as antigas gerações, porem, se o mundo continua mudando, é importante que os paradigmas também. Portanto, o problema não é o paradigma, e sim a “Paralisia” de Paradigmas.
Vejamos alguns paradigmas em negócios e qualidade de vida que foram quebrados nos últimos tempos. Quem se adaptou as novas realidades provavelmente transformou as mudanças em oportunidades para o sucesso e o crescimento. Quem não revisou seus conceitos provavelmente perdeu várias oportunidades e poderá estar em declínio inevitável.
Paradigma Antigo: O emprego nunca acabará no mundo
Novo Paradigma: O emprego mudou de foco. Sai o empregado, entra o empregável
Paradigma Antigo: Empregados são subordinados
Novo Paradigma: Empregados são parceiros, cooperadores e associados
Paradigma Antigo: Sem Carteira assinada não trabalho
Novo Paradigma: Novos vínculos e acordos de trabalho serão encontrados
Paradigma Antigo: É preciso ter idéias novas
Novo Paradigma: É preciso escapar das idéias antigas
Paradigma Antigo: Se funcionou, está absoluto
Novo Paradigma: Se funcionou, já está obsoleto
Paradigma Antigo: Tudo se consegue resolvendo problemas
Novo Paradigma: Tudo se consegue explorando oportunidades
Paradigma Antigo: Quem sabe mais, ganha mais
Novo Paradigma: Quem sabe antes, ganha mais
Paradigma Antigo: Quem tem um bom currículo tem tudo
Novo Paradigma: Currículo é bom para desempatar quando dois recrutados estão no mesmo nível
Paradigma Antigo: Saber fazer é mais importante
Novo Paradigma: Fazer saber é mais importante
Paradigma Antigo: A empresa maior vence a menor
Novo Paradigma: A empresa mais ágil vence a mais lenta
Paradigma Antigo: O importante é ter opinião forte
Novo Paradigma: O importante é ser flexível
Paradigma Antigo: Quem paga o salário é o patrão
Novo Paradigma: Quem paga o salário é o cliente
Paradigma Antigo: Fuja das ameaças
Novo Paradigma: Transforme ameaças em oportunidades
Paradigma Antigo: Essa crise vai passar, Vai sim
Novo Paradigma: Essa crise vai passar e depois que ela passar vem outra pior. É preciso olhar a turbulência como coisa natural. A transição é continua.
Paradigma Antigo: Conhecimento é Poder
Novo Paradigma: Execução é Poder
Paradigma Antigo: Nosso lema é não aceitar devolução
Novo Paradigma: Se o cliente não gostou, não houve negócio.
Paradigma Antigo: O gerente é o manda-chuva
Novo Paradigma: O gerente é o facilitador, inspirador
Paradigma Antigo: O importante é planejar, organizar e controlar
Novo Paradigma: O importante é influenciar, facilitar, motivar, ensinar, liderar
Paradigma Antigo: Controle: confiar é bom; conferir e melhor
Novo Paradigma: Aumente sua expectativa a respeito do bom desempenho dos outros
Paradigma Antigo: O consumidor não perdoa o erro da empresa
Novo Paradigma: O imperdoável para o consumidor não é o erro, mas a maneira como a empresa reage ao erro
Paradigma Antigo: Vender é falar persuasivamente
Novo Paradigma: Vender é falar empaticamente
Paradigma Antigo: Vender é falar corretamente
Novo Paradigma: Vender é ficar rouco de tanto ouvir
Paradigma Antigo: Concorrente não tem vez
Novo Paradigma: Concorrente que não incomoda é aquele que ainda não nasceu
Paradigma Antigo: O importante é ter argumentos poderosos
Novo Paradigma: O importante é fidelizar clientes.
Paradigma Antigo: Profissional que sabe massagear o ego da Diretoria é promovido
Novo Paradigma: As empresas estão deixando de ser paternalistas ou não sobreviverão.
Paradigma Antigo: A escola é um lugar
Novo Paradigma: A escola também é o CD, o vídeo, a internet, a vídeoconferência etc.
Paradigma Antigo: Cultura da malhação do corpo
Novo Paradigma: Cultura da Mente sã para um corpo sano
E por último, repense seu tempo. No futuro o dia continuará tendo 24 horas. Portanto, abandone velhos conceitos do tipo “o tempo passa” (quem passa é você, o tempo sempre fica), “o tempo voa” (o tempo tem velocidade constante, você que é lento, rápido, agitado angustiado ou estressado por causa das atividades). Administre seu tempo na plenitude da sua eficácia. Consagre sua energia e esforço para meditar, estudar e desenvolver-se como um Ser Espiritual que você é, e você estará se preparado para as Novas Mudanças.


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quinta-feira, 24 de junho de 2010

INDÚSTRIA QUÍMICA NA AFRICA

Prof. Esp. Alcenisio Tecio Leite de Sá

A indústria química da África do Sul, incluindo combustível, plásticos e produtos farmacêuticos, é a maior do seu género em toda a África e foi classificada pelo governo como motor principal do crescimento económico.

Domina o processo de fabrico na África do Sul, juntando mais valor acrescentado à economia do que qualquer outro sector e sendo responsável por mais de metade dos empregos criados na teia de fabrico no seu conjunto.

Por um lado, esta indústria continua dominada pelas empresas nacionais, mas algumas multinacionais têm aqui os seus pontos de distribuição e várias delas envolveram-se com a manufactura local.

SUBSETORES
A indústria é dominada pelo sector químico, cujos combustíveis líquidos, olefinas, diluentes orgânicos e derivados minerais industriais representam 31% da produção de químicos no país.
Os restantes 10 subsectores são plásticos (cerca de 20%), produtos farmacêuticos (8%), químicos inorgânicos (8%), polímeros e borrachas (7%), químicos orgânicos (6%), derivados de borracha (5%), formulados a granel (5%) e químicos formulados de consumidor (5%) e químicos puros funcionais e de especialidade (5%).

Enquanto que estes três sectores – combustíveis, químicos formulados a granel e produtos farmacêuticos – têm maior saída do que se poderia esperar, atendendo ao volume geral da economia, a indústria de químicos da África do Sul é relativamente pequena em temos globais.
Dos cerca de 80.000 tipos dos produtos básicos ou químicos puros actualmente fabricados comecialmente no mundo, a África do Sul fabrica cerca de 300, a maioria dos quais são valores cotados em bolsa (commodity), de baixo valor e de elevado volume.

ESTRATÉGIA DO GOVERNO
As exportações de químicos da África do Sul tem vindo a aumentar, a uma taxa anual de 19% desde 1999, suportadas por novos acordos comerciais e mais competitividade, como resultado de baixos custos de fabrico e muitos minérios e produtos orgânicos para o fabrico. Os custos da energia são relativamente baixos neste país e o sector beneficia do acesso eficaz e o baixo preço da água e da corrente eléctrica.Mas apesar disso, importa-se muito mais do que se exporta. O governo pretende colmatar este desequilíbrio com a sua recente política industrial, com a intenção de lançar as exportações de valor acrescentado.

A indústria local está direcionada para um setor internacional que é competitivo e tem negligenciado outro que tem grande potencial para se desenvolver.
Inverter esta tendência ajudaria a indústria a aumentar o valor acrescentado, as exportações e o emprego. A produção a jusante tem um maior índice de mão-de-obra e abrange um maior número de pequenas empresas.

A beneficiação é a chave para esta estratégia. A África do Sul tem a vantagem natural das matérias primas minerais, mas a maior parte delas são exportadas em bruto. Há no entanto bastantes oportunidades para transformar estes materais, recorrendo ao uso de mão-de-obra e de capital, em químicos inorgânicos de valor acrescentado para exportação.

O governo e a indústria estão também a colaborar no sentido de serem encontradas vias de exploração de recursos não absorvidos, como as grandes reservas de fluorina.

PLÁSTICOS
A indústria dos plásticos da África do Sul está em boa forma, de acordo com uma recente entrevista na Engineering News, com muitos fabricantes a montante a produzirem produtos “que podem competir globalmente do ponto de vista de qualidade e desempenho.”As embalagens dominam, com mais de 50% do mercado nacional. A indústria dos plásticos foi severamente atingida há alguns anos atrás com a introdução do imposto sobre o saco de plástico, para limitar a poluição ambiental.

Mas as perspectivas são positivas e o governo identificou os plásticos como sendo um dos principais setores que criam emprego.

A produção de polímeros é uma área em franca expansão. A África do Sul exporta “quantidades significativas de polímeros”, segundo a Federação dos Plásticos Sul Africana, mas importa ainda enormes quantidades de intermediários de polímeros, como o polistireno, que não são fabricados aqui.A maioria das empresas de plásticos na África do Sul são pequenas, com mais de 800 empresas envolvidas no sector. Algumas têm tecnologia de ponta, como a Timber Plastics, que recicla resíduos plásticos, garrafas de refrigerantes, por exemplo, moldando-as em formas estruturais, como colunas, tábuas e vigas.

TECNOLOGIAS GÁS-PARA-LÍQUIDOS
A África do Sul é um dos líderes mundiais nas tecnologias do carvão e gás-para-líquido. Está entre os produtos de menor custo do mundo para o etileno e o propileno, graças ao acesso abundante de carvão de baixor teor e tecnologia de ponta.

PRODUTOS FARMACEÚTICOS
Existem boas oportunidades para os fabricantes de produtos farmacêuticos da África do Sul, com o governo a planear desenvolver a indústria nacional e animar a produção local de produtos farmacêuticos de maior procura, como os remédios antiretrovíricos usados para tratar o HIV/SIDA.
O governo tentará, por outro lado, apoiar o desenvolvimento de competências científicas e tecnológicas necessárias para apoiar o crescimento do sector.

PREOCUPAÇÕES COM O MEIO AMBIENTE
O sector químico tem como um dos pontos fundamentais a protecção do meio ambiente. A África do Sul foi o primeiro no mundo a adotar normas para a sua política de protecção do meio ambiente, introduzindo regulamentos que promovessem a gestão emrpesarial ambiental e desse orientações para a destruição de resíduos perigosos.

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quarta-feira, 5 de maio de 2010

10 DICAS PARA UM JÓVEM VENCEDOR

Prof. Esp. Alcenisio Técio Leite de Sá
1.Escolha seus amigos. Não ande com pessoas que não vão agregar nada à sua vida futura;
2.Estude. Lembre-se que o século XXI é o século do conhecimento e da Inteligência. Vencerão somente os melhores;
3.Procure ouvir a experiência dos mais velhos. Às vezes pode ser chato, mas antes de descartar bons conselhos, pense neles;
4.Cuide de sua saúde. Pratique esportes. Não fume;
5.Encha o seu tempo. Não fique desocupado. Faça alguma coisa boa – cursos rápidos além da escola são uma boa opção;
6.Aprenda inglês e espanhol. Lembre-se que inglês será o idioma universal. Mais da metade da população mundial estará falando inglês nos próximos anos. Espanhol é importante porque será a segunda língua mundial;
7.Aprenda computação. Seja amigável com um computador. O mundo será a cada dia mais digital. Navegue na Internet buscando informações úteis para o seu futuro;
8.Divirta-se. Seja uma pessoa alegre. Sorria!
9.Seja polido e educado. Saiba dizer “com licença”, “por favor”, “obrigado”, “desculpe”. Pessoas educadas têm mais sucesso na vida e no trabalho;
10.Resista a tentação às drogas e maneiras fáceis (e falsas) de ser feliz. Lembre-se que a felicidade e o sucesso são construídos no dia-a-dia por nossas atitudes e comportamentos. Acredite em Você! Você merece ser feliz! Cuide-se!
E não se esqueça de sua espiritualidade. Professe uma religião para sempre se lembrar das coisas permanentes e não só das coisas transitórias da vida. Só assim você será realmente feliz!

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quarta-feira, 28 de abril de 2010

TEORIA DA APRENDIZAGEM DE AUSUBEL

Prof. Esp. Alcenisio Técio Leite de Sá
A Teoria de Ausubel prioriza a Aprendizagem Cognitiva, que é a integração do conteúdo aprendido numa edificação mental ordenada, a Estrutura Cognitiva.
Essa Estrutura Cognitiva representa todo um conteúdo informacional armazenado por um indivíduo, organizado de uma certa forma em qualquer modalidade do conhecimento.
O conteúdo previamente detido pelo indivíduo representa um forte influenciador do processo de aprendizagem. Novos dados serão assimilados e armazenados na razão direta da qualidade da Estrutura Cognitiva prévia do aprendiz.
Esse conhecimento anterior resultará num "ponto de ancoragem" onde as novas informações irão encontrar um modo de se integrar a aquilo que o indivíduo já conhece.
Essa experiência cognitiva porém, não influencia-se apenas unilateralmente. Apesar da estrutura prévia orientar o modo de assimilação de novos dados, estes também influenciam o conteúdo atributivo do conhecimento já armazenado, resultando numa interação evolutiva entre "novos" e "velhos" dados.
Esse processo de associação de informações interrelacionadas denomina-se Aprendizagem Significativa.
Em contrapartida Ausubel também coloca a ocorrência da Aprendizagem Mecânica, que é aquela que encontra muito pouca ou nenhuma informação prévia na Estrutura Cognitiva a qual possa se relacionar, sendo então armazenada de maneira arbitrária. Em geral envolve conceitos com um alto ou total teor de "novidade" para o aprendiz, mas no momento em que é mecanicamente assimilada, passa a se integrar ou criar novas Estruturas Cognitivas.
Dessa forma a Aprendizagem Significativa é preferível a Aprendizagem Mecânica, ou Arbitrária. Pois constituí um método mais simples, prático e eficiente. Muitas vezes um indivíduo pode aprender algo mecanicamente e só mais tarde percebe que este se relaciona com algum conhecimento anterior já dominado. No caso ocorreu então um esforço e tempo demasiado para assimilar conceitos que seriam mais facilmente compreendidos se encontrassem uma "âncora", ou um conceito subsunçor, existente na Estrutura Cognitiva.
O subsunçor é uma estrutura específica ao qual uma nova informação pode se integrar ao cérebro humano, que é altamente organizado e detentor de uma hierarquia conceitual que armazena experiências prévias do aprendiz.
Uma grande questão levantada pela Teoria de Ausubel diz respeito a origem dos subsunçores. Se eles não estiverem presentes para viabilizar a Aprendizagem Significativa, como é possível criá-los?
Segundo Ausubel a Aprendizagem Mecânica e necessária e inevitável no caso de conceitos inteiramente novos para o aprendiz, mas posteriormente ela passará a se transformar em Significativa. Para acelerar esse processo Ausubel propõe os Organizadores Prévios, âncoras criadas a fim de manipular a Estrutura Cognitiva, interligando conceitos aparentemente não relacionáveis através da abstração.
Para que ocorra um Aprendizagem Significativa segundo Ausubel, é necessário que:
- O material a ser assimilado seja Potencialmente Significativo, ou seja, não arbitrário em si. Mesmo materiais arbitrários então, podem ser tornados significativos através de Organizadores Prévios.
- Ocorra um conteúdo mínimo na Estrutura Cognitiva do indivíduo, com subsunçores em suficiência para suprir as necessidades relacionais.
- O aprendiz apresente uma disposição para o relacionamento e não para simplesmente memorizá-lo mecanicamente muitas vezes até simulando uma associação. Muito comum em estudantes acostumados a métodos de ensino, exercícios e avaliação repetitivos e rigidamente padronizados.
A Aprendizagem Significativa se divide em 3 tipos:
- A Aprendizagem Representacional é basicamente uma associação simbólica primária. Atribuindo significados a símbolos como por exemplo valores sonoros vocais a caracteres linguísticos.
- A Aprendizagem de Conceitos é uma extensão da Representacional, mas num nível mais abrangente e abstrato, como o significado de um palavra por exemplo.
- A Aprendizagem Proposicional é o inverso da Representacional. Necessita é claro do conhecimento prévio dos conceitos e símbolos mas seu objetivo e promover uma compreensão sobre uma proposição através da soma de conceitos mais ou menos abstratos. Por exemplo o entendimento sobre algum aspecto social.
A aquisição de significados na Estrutura Cognitiva se dá através da Assimilação, que pode ser exemplificada através do seguinte esquema:

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A ESCOLA PARA A FELICIDADE

As opiniões a respeito das teorias de Alexandre S.Neill são controversas, aqueles que pregam uma educação tendem a “odia-lo”, porém aqueles que sonham com uma educação que preze a flexibilização nas relações hierárquicas apóiam suas teorias, este homem, educador, jornalista fundador da Shummer-Hill School na Inglaterra; sua escola serviu de modelo para as pedagogias alternativas, pois nela a criança tinha a possibilidade de escolher e decidir o que aprender e como aprender, respeitando seu ritmo e interesse; o contexto histórico em que este educador viveu retrata a necessidade de uma mudança de paradigma, onde com as destruições causadas pela humanidade em função das próprias descobertas do homem, despontando em muitas das vezes para regimes totalitários, cria-se deste modo uma busca pela liberdade de pensamento e ação; Neill em seu livro Liberdade sem Medo, faz uma critica as atrocidades cometidas pela humanidade ao longo da história e prevê que ainda teríamos com os avanços tecnológicos varias batalhas; nas décadas de 1960 e 1970 tornou-se Neill um dos mais importantes educadores, por acreditar que era possível construir um mundo melhor por intermédio da escola; levaram em consideração para desenvolver suas teorias as idéias de Jean-Jacques Rousseau, as idéias de Freud e de Wilhelm Reich, também exerceram forte influência sobre o educador; em sua percepção Neill acreditava ser necessário levar em consideração o lado emocional do aluno, para que a sensibilidade ultrapassasse a racionalidade; em sua escola os pais realizavam visitas aos educandos, porém estes moram na mesma Neill defendia que a super-proteção dos pais atrapalhava o desenvolvimento emocional das crianças; acreditava que seu método poderia ser usado como remédio para a infelicidade, assim como Rousseau, acreditava que somos bons por Natureza, o mundo dos adultos e nossas Neuroses e imposições segundo ele tendiam a tolher a aprendizagem prazerosa da criança, que sendo capaz de desenvolver seus potenciais sem o; interesse dos adultos tenderia a tornar-se adultos mais auto-confiantes, em conseqüência mais felizes; sem traumas ou ainda massas de robôs produzidos pelas escolas tanto em seu tempo quanto ainda hoje; Alexandre Neill nasceu em 1883 e faleceu em 1973, com sua teoria fica a interrogação para nosso modelo de escola, conseguimos tornar a escola ou ainda a aprendizagem infantil um momento de prazer? Ao ainda nos tornamos meros reprodutores de esquemas educacionais que tendem há diminuir o potencial de nossas crianças?

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COMO O PROFESSOR DIRIGE A SALA DE AULA

Prof. Esp. Alcenisio Técio Leite de Sá
O modo de direção das atividades na sala de aula varia de professor para professor; podem ser classificado em escala que vai do controle absoluto á situação em que é deixada liberdade de iniciativa aos alunos, com pouca interferência. Num extremo temos o que muitas vezes é definido como professor tradicional, no outro aquele professor considerado aberto e moderno. Se observarmos bem a maior parte dos professores situam-se em posição intermediária. O estilo de ensino está ligado a peculiaridade do professor. Em geral, o professor impõe sua personalidade e por isso determina um “estilo” na condução da classe.
O conhecimento é o processo pelo qual o homem tem a possibilidade de interferir na natureza, transformá-la e adaptá-la as suas necessidades.

A aprendizagem se modifica na história e passa pela visão de homem e de mundo que possuí.
No processo ensino aprendizagem o ser humano é capaz de reter na memória: usar os elementos (apreendidos) em outras situações: transmitir para outros (socializar/mediar) e permitir o aperfeiçoamento e a evolução científica.

No processo ensino aprendizagem existe duas relações importantes:

• Inter-psíquica = é a relação aluno/professor/cultura (sala de aula);
• Intra-psíquica = é a interação (síntese) que faz de um temática com outros conhecimentos já adquiridos e com outros mediadores.
DIREÇÃO DE CLASSE
É estabelecer e mostrar o estado em que se encontra o ensino-aprendizagem. Buscando como principal alvo o aluno, através dos métodos da construção de conhecimentos. Transmitir conhecimentos é determinar a aprendizagem a direção de classe está interligada a situação de ensino. Podemos assim dizer que a direção de classe é um dos fatores que leva o educando a formar e sistematizar determinados conhecimentos.

Há, porém vários discursos em relação ao não diretivismo, alegando as diferenças individuais, criatividade e respeito ao aluno, tendo como princípio que o aluno aprende o que quer e na hora que estiver disposto a querer aprender.

Senso assim o professor fica dispensado de ensinar pelo exposto houve uma confusão entre o respeito a individualidade, e a criatividade, pois a educação é um processo diretivo. Mesmo quando do professor educador deixa o aluno descobrir por si próprio tem muitos objetivos a serem alcançados.

O educando constrói seu próprio conhecimento ao aprender a diretividade na educação em geral, e no ensino em especial é uma questão de grau.

Todos somos educadores e educandos, ao mesmo tempo. No momento que ensinamos e somos ensinados nas diversas circunstâncias de nossas vidas.

Antes de ser professor devemos ser educadores protagonistas do novo, revendo, prevendo e organizando, só assim podemos apresentar aos alunos situações didaticamente estruturadas no sentido de auxiliá-los a perceber, generalizar e formar o conhecimento, transformando-o num conhecimento cientificamente estruturado. Por isso a direção de classe é uma necessidade como forma de estabelecer e propor atividades de ensino–aprendizagem.
A DIREÇÃO DE CLASSE PROPÕE:
• Planejar as aulas;
• Selecionar e estruturar os conteúdos;
• Prever e utilizar adequadamente recursos incentivados e materiais audiovisuais;
• Organizar atividades individuais e em grupos interessantes e bem dosadas, que auxiliem o aluno na construção do conhecimento;
• Avaliar continuamente os progressos realizados pelos alunos, mostrando os seus avanços e dificuldades, e como podem aperfeiçoar o seu conhecimento.

SUJESTÕES:

- Prever os conteúdos e atividades a serem desenvolvidos, bem como seus objetivos, interesses e necessidades a nível do aluno. Planejando de forma flexível, satisfazendo as reais necessidades do aluno.
 Buscar fazer o aluno participar com sugestões planejando a aula.
 Clarear qual o objetivo que se quer chegar com este ou aquele conteúdo
 Adotar atividades de diálogo no seu dia á dia de docente na sala, não esquecendo da experiências anteriores.
 Propor-lhes atividades desafiadoras, situações problematizadoras, nas quais eles tenham que descrever, falar, relatar, dialogar ,escrever, comparar , observar, localizar etc.
Ao expor um novo conteúdo, verificar nos alunos novas experiências sobre tal assunto, buscando relacioná-los sempre com a realidade diária dos alunos.

- Ocupar o aluno o tempo todo, com constante atividade, pois o trabalho garante também disciplina.
- Perceber os avanços dos alunos no processo de construção do seu conhecimento, avaliando continuamente, fornecendo-lhes os resultados, não só com a nota mas mostrando os meios pelos quais foram avaliados (prova, trabalho, etc.) e no que erraram ou acertaram e como podem melhorar em todos os aspectos.
Ser breve na correção e retorno das avaliações, pois quanto mais o retorno mais rápido os alunos poderão corrigir-se e avançar na construção de seu próprio conhecimento.

- Motivar os alunos para que eles mesmos pratiquem a auto-avaliação, com atitudes críticas sobre seu comportamento e em relação a seus próprios conhecimentos.
- Enfatizar o progresso dos alunos no seu processo de aprendizagem quanto ao esforço e valorização.
- Dividir distribuindo tarefas e funções de maneira que permita que cada aluno participe e coopere ativamente da aula.
Lembrando que cada região encontramos realidades diversificadas, como também encontramos cada classe com sua particularidade. Realidades diferentes com características próprias requerem que cada professor (educador) busque seu próprio aperfeiçoamento de aprendizagem onde encontrará um caminho próprio para cada realidade e cada classe diferente, se mostrando aí antes de ser um professor,ele é um educador por excelência.

No entanto vale lembrar aqui que todo professor enquanto indivíduo tem sua personalidade orientada por valores e princípios de vida, que direta ou indiretamente influi no seu comportamento (atitudes) diária. Não esquecendo que o educador auxilia na formação da personalidade do educando. Na relação professor–aluno o diálogo é indispensável.
O professor tem duas funções básicas: incentivador e orientador. Quanto há disciplina e fórmulas prontas depende muito da postura de cada professor, sendo sua postura dependente da linha da diretoria da instituição sendo também a postura relacionada com o estilo de cada classe que varia muito. Professor–aluno devem sempre propor, analisar e discutir juntos qualquer assunto. Motivação é um processo psicológico, que depende de cada aluno e do seu nível de aspiração.
VERDADEIRA CONTRADIÇÃO
Como inverter o sentido deste movimento? Como cortar esse círculo vicioso desagregador e estéril? Será que, como dizem os conciliadores, a solução está no meio da contradição repressão/liberdade? Não, o rompimento com este círculo vicioso se dá com a compreensão de que a contradição “liberdade e repressão” é falsa, que só serve para a desorientação pedagógica, dissipando sua energia criadora. Que a verdadeira questão que se coloca para a construção do trabalho de sala de aula se refere à participação coletiva e ativa.
PARTICIPAÇÃO ALIENADA E PASSIVA
Participação alienada e passiva é o que caracteriza a ”integração” do aluno, de forma geral no processo educacional como um todo. É um dado de partida, que existe objetivamente e que não é específico de uma escola. Quando colocamos que o “aluno alienado” é nosso ponto de partida, estamos nos referindo a um amplo processo social que torna a pessoa como objeto, que embrutece os seus sentidos, que a torna egoísta e preconceituosa, competitiva e agressiva, incapaz para um relacionamento cotidiano de respeito franco (não formal) e coletivo. E como tal atinge tanto os alunos quanto os professores.
Temos, na sala de aula, tantos microcosmos quantas forem as pessoas lá presentes, cada uma com sua história, seu quadro de valores, suas expectativas e ansiedades, seu potencial intelectual, suas situações afetivas (remotas e recentes), suas idéias e crenças, sua visão de mundo, sua classe social, tipo físico, sua participação em grupos exclusivos (que às vezes possuem até linguagem), etc. O processo de alienação e objetivação transforma todas estas diferenças em elementos de competitividade e fechamento. E as desigualdades, mesmo que ocorram entre “iguais” (como os alunos), transformam-se em verdadeiros abismos que separam brutalmente as pessoas umas das outras. Acrescente-se a este mundo um elemento, o professor, cuja função se destaca e se diferencia por sua própria dinâmica e teremos uma brutal separação: a “terra de ninguém” que separa as duas trincheiras é exatamente esta alienação.

Este processo de objetivação não separa apenas as pessoas umas das outras. Separa uma pessoa, também, de si própria. Os nossos destinos se desenvolvem sem que neles tenhamos quase que qualquer interferência. Eles já se encontram determinados por um jogo cego e inconsciente que independe da vontade de seus participantes: os alunos lá estão porque a família assim determinou a esta determinação familiar não se origina numa escolha de valores humanistas, mas geralmente de uma concepção “financeira”, de manutenção ou de ascensão de status. Já o professor, que descaminhos o conduziram para a sala de aula, onde o desânimo, a passividade, a quase completa falta de estímulos predomina? São quase inexistentes os impulsos conscientes que motivam o indivíduo a compor a sala de aula, seja aluno ou professor. Porém eles estão lá, “forçados”, contra a vontade, submetidos a um mecanismo cego e incompreensível. É este processo automático e mecânico da alienação que toma a participação em sala de aula (tanto do aluno como também do professor) totalmente passiva.

Esta separação brutal dos indivíduos e a sua passividade mecânica são processos objetivos que brotam diretamente do organismo social. As pessoas isoladamente não são culpadas, a culpa encontra-se na relação social, que estrutura as pessoas sob a violência objetivada. Ora, como podemos ter a ilusão de que um dos participantes deste turbilhão, o professor, consiga desencadear um processo de aprendizagem num universo tão diversificado quanto este? Se suas palavras não têm o mesmo significado para as diferentes pessoas, se as expectativas são as mais diversas, se o próprio conteúdo que o professor pretende passar não tem nada a ver com a realidade de cada um, sendo que, muitas vezes, o próprio professor não sabe justificar o porquê daquele conteúdo, a não ser com saídas evasivas como “é matéria obrigatória”, “vai precisar no vestibular”? Como dizem que há educação, se cada um mal conhece interesses imediatos, preconceitos, superficialidade, funcionalidade? Se a vida tem que ficar de fora? Se não há respeito pelo desejo de aprender de alguns, por parte daqueles que, em nome de uma pseudo-liberdade, entregam-se a um vandalismo educacional?
Ao não perceber que o processo de alienação e objetivação é um processo social, que se dá nas relações entre as pessoas, o professor sucumbe, passa ver nos alunos a culpa, ao invés de compreendê-los como vítimas que, igual a ele, encontram-se triturados e amortecidos pela “morte em vida” da alienação. A partir deste ponto o professor cai de cabeça nesta inconsciência coletiva. Já não consegue distinguir entre liberdade e desrespeito coletivo, não se interessa mais em motivar os alunos. Perde a sensibilidade de aprofundar o que é de interesse geral e se perde em minúcias ou interesses particulares. Porém educar é romper esta cadeia de alienação, é ativar o corpo e a mente, é desenvolver todas as potências lógicas e afetivas, é fazer funcionar “cada um dos 16 bilhões de neurônios”, verdadeiras usinas nucleares de criatividade. Então, como educar?
PARTICIPAÇÃO COLETIVA E ATIVA
Ora, se a culpa é de relação entre os indivíduos isolados, é esta relação que deve ser o nosso alvo prioritário. Se as pessoas encontram-se brutalmente separadas, se existe “uma terra do ninguém” entre elas, é necessário atravessá-la, quebrar os muros de bloqueio, unir os microcosmos num universo criador. É necessário resgatar a humanidade perdida, quebrar o automatismo e a passividade da participação, tornando as pessoas conscientes e senhoras de seus destinos.

Repetindo: se a culpa é da relação social, é necessária transformá-la, em nossa escola e na sala de aula. Criar uma nova relação educacional entre os agentes da nossa comunidade. É esta nova relação que vai gerar novos homens. A participação alienada e passiva devemos, pois, opor a participação coletiva e ativa.

O aspecto coletivo da participação deve ser visto, não como um processo despersonalizador mas, pelo contrário, como o principal instrumento de construção de individualidade. Se a realização da humanidade e das pessoas acontece quando elas sentem que contribuem para a construção da felicidade coletiva; se a felicidade nunca pode ser encarada como um bem individual, mas sim um bem coletivo; se o “mal” não reside nas pessoas, mas nas relações entre as pessoas então, a construção de coletividade onde estas relações se transformam, perdendo seu caráter embrutecedor, onde as pessoas se respeitam francamente, onde o relacionamento não seja intermediado por preconceitos e agressões, onde o homem deixa de ser uma coisa, é o meio mais eficaz de ser formar individualmente participantes de forma ativa e responsável.
DINÂMICA INTERNA DE SALA DE AULA
O fator predominante na dinâmica interna em sala de aula é o posicionamento do professor. A medida que o professor vai se posicionando, as coisas vão caminhando. Porém é preciso que sejam repousados em conhecimentos transmitidos, como também no modo de transmissão do professor.
O melhor livro didático poderá ser inadequado e o trabalho ficará comprometido, pois ele apenas propõe caminhos, estimula buscas, sugere roteiros que, no entanto, podem despertar amplas e fecundas possibilidades. A maior parte dos livros didáticos apresentam apenas uma face da realidade, não falsa, mas muitas vezes, pouco representativa para a maioria dos alunos.
A transmissão de um conjunto de conhecimentos desvinculado do cotidiano deles ou a quem se destina, de um saber pronto e acabado, sempre ocupou o primeiro plano das preocupações de muitas escolas voltada basicamente para a consolidação e manutenção da dominação econômica, política e ideológica da sociedade capitalista. Ao contrário de levar os alunos a um conhecimento mais profundo da realidade e a um posicionamento crítico frente a essa realidade, a aula na maior parte das vezes, parece servir apenas a propósitos de memorização.

Há professores que parecem esquecer que para a assimilação dos assuntos, importa não só a quantidade como também a qualidade dos conteúdos. O relacionamento com a realidade vivencial do aluno é necessária a fim de levá-lo a pensar criativamente, a resolver problemas, a manipular idéias, a fim de proporcionar-lhe também liberdade para explorar e experimentar, em fim, de conduzi-lo á reflexão e a ação. É de suma importância a presença do professor na prática diária de sala de aula, pois cabe a ele a tarefa, tão necessária, deve fazer com que o conteúdo do livro didático torne-se reflexo dos diferentes pontos de realidade que é dinâmica e mutável.
“(...) Aquelas respostas a que o aluno aspira, tem necessidade de ser guia do professor.”

Reformular e enriquecer cada conteúdo, desenvolvido e facilitando a capacidade de percepção, aprender uma totalidade mas ampla e universal pois somos nós, professores, os responsáveis pela consciência crítica que nossos alunos obtém entre outras situações, pela vivência coletiva, pela pesquisa do livro didático, da maneira cômoda adotado por alguns professores não permite que tal fato ocorra.

Indagações a respeito do plano de curso que leva em considerações os conteúdos abordados, os objetivos a serem atingidos e as estratégias a serem empregadas em cada unidade, anexo ao livro didático. Verifica se que o trabalho de alguns professores se limita a reproduzir tópicos de programas de ensino. Estes professores se fazem “repetidos” pois não interrogam-se sobre aquilo que transmitem, e os alunos, sobre o que executam.
Cabe ao professor preparo e senso crítico para a adaptação dos conteúdos metodológicos de ensino e avaliação da realidade da clientela escolar. Parece existir uma preocupação acentuada de alguns professores em preparar os alunos para as provas. Não procuram relacionar com a aprendizagem anterior e a realidade vivênciada pelos alunos, fazendo com que os conteúdos do livro didático, muitas vezes, pareçam abstratos e de difícil compreensão.

Os professores eliminam a etapa reflexiva da leitura ao fazer com que os alunos se encaixem na interpretação fornecida no manual do professor, certa, pronta e acabada. Fica reforçada a idéia de que o mais importante é a técnica de leitura em si, nada mais. O texto, como é apresentado, não ajuda a desenvolver nos alunos a reflexão, a criatividade e a criticidade. Transformando-os em consumidores passivos de mensagem. Professor é aquele que guia e que tem autoridade para guiar. É preciso reagir elevar os alunos a problematizarem, questionarem e aprovarem com criatividade.

É preciso que o professor ouça e se faça ouvir, faça com que os alunos não só compreendam as idéias vinculadas pelos autores mas, os levam também a posicionarem-se diante delas, dando início ao confronto das idéias evidenciadas. A partir da dinâmica interna de sala de aula, do relacionamento professor-aluno, é possível também descobrir formas de influenciar a dinâmica externa para tentar modificá-la e não apenas constatar sua existência. Neste enfoque, a utilização do livro didático, a análise da transmissão do conhecimento pelo professor diz respeito não somente ao “como”, mas principalmente ao “que” e ao “quando” se ensina. Deve partir em primeiro lugar do reconhecimento do contexto do qual e a partir daqui uma certa mensagem esta sendo transmitida.

O professor deve ser aquele que vai buscar caminhos, formas de organizar e executar o trabalho pedagógico que respondam a uma nova concepção de educação, que definam outros fins e que exijam novas metodologias. Nesta nova postura, o livro didático, a mensagem transmitida por meio da linguagem oral e escrita tem outro sentido, partido do aluno real que vive numa sociedade real, os fins últimos são a instrumentalização do aluno para a modificação da sociedade. Este processo ocorre na medida em que o professor e o aluno, ao utilizarem o livro didático. Sintonizam o conteúdo discutido com o contexto escolar e cultural mais amplo.
Utilizando-se de estratégias variadas, alguns professores procuram trabalhar os mesmos assuntos de novas formas, não tornando o assunto cansativo, cada nova unidade exercícios de revisão já vistas. “(...) Aprende-se muito através do uso de procedimentos e atividades variadas e, principalmente da discussão dos erros (... )” - professor. Dependendo da ocasião, aponta-se fontes complementares para os assuntos estudados, incentiva-se o uso da biblioteca mostrando-se, de certa maneira, abertos a intervenção dos alunos.
Uma das formas para resolver o problema da dificuldade de certos exercícios que constavam no livro é aumentar o número de exemplos até se tornarem familiares aos alunos. Através dos mais variados exercícios, o aluno pode aprender e chegar a conclusões normativas, anulando o trabalho de pura repetição. Na correção dos exercícios, transcrever todas as questões no quadro e a parte de sua análise e correção, utilizar dos acertos e dos erros para ensinar os alunos a encontrarem os “concertos” possíveis, a compreenderem melhor, assim diminuía a possibilidades de repetição mecânica.
Partindo de situações típicas de mensagens orais e mesmo gírias, pedir aos alunos que a traduzam para a linguagem formal e vice–versa. A valorização da própria linguagem dos alunos, mostra-lhe a diferença entre linguagem coloquial (formas de expressão de acordo com a cultura que pertencem) e a linguagem culta (de acordo com as normas gramaticais). Para a correção das falhas é preciso naturalidade de expressão e a espontaneidade na comunicação.

Após a determinada leitura de um texto didático observou-se série de rupturas, em relação ao texto original, haviam contradições entre a realidade textual e o contexto relacionado com a vivência dos alunos. Devemos procurar ser cada vez mais ligações em nossas idéias e atividades. Antes de abordarem qualquer texto, os professores devem preparar o tema, procurar despertar o interesse da classe para o tema falando sobre o autor, discutindo a importância ou a atualidade do assunto ou ainda comparando-a com a experiência pessoal dos alunos. O professor pode pedir comprovação, fazendo perguntas do tipo: “como você pode justificar essa resposta”. Não se deve constatar com a simples obtenção da resposta certa.
Percebe-se que as respostas no livro do professor constitui apenas uma sugestão, pois os professores aceitam dos alunos respostas que revelem ser possíveis diante de um texto, mesmo que não corresponda exatamente ao que constata no manual. Na verdade é com as suas experiências pessoais que o aluno constrói a síntese da sua própria conclusão. Devemos levar o aluno a se conscientizar de que os exercícios sobre um material escuro não objetiva a simples guarda ou memorização, mas o compreender e a crítica.

Construção da participação coletiva e ativa:
- Ao professor cabe, pois dirigir o processo de construção de coletividade da sala de aula. E esta direção não pode ser guiada pelos parâmetros de contradições liberdade/repressão, mas sim pelos da coletividade/alienação. O professor como coordenador do processo não pode ser omisso, mas profundamente ativo.

Relacionamento:

- Muitos professores costumam deixar levar-se por situações que não são significativas para toda a classe, mas apenas a um pequeno grupo e até, para um só aluno. Não deve perder de vista nunca o trabalho coletivo e a partir dele dar respostas as diferentes solicitações, evitando sempre que uma só se imponha as outras, mesmo que partindo dos mais brilhantes alunos.
O educador deverá estar atento para os preconceitos, que são os fatores de marginalização, frutos da ideologia dominante. Há que agir sobre eles sem discursos cansativos, mas com firmeza e decisão suficiente que demonstram claramente o erro e que abre o caminho da correção. Há que estar atento aos alunos mais frágeis, que escapam a coletividade ou que resistem a ela, e saber desenvolver uma ação paralela de orientação, dar ao aluno condições de compreender as origens de seus desvios e que permitam a superação dos mesmos.
A construção do relacionamento humano é fundamental para o processo educativo. Os próprios alunos percebem que uma classe unida, onde há calor humano, respeito aceitação, é motivo de “dar gosto de vir para escola”, ajudando, inclusive, a lidar com seus defeitos.
A construção da coletividade em sala de aula e da escola não tem nada a ver, devido a massificação. Pelo contrário, quando o professor se volta para o trabalho coletivo e tem nele a principal referência, é quando melhor vai poder avaliar os seus alunos e a si mesmo, como integrantes da verdadeira prática libertadora.

AUTO-QUESTIONAMENTO

A construção da coletividade na sala de aula exige um auto-questionamento constante do professor. “Será que tenho convicção de que estou transmitindo algo importante para os meus alunos, ou considero que a matéria que ensino é chata ou de pouca importância para a vida deles? Tenho me preparado (dentro das limitações) para as aulas ou vou apenas pelas experiências dos anos anteriores? Tenho procurado formas adequadas de trabalhar o conteúdo? Que tipo de relacionamento tenho tido com os alunos (em termos de maioria): confronto, defesa, agressão, compreensão, afetividade, competição, hostilidade, poder, ameaça ou amizade, respeito, diálogo, interesse, incentivo, desafio construtivo, motivação? Tenho jogado a culpa só nos alunos: vocês são alienados, individualistas, consumistas, irresponsáveis, bagunceiros, infantis, eximindo-me de qualquer responsabilidade? A consciência crítica começa pela autoconsciência.”
DIÁLOGO E PODER
Um relacionamento novo na construção da coletividade só se fará pelo diálogo franco; a professores que estão dando aula apenas por uma necessidade econômica, ou não tem afinidade psico-afetivas para trabalhar com tal faixa etária, ou que cometam erros no decorrer do processo; que tem limitações sensíveis, etc. Por mais difícil que possa ser este tipo de diálogo é muito importante, pois as contradições podem aparecer e fica mais fácil, tanto para a classe, quanto para o professor, trabalhar com elas.
Para haver diálogo verdadeiro não pode haver formas agressivas de pressão e de poder. Isto é quase impossível na escola, pois o professor detêm o poder numa série de situações (notas, advertências, etc.). Entretanto, considerando o objetivo comum de melhorar as aulas, o professor deverá abrir mão, o mais possível de algumas destas formas de poder. Por outro lado, o poder pode ser utilizado, de forma não agressiva, para o bem da coletividade. Para tanto, deve ser legitimado por essa coletividade e novamente a legitimação é o diálogo. É necessário que cada ato deste poder tenha o seu conteúdo o mais claro possível.

Por que deve haver necessidade de exercer este poder? Devemos estar atentos para o fato de que quando se inicia um processo de transformação, a primeira resposta pode não ser a melhor, pois é fruto de autoritarismo assimilado, lembrando a questão do opressor e do oprimido, levantada por Paulo Freire. De modo geral podemos dizer que, se fossemos identificar opressor e oprimido numa sala de aula, os alunos ficariam como oprimidos. Pois, cada oprimido “hospeda” um opressor dentro de si (modelo que foi assimilado pela própria educação hierarquizada).Temos que reconhecer que temos limitações, mas também muitas possibilidades inexploradas pedagogicamente.


CONDIÇÕES INICIAIS DE TRABALHO
Para que o trabalho em sala de aula possa se desenvolver, há necessidade de se terem condições mínimas favoráveis; estas condições devem ser construídas pelos elementos participantes do processo educativo; deve-se destacar que a responsabilidade pela obtenção desse ambiente de trabalho é tanto do educador quanto dos educandos: freqüentemente esperamos que outros, os superiores nos passem as ordens, pois vivemos numa sociedade marcada pelo mando e desmando, estruturada de cima para baixo. A sociedade é dominada pelos adultos; na sala de aula o professor representa o mundo dos adultos e isso já contribui para a criança ou jovem. Ter um tipo de comportamento semelhante aquele que ele tem fora da escola com os adultos que o rodeiam (agressão gratuita). As relações que são estimuladas geralmente são as de obediência, submissão, silêncio, enfim de repressão de toda possibilidade de manifestações interior mais autênticas e criativas.
O que fazer? Existem inúmeras variáveis envolvidas no processo, mas o fato é que queremos e precisamos dar nossas aulas, e da maneira mais satisfatória possível. Apesar que, aparentemente, a partir do velho a perspectiva é nova: a superação do velho; o que não pode ocorrer é parar no meio do caminho, pois aí seria, de fato, o velho. Não podemos partir do pressuposto do falso, que todos os alunos sabem por que estão na escola, na cabeça deles há uma mistura entre bagunça e espaço para liberdade.
CONCLUSÃO
O professor tem uma proposta, sendo em grande parte de sua responsabilidade, garantir que ela aconteça, uma vez que sabe onde quer chegar, sabe o que quer e está comprometido com o trabalho; assim não basta ensinar, deve estar atento para que o ensinado seja aprendido (só há ensino quando há aprendizagem).

Uma classe é um conjunto de pessoas diferentes; neste ponto entra a necessidade da clareza, para poder assumir um certo grau de firmeza quando for preciso. “Não se trata do fim justifica o meio”, mas de usar o meio preciso, coerente com o fim, numa visão de totalidade. Não se perde a ternura quando se sabe porque se endurece. Vale lembrar a frase de Santo Agostinho “Odeie o pecado, mas ame o pecador”.
Essas considerações são apenas indicações de início de trabalho. Efetivamente o grande desafio é a construção da proposta educacional no seu cotidiano de sala de aula; aí sim é que teremos que possibilitar a superação de uma participação passiva e alienada por uma participação ativa e coletiva; entendemos que sem um clima de trabalho, por melhores que sejam as intenções, nada se fará de significativo. Trata-se de lutar contra aquilo que impede a efetivação da educação libertadora. É necessário uma tomada de posição do educador diante do ato educativo: assumir uma postura pedagógica fundamentada. Trata-se realmente de defender um tipo de educação educativa. Construção da participação coletiva e ativa supera a pseudo-educação do repressor, supera também os limites da sala de aula e se abre para um compromisso de transformação da sociedade.
Pela proposta não queremos formar populistas de belos discursos e práticas fascistas. Desejamos contribuir na formação de pessoas competentes em conhecimentos, inseridas e comprometidas com a realidade, humanizadas, capazes de gerar uma sociedade nova.
A nova sociedade é sonho, utopia e horizonte, mas plenamente realizável. É sociedade onde o saber, o poder, o possuir e o viver sejam plenamente socializados.

BIBLIOGRAFIA
GRAMSCI. Os intelectuais e a Organização da Cultura. 4ª ed. Rio de Janeiro, Civilização brasileira, 1992.
LIMA, L. C. Vasconcelos. C S – Revista Ação Pedagógica. Número 01. São Paulo, 1984.
VASCONCELLOS, C. S. Subsídios Metodológicos para uma Educação Libertadora na Escola. São Paulo, Libertad, 1999.
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