sexta-feira, 18 de março de 2011

LOGÍSTICA EMPRESARIAL

Prof. Esp. Alcenisio Técio Leite de Sá

LOGÍSTICA EMPRESARIAL é um termo recorrente nos negócios e no meio acadêmico. A razão é simples: geração de redução de custos nas empresas e melhores serviços aos clientes. As empresas sabem que os ganhos podem ser aumentados com o planejamento e o gerenciamento eficaz de suas atividades e que o investimento em pessoas, processos e tecnologia tem rápido retorno.
LOGISTICA VERDE também conhecida como Logística Reversa que é a área da logística que trata dos aspectos de retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo. O objetivo principal da logística verde é o de atender aos princípios de sustentabilidade ambiental como o da produção limpa, onde a responsabilidade é do "berço à cova" ou seja, quem produz deve responsabilizar-se também pelo destino final dos produtos gerados, de forma a reduzir o impacto ambiental que eles causam. Assim, as empresas organizam canais reversos, ou seja, de retorno dos materiais seja para conserto ou após o seu ciclo de utilização, para terem a melhor destinação, seja por reparo, reutilização ou reciclagem. A Logística Verde será um referencial importante para as empresas no Brasil que queiram ter um diferencial competitivo no mercado que competem, acreditem nisso. Um abraço logístico para você.

Nos últimos anos, tenho constatado que a palavra logística vem sendo utilizada com uma certa freqüência, o que é um bom sinal. No entanto, percebo que, algumas vezes, ela é aplicada de forma inadequada, pois o seu conceito ainda não é totalmente entendido. Em minhas atividades profissionais, em aulas, palestras ou simples conversas sobre o assunto, sempre procuro me esforçar para tentar explicar, de forma simples, o que vem a ser logística. Visando conciliar o embasamento teórico com a vivência prática, reuni alguns livros de autores que considero importantes sobre o tema e procurei descrever os conceitos básicos sobre o assunto. O que é Logística? Resumidamente, pode-se dizer que a função primordial da logística é colocar o produto certo, no local correto, no momento adequado ao menor preço possível, desde as fontes de matéria prima até o consumidor final. De acordo com Ballou (1993), a logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem, que visam facilitar o fluxo de produtos. Novaes (2004) descreve que a logística agrega valor de lugar, de tempo, de qualidade e de informação à cadeia produtiva, procurando ainda eliminar do processo tudo o que não tenha valor para o cliente.

O CLM (Council of Logistics Management) define logística como o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor. Martins (2003) refere-se a logística como sendo a responsável pelo planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mercadorias e informações desde a fonte fornecedora até o consumidor final. Quais são as atividades da Logística? Na análise de Ballou (1993), a logística pode ser entendida como a integração da administração de materiais com a distribuição física, sendo que as duas grandes etapas do processo logístico são o suprimento físico (administração de materiais) e a distribuição física, podendo essas etapas serem divididas nas atividades de transporte, manutenção de estoques, processamento de pedidos, obtenção, embalagem protetora, armazenagem, manuseio de materiais e manutenção de informações. Para Martins (2003) os processos logísticos começam na atividade de planejamento (oferta e demanda), passam pelas atividades de gerenciamento das fontes de suprimento (compras), de processamento (produção), de transporte até o cliente (distribuição) e do gerenciamento do relacionamento da empresa com o cliente (pós-venda). Viana (2002) considera que o processo logístico é composto pelas atividades de administração de compras, planejamento de estoques, movimentação e armazenagem de materiais e transportes. Pode-se então entender que os processos logísticos consideram as principais atividades relacionadas ao suprimento de materiais e informações necessárias ao atendimento das necessidades dos usuários finais.

O RECONHECIMENTO DA LOGISTICA

A logística está no nosso dia-a-dia. Uma perua distribuindo cigarros ou outros produtos está fazendo logística. Existe a espinha dorsal, que é o projeto de logística em si, mas ele pode sofrer interferência de clima, forma de distribuição, tamanho de cidades, etc. Isso é logística. Para entender o que ocorre no Brasil, é preciso voltar um pouco no tempo, coisa de dez anos, quando começamos a falar em abertura econômica, seguida pela estabilização econômica. A abertura deu algo que o brasileiro tinha perdido: parâmetros. Não sabíamos o que era caro ou barato. Com a expansão das nossas importações, a grande coisa que fizemos foi aprender a comparar. Isso foi o prenúncio da logística de hoje.O segundo fator foi a estabilização econômica, que acabou com a famosa ciranda financeira, onde as empresas ganhavam por sorte. Era comum as grandes empresas construírem depósitos monstruosos para armazenar produto acabado e matéria-prima e ganhar na virada do mês. Com a estabilização, as indústrias começaram a pensar em melhorar a competência produtiva. O que é isso? É dedicar-se basicamente ao que se faz melhor - no caso da indústria é produzir. O que se faz para garantir competitividade é, entre outras coisas, disponibilizar o produto para venda.

Outro ponto importante é a revolução que ocorre hoje com as lojas de 24 horas. Estima-se que a capital paulista, por exemplo, tem atualmente algo como 200 a 250 supermercados 24 horas. Significa que a prateleira tem de ser abastecida o tempo todo. Isso está provocando uma metodologia de distribuição de produtos para atender o cliente. Nessa perspectiva, a logística possibilita à empresa aumentar sua participação no mercado. Há dois anos, pesquisa feita na Europa, Estados Unidos e Japão mostrou que somente 20% das empresas tinham um departamento ou uma divisão de logística. De lá para cá. O número talvez tenha crescido para 25%. Ou seja, um quarto das empresas do Primeiro Mundo está aplicando a logística.
Coincidentemente, são as grandes empresas de ponta, como as fabricantes de veículos e toda a cadeia produtiva a eles ligada.

Junto com as montadoras há as companhias de alta tecnologia, como as fabricantes de computadores e softwares. Há suprimentos vindos da Ásia, do Brasil e da Europa sendo montados em várias fábricas dos Estados Unidos. Depois é feita a distribuição para o resto do mercado americano. No Brasil, confunde-se o conceito de logística com transporte. Transporte é parte da logística. Somente 0,5% das empresas brasileiras têm departamento de logística. Há ainda o custo do roubo de cargas. Estima-se que, só para gerenciamento desse risco neste país, as empresas gastem - nas grandes cidades - em torno de 6% da receita. As empresas de logística analisam as melhores rotas e modalidades de transporte (aéreo, terrestre, marítimo), tendo em vista custos e segurança. Calcula-se que o custo da logística (armazenagem, transporte e distribuição) representa 6% do valor do produto. Considerando-se nosso PIB industrial de US$ 200 bilhões/ano, chega-se à cifra de US$ 12 bilhões/ano. Esse é o mercado de logística do Brasil. Fica fácil entender por que o Brasil vem atraindo os grandes operadores logísticos internacionais. O que pode apressar um pouco o aumento da presença da logística no Brasil é a expansão do comércio eletrônico, setor já responsável, nos EUA, por 20% a 30% das vendas. O maior site brasileiro recebe 500 mil visitas diárias, enquanto um congênere argentino tem 4 mil visitas por dia. E aqui entra a logística de novo: a expectativa de quem compra por computadores é a rapidez no recebimento da mercadoria. E, para tanto, é imprescindível haver um processo logístico monstruoso.

É aconselhável que as empresas tenham as companhias de logística como seus parceiros. Estas precisam entender a estratégia daquelas, participar da definição da localização de fábricas, armazéns, estar interligadas à distribuição. O Mercosul fornece bons exemplos do potencial de aplicação da logística: grande parte do sucesso do bloco se deve às empresas que atuam principalmente entre Brasil e Argentina. Há empresas que mantêm um depósito na Argentina, outro na fronteira, chamado de facilitador, e a multimodalidade no transporte entre os países. Em dois anos, no máximo, os grandes operadores mundiais estarão atuando no Brasil, diversificando os setores em que já é significativa a presença da logística: veículos, indústrias de alta tecnologia, supermercados. Há algumas particularidades: entre nós, a multimodalidade está distante. A maior parte do transporte é feita por rodovias. Em compensação, como a logística e o comércio eletrônico estão enraizados nas companhias americanas e a presença delas no Brasil é destacadíssima, os negócios instalados aqui tendem a assimilar muito rapidamente os avanços tecnológicos.Dados do IBGE mostram que a produção industrial brasileira cresceu 6,6% no primeiro trimestre de 2010.

Diante disso, as perspectivas da logística no Brasil são totalmente favoráveis. A formação de mão-de-obra especializada em logística é uma necessidade. No Brasil,o profissional que se dedicar a essa carreira terá emprego garantido. Essa é uma atividade que tem todas as condições de contribuir para o desenvolvimento econômico do Brasil.

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