segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

MOTIVAÇÃO GERENCIAL

O PAPEL DO GERENTE NO PROCESSO DE MOTIVAÇÃO
Nos dias atuais o processo de motivação, por parte dos gerentes, deve ser visto como um dos fatores determinantes para o sucesso de qualquer organização.
Por exemplo, na hierarquia de uma loja, você sabe dizer:
Qual é o papel do gerente nesse processo?
- Como ele deve agir com sua equipe de vendas para obter seu melhor desempenho?
- Como ele pode cuidar de todo esse processo?
- Quando ele deve dar por encerrado o processo de motivação?
- Se uma rotina de manutenção pode influir no processo?
- Quais informações o gerente deve coletar e como utilizá-las?
- Quais as barreiras que ele enfrentará nesse processo?
- O que fazer para aumentar a motivação?
Não sei se as respostas que darei serão satisfatórias, mas acho que talvez sejam um bom começo, para você que tem uma equipe para motivar e gostaria de saber.
Todo gerente, de loja ou não, deve repensar seu papel no processo de motivar e incentivar pessoas. A nova visão de liderança tem de inspirar pessoas pelas idéias e pelo exemplo. Idéias têm de ser seguidas: a palavra convence, mas o exemplo arrasta. É muito comum vermos gerentes com idéias fracas de serem praticadas e que, mesmo assim, querem implantá-las. Também vemos aqueles que não dão o exemplo em sua própria conduta. Além disto o gerente deve ser um agente mediador e reflexivo na condução de processos organizacionais, ouvindo, ponderando e buscando uma aplicação. Muitos gerentes são muitos esforçados, porém esforço não retrata resultados positivos: é preciso fazer a competência surgir. Competência é quando transformamos nosso esforço em resultados positivos.
Em termos de metas é necessário avaliar a equipe e fornecer a ela metas possíveis de serem alcançadas, e após o resultado traçar outras estratégias para as novas metas. Gerentes não devem estipular metas onde apenas alguns da equipe possam atingir, pois, toda equipe tem de chegar junta ao objetivo final, motivo pelo qual é chamada de equipe. O método do quadrinho na parede com a foto, nome e título "Funcionário do Mês" causará disputa, e não uma concorrência nutritiva. Todo processo de motivação tem de envolver a equipe. Quando um gerente coloca a foto de um colaborador naquele quadrinho maroto, ele está dizendo, em outras palavras: "Vejam gente, só tivemos um funcionário bom este mês por aqui...". Além do mais, todo processo de motivação precisa de continuidade, estratégias compatíveis e gerenciamento de resultados.
Nós somos seres especiais neste planeta. Já atravessamos 12 milhões de anos por aqui e, a cada seis meses, renovamos todos os átomos de nosso corpo. Somos seres geneticamente concebidos para nos motivarmos e assim tem sido. A motivação de existência e para novas descobertas tem feito de nós, e do mundo, um ambiente diferenciado dentro do Universo. Toda estratégia de motivação não deve, nunca, ser dada como encerrada, mas sim desenvolvida com processos de manutenção.
É como quando alguém descobre detalhes de comportamento que podem fazer de seu parceiro ou parceira, alguém mais feliz e, dentro desta felicidade, aplicar muitas outras coisas nutritivas que possam surgir. Quando damos asas às estratégias de motivação, novas idéias e comportamentos... Avaliar estas novas condutas é o papel da gerência. É através de resultados de experiências de gerenciamento que se escreve a história de qualquer organização e de seus integrantes. Ainda há o fato de que motivação não é algo permanente. É uma atividade com bula e tempo de validade, razão pela qual tem de ser um processo mutante que esteja sempre atuante e aperfeiçoado, compatível com as tendências de mercado e perfil da equipe. Nunca se dá por encerrada uma estratégia de motivação.
Seria como ir para cama dormir, sabendo que não irá acordar no dia seguinte.
É mais até que um processo gerencial: a motivação é um processo genético dos seres humanos, que nos levou e levará sempre a vencermos desafios e adversidades.
Uma das habilidades necessárias ao gerente é que ele tenha amplo conhecimento de sua equipe. Ele pode fazer isto aplicando em seus colaboradores um teste de aptidão - em meu site há um ótimo, e é grátis, basta entrar e aplicar. Todo gerente deve conhecer perfeitamente as competências e aptidões dos membros da equipe, assim poderá melhor distribuir as atividades e colocar os desafios certos nas mãos de pessoas certas.
Vendedores com falha são o reflexo de uma gerência com falhas. O aprendizado e a capacitação são fundamentais antes de colocar alguém em atividade dentro de uma loja, ou de um departamento. Essa história de "vamos fazer assim para ver como fica" já não tem mais espaço entre os clientes. Os consumidores de hoje não têm mais tempo para perder com atendentes despreparados. Ganha a batalha quem mobiliza primeiro, e a grande mobilização do varejo é a capacitação de toda equipe.
Toda vez que faço palestras para equipes de vendas, normalmente acontece o seguinte: o gerente vem, abre o evento, pede licença e se retira; em alguns outros casos ele nem participa... É preciso reconhecer que um cargo de gerência não insere na mente do gerente um chip com os detalhes organizacionais do século: todos nós somos eternos aprendizes. O que ocorre, a partir daí é que, durante a palestra, a frase que mais ouço do público é: "Ah! Se meu gerente ouvisse isso!". Os gerentes têm de aprender a ouvir!
Outro ponto que gostaria de ressaltar é que existe muita concentração nas falhas de vendedores e pouca, ou nenhuma, concentração nos pontos fortes deles. Falhas sempre serão ineficiência de capacitação e preparação dos profissionais. Estes processos têm de ser intensivos, diários e não apenas lembrados na convenção anual da empresa antes da festa de confraternização.
Uma outra grande habilidade que todo gerente deve ter é ser um brilhante coletor de informações. De todo o tipo de informações sobre o comportamento de sua equipe. Acho que gerente que não tem informação, não pode dar opinião. A começar pelo nome dos pais, filhos e esposas de seus subordinados... São necessárias informações que aproximem as pessoas numa convivência de confiança e não que retraiam as pessoas numa conivência para o cumprimento de ordens!
Quanto às barreiras que possam existir nesse processo, acredito que elas só existirão pelo fato de não termos conhecimento o suficiente sobre um determinado fato para aplicar-lhe uma solução. Acho que a maior barreira para os gerentes vem deles mesmos, pois muitos têm dificuldade em atuar com humildade; de fazer sua refeição no mesmo ambiente da equipe; de estacionar o seu carro na vaga da equipe; e, até, de atuar numa baia de trabalho como toda sua equipe.
Todo gerente que tiver a consciência que está ali para aprender e depois aplicar o aprendizado e não apenas ensinar e ser obedecido, dificilmente encontrará barreiras, mas, sim, o apoio da equipe. "Ninguém sabe tudo, apenas o gerente" disse-me certa vez um funcionário de uma grande empresa. E, o pior, é que tenho ouvido tal frase com uma certa constância ultimamente...
A resistência de uma equipe demonstra que alguma ineficiência está ocorrendo por parte da gerência. Hoje têm sido comum algumas organizações colocarem "gerentes de impacto" para atuarem com rigor. Bem, esta atuação tem feito talentos brilhantes pularem para fora da panela das empresas como pipoca e, assim, muitas empresas estão jogando a água do banho com o bebê fora.
Um gerente jamais deve ter um "tipo" de ambiente. Ele deve criar esse ambiente, em conjunto com a equipe. Toda equipe tem de ser ouvida. Afinal de contas, é na diversidade das diferenças que nos aproximamos da verdade de nossas empresas. Criar um ambiente é ter conhecimento pleno daquilo que solicitamos aos outros para fazerem. É dar o exemplo e mostrar os resultados, enaltecendo assim toda a equipe. Toda gerência deve ser holística e aperfeiçoar essa visão sistêmica.
Qualquer gerência deve ser um ponto de aglutinação de necessidades, anseios, idéias e comportamentos. Estes são os ingredientes que um gerente deve colocar em seu tubo-de-ensaio e buscar a resposta certa para a atuação de sua equipe. Hoje existem muitos gerentes aplicando regras de cavalaria na infantaria...
Eu diria para todas as organizações que, antes de nomearem um gerente, o capacitem num índice máximo, constantemente, ou ele será mais um gerente que, todos os dias, terá seu currículo distribuído no mercado pelos membros de sua própria equipe...

Prof. Esp. Lic.em Direito,economia e Administração tecioleite@bol.com.br

BOBBIO E A ERA DOS DIREITOS

Prof.Esp.Lic. Alcenisio Técio Leite de Sá

Bobbio chamou de a Era dos Direitos, uma longa caminhada da humanidade em direção a maior liberdade e maior igualdade possível. Começa por afirmar que as Constituições modernas se baseiam na proteção dos direitos do homem, cuja proteção depende da paz e da democracia. Dessa forma, a paz, os direitos do homem e a democracia formam, conjuntamente, momentos interdependentes, onde um é pressuposto do outro. O que o problema atualmente não se encontra em definir ou fundamentar a natureza dos direitos do homem, e sim em saber qual a maneira mais eficaz de defendê-los.

Bobbio suscita diversas vezes o problema do reconhecimento dos direitos do homem, enfatizando que após a Segunda Guerra Mundial é que esse problema se internacionalizou, passando a abranger todos os povos.

Partindo de conceitos trazidos por Kant, Bobbio afirma que, do ponto de vista da filosofia da história, a preocupação atual com o fato de os direitos do homem poderem ser interpretado como um “sinal premonitório” do progresso moral da humanidade.

O crescimento dos direitos sociais está diretamente relacionado à transformação da sociedade, uma vez que as inovações técnicas e o progresso econômico fazem surgir novas necessidades sociais.

Segundo Kant, a Revolução Francesa representou a primeira vez que houve exercício do direito do povo de decidir seu próprio destino (direito de liberdade em um de seus sentidos), ou seja, “o direito que tem um povo de não ser impedido por outras forças de dar a si mesmo uma Constituição Civil que ele crê boa”

O autor enfatiza o marco histórico representado pela Revolução Francesa, visto que esta representou o fim do regime feudal e a aprovação da Declaração dos Direitos do Homem. A Declaração foi precedida pelos Bill of Rights, que eram declarações de algumas colônias norte-americanas contra a metrópole. Atualmente, a responsabilidade do ser humano assume dois significados: o primeiro de levar em conta as conseqüências do próprio ato e; o segundo, responder pelas suas ações ante seu próximo. Ainda se refere-se à ambigüidade da história, dizendo que hoje essa ambigüidade é maior do que nunca. Procura esclarecer se o mundo dos homens dirige-se para a paz universal ou para a guerra.

Segundo o autor, toda a história do pensamento político distingue-se no direito à resistência,e que o problema da resistência à opressão torna-se novamente atual em razão da “contestação”. Tanto a contestação quanto a resistência são formas de oposição extralegal e deslegitimadora.Bobbio enfatiza que a resistência é o oposto da obediência, esta como atitude passiva e, ainda, que a contestação é o oposto da aceitação (atitude ativa).

Segundo o autor, as discussões sobre a abolição da pena de morte mal começou. Antigamente, já utilizava-se da pena de morte para satisfazer a vingança, justiça e segurança da comunidade diante do criminoso. Inicia o autor aduzindo que, judicialmente, o maior debate sobre a pena de morte na atualidade refere-se em saber se é moral e/ou lícito, por parte do Estado, matar e punir, ainda que respeitadas todas as garantias processuais próprias do Estado de Direito.

O autor salienta que hoje, o conceito de tolerância é generalizado para o problema da convivência das minorias étnicas, raciais, para aqueles que são chamados de “diferentes”. Uma coisa é o problema da tolerância de ciências e opiniões diferentes; outra é a tolerância em face de quem é diferente por razões físicas ou sociais, o que leva ao preconceito e discriminação.

Argumenta o autor,que quem crê na bondade da tolerância o faz porque crê na sua fecundidade, e considera que o único modo de fazer com que o intolerante aceite a tolerância é o reconhecimento do seu direito de se expressar. Aduz, ainda, que um intolerante perseguido e excluído jamais se tornará um liberal.

Prof.Esp.Lic.Direito economia e Administração Alcenisio Técio Leite de Sá - tecioleite@bol.com.br

A ARTE DE ENSINAR E A ARTE DE APRENDER

Prof. Esp. Alcenisio Técio Leite de Sá

Entre a arte de ensinar e a arte de aprender existe uma grande diferença, não obstante acharem-se ambas intimamente vinculadas. Em geral, quem começa a aprender o faz sem saber por quê; pensa que é por necessidade, por uma exigência de seu temperamento, por um desejo ou por muitas outras coisas, às quais costuma atribuir esse porquê. Mas quando já começa a vincular-se àquilo que aprende, vai despertando nele o interesse e, ao mesmo tempo, reanimam-se as fibras adormecidas da alma, que começa a buscar, chamando ao estudo, os estímulos que irão criar a capacidade de aprender.

Porém, que é o que o ser aprende, e para que aprende? Eis aqui duas indagações às quais nem sempre se podem dar respostas satisfatórias. Aprende-se e continua-se aprendendo, adquirindo hoje um conhecimento e amanhã outro, de igual ou de diversa índole. Primeiro se aprende para satisfazer às necessidades da vida, tratando de alcançar, por meio do saber, uma posição, e solucionar ao mesmo tempo muitas das situações que a própria vida apresenta. Quando se completa a medida do estudo, parece como se na mente se produzisse uma desorientação: o universitário, ao conquistar seu título, aquele outro ao culminar sua especialização. Enfim, quando essa vida de estudos está terminada, começam as atividades nas diferentes profissões, o que paralisa a atividade anterior da mente dedicada ao estudo; muitos até chegam a esquecer aquela constante preocupação que antes tinham, de alcançar cada dia um conhecimento a mais, encontrando-se como os que, tendo fi­nalizado o percurso de um caminho, não sentem a necessidade de dar um passo além, por não acharem o incentivo de um objetivo capaz de o propiciar. Eis aí uma das causas de onde pro­vém tanta desorientação nos seres humanos.

A arte de ensinar consiste em começar ensinando primeiro a si mesmo

De outra parte, os que, além dos estudos da profissão aprendem outras coisas, o fazem muitas vezes sem ter disso verdadeira consciência. Acumulam este, esse e aquele conheci­mento, mas depois – salvo exceções – não sabem o que fa­zer com eles; não sabem usá-los em seu próprio bem, nem no bem dos demais. Assim é como vêm aprendendo ao acaso, em uma e outra parte, sem ter um guia que os leve para uma meta segura e lhes permita fazer de tudo uma aprendizagem útil para si mesmos e para seus semelhantes.

Ao dar a conhecer seus ensinamentos, a Logosofia manifesta que existe uma imensidão desconhecida para o homem, na qual este deve penetrar. Dá a conhecer, além disso, que enquanto se interna nessa imensidão que é a Sabedoria, isto é, enquanto aprende, pode também ensinar, porque a arte de ensinar consiste em começar ensinando primeiro a si mesmo, ou, dito de outro modo, enquanto de uma parte o ser aprende, aplica de outra esse conhecimento a si mesmo e, ensinando a si mesmo, sabe depois como ensinar aos demais com eficiência.

Dissemos no começo que a arte de ensinar é muito diferente da arte de aprender. Com efeito, tratando-se do conhecimento transcendente, que é o que guia para o aperfeiçoamento, não se pode ensinar o que se sabe, se, ao fazê-lo, não vai refletida, como uma garantia do saber, a segurança que cada um deve dar com seu próprio exemplo. Eis aí, justamente, onde começa a tornar-se difícil a arte de ensinar, porque não se trata de transmitir um ensinamento, ou de mostrar que se sabe isto ou aquilo; quem assim fizesse, se converteria em um simples repetidor do ensinamento, em um autômato, e seu labor careceria de toda eficácia. Já é outra coisa, quando através da palavra de quem ensina, coincidente com seus atos, vão se descobrindo qualidades relevantes; e outra coisa é, também, quando, no que escuta e aprende, vai se manifestando a capacidade de assimilação; então, o que aprende, aprende de verdade, e quem ensina, ensina com consciência.


Um ensinamento pode ser transmitido bem ou mal pelo que ensina, mas, o fato de transmiti-lo mal não tem porque implicar má intenção ou má vontade; comumente é transmitido de forma errônea, por não o haver entendido bem, vivido e incorporado a si mesmo. Quem faz isto não possui, certamente, o domínio do ensinamento, que permite não esquecê-lo mais; e está longe de ser como aquele que, de posse de uma fórmula, pode reproduzir a qualquer momento o conteúdo da mesma. Esquece o ensinamento quem não teve consciência dele e, por tal causa, acha-se na mesma situação do que aprende. Estas particularidades da arte de ensinar e da arte de aprender devem ser tidas sempre muito em conta.

Quando se aprende deve-se sempre situar a si mesmo na posição mais generosa, qual seja a de aprender sem mesquinhez, a de aprender para saber dar, para saber ensinar...

Para cultivar estas artes, quando se aprende deve-se sempre situar a si mesmo na posição mais generosa, qual seja a de aprender sem mesquinhez, a de aprender para saber dar, para saber ensinar, e não com objetivos egoístas, fazendo-o para usufruto próprio, exclusivo, que é, em último termo, a negação do saber.
A Sabedoria logosófica prodigaliza-se, por isso, aos que mais tarde saberão ensinar, aqueles que terão em conta, ao fazê-lo, todos os detalhes que, correntemente, passam inadvertidos e depois travam o entendimento dos seres.
Quem é generoso ao aprender, é generoso ao ensinar; mas nunca terá que se exceder nessa generosidade, pretendendo ensinar antes de haver aprendido.
É mister conhecer a fundo a psicologia humana, para descobrir todos os subterfúgios que existem no complexo e misterioso mecanismo mental do homem.
Quando se inicia a heróica empresa do próprio aperfeiçoamento, é necessário acostumar-se a caminhar com firmeza, sem vacilações nem desacertos, buscando sempre a segurança no próprio conhecimento, e, quando aquela não existir, este deve ser cultivado, para que se consiga obter esses frutos que fazem, depois, a felicidade interna.

Trechos extraídos do livro Introdução ao Conhecimento Logosófico págs.259, 260 e 261

sábado, 27 de dezembro de 2008

AS ORGANIZAÇÕES COMO CULTURA

Prof. Esp. Alcenisio Técio Leite de Sá
Para a finalidade de entender o que são as organizações empresariais é importante frisar que não nos referimos à organização como a atividade administrativa voltada à disposição eficiente dos recursos disponíveis, mas como sinônimo de empresa, ou seja, qualquer empreendimento humano criado e mantido para o atingimento de certos objetivos e obtenção de certos resultados.
A intensa proliferação das organizações é uma marca patente do nosso século. O ser humano, diante dos seus inesgotáveis problemas e da impotência para resolvê-los sozinho, tem "adquirido as soluções" nas organizações. As organizações, por sua vez, sobrevivem dessas "aquisições” feitas pela sociedade. Há nessa interação um aspecto curioso: os interesses do indivíduo e os da organização complementam-se, garantindo a permanência das boas organizações no mercado e a satisfação das constantes e renováveis necessidades do indivíduo.
Em decorrência dessa fusão de interesses sociais e econômicos, o mundo modifica-se e exibe-nos incontáveis organizações políticas, religiosas, artísticas, filantrópicas, fabris, educacionais, comerciais, esportivas, recreativas, culturais e outras. Nelas está fundada a vida do homem moderno, pois é exatamente ali que ele emprega a maior parte do seu tempo, seja participando do seu processo produtivo, seja consumindo os seus bens e serviços.
As organizações não podem ser estáticas, já que são compostas de seres humanos e voltadas para um mercado consumidor em constante mutação. Confrontam-se, assim, duas realidades: uma interna e outra externa. E isso requer uma situação de contínua evolução. O homem compreendeu cedo que se tratava de um animal social; entendeu, por conseguinte, que sua preservação individual estava condicionada ao convívio em grupos. A evolução natural da espécie humana fez compreender que os grupos sociais precisam ser transformados em grupos de pesquisas, pois estamos condicionados a acordos que facilitam e contribuem para a realização dos desejos mútuos.
O trabalho em grupo, portanto, é um fator multiplicativo de idéias e, para obtermos resultados, precisamos interação de forças simultâneas, ou seja, a sinergia.
Qualquer organização existe em decorrência dos fatores
» objetivo, finalidade;
» associação de interesses;
» motivação (motivos pessoais);
» circunstância e clima psicológico (clima, ambiente para tal).
Para a plena interação grupal, precisamos desenvolver uma postura comportamental capaz de reconhecer em cada participante o direito de:
» ser diferente;
» ter idéias próprias;
» conhecer mais.
É preciso disseminar as idéias de que:
» sozinhos somos incompetentes;
» quando questionados e desafiados, enriquecemo-nos;
» quanto mais sabemos, maior é o nosso horizonte do não-saber;
» às vezes é necessário retroagir para avaliar e corrigir os rumos.
tecioleite@bol.com.br

HISTÓRIA DE SAO LUÍS

HISTÓRIA DE SÃO LUÍS Prof. Esp.Alcenisio Técio Leite de Sá

A cidade de São Luís, capital do Maranhão, formou-se na penísula que avança sobre o estuário dos rios Anil e Bacanga, estando a 2º 31` 47`` de latitude, 44º 18`10`` longitude, e a uma altitude de 24,391 m. Limita-se com o Oceano Atlântico, ao Norte; com o Estreito dos Mosquitos, ao Sul; com a Baía de São Marcos, a Oeste.
Fundada em 8 de setembro de 1612, pelos franceses Daniel de La Touche e Fraçois de Rasilly, cujo objetivo comum, dentro do contexto da economia mercantilista, era estabelecer a França Equinocial, a capital maranhense encontra na homenagem ao então Rei da França, Luís XIII, as raízes da sua nomenclatura: São Luís.
Conquistada e incorporada do domínio português, apenas três anos depois de sua fundação pelos franceses (1615), a cidade de São Luís sucumbiria, ainda no decorrer do século XVII, ao domínio holandês. Todavia, assim como acontecera com os fraceses, também os holandeses, batidos em guerra pelos portugueses, seriam expulsos decorridos três anos da invasão, em 1645. E quando se inicia, de fato em definitivo, a colonização portuguesa da antiga Upaon Açu ou Ilha Grande, segundo a denominação tupinambá para a Ilha de São Luís.
Nascida no mar, caracterizada como porto fluvial e marítimo, à semelhança de outras cidades brasileiras da época colonial, a capital do Maranhão desempenhou importante papel na produção econômica do Brasil - colônia durante os séculos XVII e XIX, tendo sido considerada o quarto centro exportador de algodão e arroz, depois de Salvador, Recife e Rio de Janeiro.
Data desta época o conjunto urbanístico de caráter civil que compõe o Centro Histórico da capital maranhense e se constitui num dos mais representativos e ricos exemplares do traçado urbano e da tipologia arquitetônica produzidos pela colonização portuguesa.
Na realidade, a tipologia arquitetônica que corresponde aos séculos XVIII e XIX difere, em muito, das casas em taipa e madeira que caratecterizam os edifícios de caráter civil do século XVII: constituem-se em sólidas construções em alvenaria de pedra e argamassa com óleo de peixe, serralheria e cantarias de lioz de origem européia, e madeira de lei. De qualquer maneira, os mais representativos exemplares da arquitetura de São Luís datam, sobretudo, da Segunda metade do século XIX. Trata-se dos sobrados de fachadas revestidas em azulejos portugueses que se consubstanciam num dos aspectos mais peculiares da expressão civil maranhense.
Formação Administrativa
Elevado à condição de cidade com a denominação de São Luís, em 08-09-1612.
Pela lei municipal nº 17, de 17-12-1896, é criado o distrito de São Luís.
Pela lei municipal nº 17, de 17-12-1896, é criado o distrito de Bacanga.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município aparece constituído de 3 distritos: São Luís, Bacanga e Turu.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município aparece constituído do distrito sede.
Pelo decreto estadual nº 47, de 27-02-1931, o município de São Luís adquiriu o extinto município de Paço do Lumiar.
Em divisão territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município aparece constituído de 3 distritos: São Luís, Paço do Lumiar e São José de Ribamar.
Pelo decreto-lei estadual nº 159, de 06-12-1938, é extinto o distrito do Paço do Lumiar, sendo seu território anexado ao distrito sede de São Luís.
Pelo decreto estadual nº 820, de 30-12-1943, desmembra do município de São Luís o distrito de São José de Ribamar. Elevado à categoria de município com a denominação de Ribamar.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído do distrito sede.
Pelo ato das disposições constitucionais transitórias do estado do Maranhão, promulgadas de 28-07-1947, adquiriu o extinto município de Ribamar.
Pela lei estadual nº 269, de 31-12-1948, é criado o distrito e Anil anexado ao município de São Luís.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 3 distritos: São Luís, Anil e Ribamar.
Pela lei estadual nº 758, de 24-09-1952, desmembra do município de São Luís o distrito de Ribamar. Elevado novamente à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: São Luís e Anil.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VI-1995.
Em divisão territorial datada de 15-VII-1997, o município aparece constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.
Gentílico: ludovicense ou são-luisense.

EMPREENDEDOR:CAUSAS DO FRACASSO

Principais Causas do Fracasso do Empreendedor Brasileiro
Prof. Esp. Alcenisio Técio Leite de Sá

No Brasil cerca de 56% das micros e pequenas empresas abertas, fecham suas portas com menos de 03 anos de vida, por falta de experiência e capacitação.

Causas de insucesso dos pequenos empreendimentos, segundo os micro e pequenos empresários:
1. Falta de capital de giro.
2. Carga tributária elevada.
3. Recesso econômico no país.
4. Maus pagadores.
5. Problemas financeiros.
6. Concorrência muito forte.
7. Escassez de clientes.
8. Falta de crédito.
9. Mão-de-obra sem qualificação.
10. Ponto inadequado.

Causas de insucesso dos pequenos empreendimentos, segundo os consultores do Sebrae:
1. Saque de dinheiro para despesas pessoais.
2. Desconhecimento do mercado.
3. Falta de capital de giro.
4. Concorrência mais ágil e preços melhores.
5. Desconhecimento técnico.
6. Modismo.
7. Baixos investimentos em comunicação com subordinados e sócios.
8. Descontroles contábeis e administrativos.
9. Baixa qualificação da mão-de-obra.
10. Nível de dívidas bancárias insustentável.

Para evitar as causas do insucesso, precisa-se:
1. Conhecer seu negócio profundamente;
2. Preparar um plano de negócios;
3. Administrar adequadamente recursos financeiros;
4. Entender de aspectos financeiros;
5. Aprende a administrar pessoas efetivamente;
6. Cuidar da saúde de todos os envolvidos no negócio.

A influência de outros fatores na mortalidade das micro e pequenas empresas são:

40% Não utilizam planejamento de produção
50% Não utilizam planejamento de vendas
45% Não utilizam sistemas de custeio
47% Não controlam estoques
85% Não utilizam técnicas de marketing
80% Não treinam recursos humanos
65% Não avaliam produtividade
60% Não gerenciam qualidade
90% Não utilizam recursos de informática

Sabe-se que o empreendedorismo é um fenômeno cultural, ou seja, é fruto dos hábitos, práticas e valores das pessoas. Existem famílias mais empreendedoras do que outras, assim como cidades, regiões, países. Na verdade aprende-se a ser empreendedor pela convivência com outros empreendedores. Pesquisas indicam que as famílias de empreendedores têm maior chance de gerar novos empreendedores e que os empreendedores de sucesso quase sempre têm um modelo, alguém a quem admirar e imitam.

EMPREENDEDORISMO ESSÊNCIAL

POR QUE SER EMPRESÁRIO?

• Vontade de ser independente, “mandar no seu próprio nariz” ser o patrão em vez de empregado.
• Ganhar muito dinheiro e dedicar mais tempo à família;
• Sair da rotina, realizar outras coisas;
• Provar para si e para os outros sua competência, sua capacidade de abrir e manter um negócio;
• Trabalhar e tirar férias quando quiser;

SACRIFÍCIOS

• Trabalhar 12 a 15 h/dia ao invés de 8 h, como empregado;
• Raramente tiram férias – quando tiram é por pouco dias, mas não esquecem o telefone.
• Às vezes se envolvem tanto com a empresa que diminui, em vez de aumentar, o tempo disponível para a família;
• Em vez de se tornar o “dono do seu nariz”, isto é relativo, visto que se torna dependente de fornecedores, bancos, clientes, funcionários, governo.
• A vontade de ganhar dinheiro depende de competência de gerir seu próprio negócio com efetividade.

DIFICULDADES DAS MPEs

a) Modelo Econômico – As MPEs tem menor influência na formulação do modelo econômico – os técnicos geralmente migram das grandes empresas privadas e carregam os paradigmas adquiridos.
b) Marginalização – Por terem menor representatividade as MPEs tem dificuldades de se enquadrar nos modelos econômicos.
c) Oligopólios – 3 a 4 grandes empresas dividem o mercado entre si, dominam a melhor fatia.
d) Isolamento – As grandes empresas trabalham de mãos dadas os pequenos vêem as correntes apenas como ameaças, jamais como oportunidades.
e) Individualismo – O pequeno resiste à idéia de sociedade é comum no Brasil um sócio querer dominar o outro.
f) Centralização – Desprovido de eficientes instrumentos de controle, o empresário assume postura de desconfiança e medo. Acho que está sendo enganado pelo empregado.
g) Dependência –A baixa disponibilidade de recursos pode prejudicar as relações comerciais.
h) Capitalização – É outra dificuldade, a escassez de capital, pela falta de linhas de financiamento. Modernizar a empresa é um grande desafio.

PERFIL DO EMPREENDEDOR DE SUCESSO

1. Capacidade de assumir riscos – enfrentar desafios
2. Senso de oportunidade – capacidade de identificar momentos propícios para iniciar coisas novas.
3. Liderança – É a capacidade de usar o poder de influência sobre os subordinados, propiciando um clima de motivação, para que as pessoas trabalham satisfeitas.
4. Flexibilidade – É mudar tudo se for preciso, para adaptar sua empresa ás mudanças do ambiente.
5. Visão Global da Organização: Relação cliente interno x externos: bom relacionamento com fornecedores, uma política de responsabilidade social.
6. Atualização – É ter sede de conhecimento, de saber que sempre existirão cisas a entender sobre seu negócio.
7. Organização – É definir onde e como chegar, garantir a execução do planejado, avaliar e corrigir desvios.
8. Espírito Inovador – É possuir várias idéias em andamento, umas em fase de estudo; outras em execução; algumas em prospeção.
9. Criatividade – Conceber idéias e soluções novas sem temer o fracasso, de forma a interagir concretamente na realidade.

MEGATENDÊNCIAS MUNDIAIS GERAM OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO.

a) A economia mundial se globaliza: NAFTA, UE, Mercosul, ALCA, rede de informações mundiais.

b) Artes como oportunidades de negócios
- O nº de visitas aos museus tem aumentado mais de 100%;
- Em São Luís novas salas de cinema;
- Netart.

c) Socialismo de Livre Mercado
Os altos custos inviabilizam os serviços prestados pelo estado. Permitiu-se a abertura de empresas e surgiram milhões de empreendedores.

d) Estilo de Vida Global – As pessoas em diversos países vestem os mesmos tipos de roupa, calçados etc.

e) Privatização: O repensar o papel do estado. “Porque é público deve ser o melhor” geram oportunidades de negócios.

f) O pacífico torna-se o Centro Comercial do Mundo 2/3 da população Mundial. A China será a futura potência.

g) Mulheres na Liderança – Nos negócios
• Lojas de congelados e semi-prontos
• Serviços de Limpeza, conservação, Bufês, etc.
• Creches
• Produção de produtos sofisticados de uso de mulher profissionais e executiva.
• Lojas de presentes masculinos.
• Serviços de entrega e atendimento a domicílio.

h) Biologia: Um ciência em ascensão
A biotecnologia pode resolver o problema de fome gerais mais produtivos e restantes às pragas. Aumento do teor protéico dos grãos, aceleração do crescimento dos peixes, aves, bovinos, etc.

OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS EM BIOTECNOLOGIA

• Consultoria em biotecnologia animal;
• Produção de sementes de cereais, hortaliças, etc.
• Produção de matrizes de gado;
• Produção de hormônios diversos:
• Produção farmacêutica
• Empregos de inseminação artificial e produção de sementes;
• Pesquisas genéticas, clonagem, etc.

i) Despertar Religioso – a força que as religiões estão readquirindo abre novas oportunidades.
• Produção de Livros, discos e fitas;
• Livrarias especializadas;
• Lojas de Discos;
• Palestras, cursos e seminários de iniciação esotérica;
• Palestras e livros sobre temas apocalípticos.

j) O Triunfo do indivíduo
Predomínio supremo do indivíduo sobre o coletivo. O indivíduo tem o controle de que vê e ouve. Ele se liga na rede mundial de informação.
Produção de software e hardware, consultoria em qualidade total e reengenharia, consultoria em informática, produção personalizada, venda de telefones, fax, notbook, etc.

k) Expansão empresarial – Atuação Cooperada
• Franchising ou Franquia
• Terceirização – Transfere as atividades meios
• Point – ventures

FORÇAS COMPETITIVAS

São forças que influenciam na competitividade de qualquer negócio.
1. Barreiras à entrada de Novos empreendedores;
2. Rivalidade entre empregos existentes no negócio;
3. Ameaça de produtos substitutos;
4. O poder da negociação dos futuros clientes;
5. O poder de negociação dos futuros fornecedores.

Os clientes, fornecedores, futuros concorrentes e produtos substitutos competem com as empresas estabelecidas, ou seja, influenciam a heratividade do setor.

FORÇA 1 – BARREIRAS À ENTRADA DE NOVOS EMPREENDEDORES

a) necessidade de produzir/comercializar em larga escala;
b) produtos diferenciados oferecidos pelas concorrentes
c) grande necessidade de capital para investimentos.

FORÇA 2 – RIVALIDADE ENTRE AS EMPRESAS EXISTENTES NO NEGÓCIO.

a) Grande número de concorrente;
b) Estagnação ou crescimento lento do setor;
c) Custos fixos altos;
d) Importância do produto/serviço para o cliente
e) Barreiras para sair do negócio – custo trabalhista, venda de equipamentos etc.

FORÇA 3 – AMEAÇA DE PRODUTOS SUBSTITUTOS

Quanto mais atrativo o preço dos produtos substitutos, maior a pressão sobre o negócio.

FORÇA 4 – O PODER DE NEGOCIAÇÃO DOS FUTUROS CLIENTES

Quanto mais bem informado é o cliente maior seu poder de negociação.

FORÇA 5- PODER DE NEGOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES

Os fornecedores aumentam seu poder de negociação à medida que os bens não tem substitutos e que ameaçarão produzir os produtos que os clientes fabricam.

NICHOS DE MERCADO

É a divisão dos mercados em segmentos menores, onde se concentram consumidores com necessidades semelhantes.
Proporciona:
- volume de venda maior
- aumento de vantagens competitivas
- Melhor utilização dos recursos disponíveis
- Garantia de sobrevivência no mercado.

ONDE PROCURAR PELOS NICHOS

1. Consumidores de maior peso no mercado;
2. Consumidores de menor porte;
3. Clientes que estão aumentando as compras;
4. Clientes que estão diminuindo as compras;
5. A localização de seus clientes;
6. Clientes que são mais lucrativos;
7. Clientes que tem sensibilidade a preços;
8. O que é de valor para seus futuros clientes;
9. A freqüência de compra dos clientes;
10. A comunicação que mais atende os futuros clientes;
11. Quem decide a compra – nem sempre quem faz a compra é quem decide.

O QUE É VALOR PARA OS CLIENTES?

Qualidade, atendimento, preço, prazo de entrega, prazo de pagamento, tipo de embalagem, durabilidade, instalações físicas, localização, diversidade de modelos.
MAUÁ E O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
Prof. Esp. Alcenisio Técio Leite de Sá
Este artigo tem como objetivo apresentar as principais características do empreendedor, tais como: criatividade, habilidade de assumir riscos moderados e calculados, visão sistêmica e de futuro, negociação, senso de propósito e determinação.
A primeira seção apresenta os primeiros empreendedores brasileiros e o empreendedorismo brasileiro. E na segunda seção do artigo, um estudo de caso da história de sucesso de Visconde de Mauá.

Introdução

Atualmente os pesquisadores e profissionais acadêmicos acreditam que o conhecimento do conceito de empreendedorismo e de suas características serão de extrema importância para compreender o motivo de sucesso ou insucesso de alguns empreendedores. Isso poderia ajudar a formar e preparar empreendedores ao invés de esperar que eles apareçam.
Assim, deve-se destacar a importância do ensino do empreendedorismo para o bom desempenho do empreendedor, que objetiva os seguintes requisitos: desenvolver características e habilidades chaves, promover o conhecimento sobre o trabalho de planejamento e hoje mais do que nunca, o acesso à tecnologia.
O caso do Visconde de Mauá, ora estudado, é clássico pois relata o tirocínio do primeiro grande empreendedor brasileiro numa época completamente adversa, o Brasil do Século XIX.

1. Os Primeiros Empreendedores Brasileiros
Analisando a história do Brasil, podemos observar que, na descoberta de nosso país o capitalismo no mundo já vinha contando sua história. Os portugueses e os demais colonizadores que por aqui passaram, trouxeram consigo a cultura capitalista , a idéia de mão-de-obra, troca, compra e venda e o acúmulo de capitais (riquezas). Esses colonizadores, independentes de suas origens traziam nas veias a aventura de morar em terras desconhecidas, ou a fé e a vontade de possuírem novas oportunidades.
Avançando um pouco na história e adentrando ao nascimento das primeiras indústrias brasileiras podemos verificar que o perfil do empreendedor nacional da maioria das empresas nasceu de imigrantes ou de filhos de imigrantes: primeiros os italianos e depois os alemães, durante e depois da Segunda Guerra Mundial.
Daí surgiu à cultura empreendedora, com o brasileiro sendo empregado dos imigrantes. A empregabilidade soava como segurança e isso fez com que as famílias e as escolas não preparassem o nosso “ouro” (o empreendedor brasileiro).

1.1 Empreendedorismo Brasileiro
O povo brasileiro é considerado um dos mais empreendedores do mundo. Analisando a evolução política e econômica no Brasil sob um prisma histórico, podemos detectar a existência de uma enorme disposição, uma habilidade nata e, sobretudo uma criatividade esplêndida do povo brasileiro para superar crises e dificuldades.
Muitos de nossos empreendedores criam negócios por falta de oportunidade de trabalho, os chamados empreendedores por necessidades; mas apesar de esta parcela ser significativa, o brasileiro tem um alto grau de ousadia, aceita assumir riscos e tem a proatividade para criar novas empresas. Porém, nosso empreendedor, infelizmente, ainda carece de capacitação empreendedora de qualidade, que lhe forneça a base necessária para identificar oportunidades, criar a empresa e gerenciá-la de maneira eficiente e eficaz. Devido a este atraso na especialização cultural em empreender, os brasileiros ainda utilizam-se, apenas, de seus dons, sua vontade, sua pequena economia e sua fé para montar seu negócio, faltando-lhe o essencial que é o aprimoramento. Outro aspecto é a falta de lei tributária e trabalhista mais adequada aos pequenos e novos empreendimentos; a burocracia na criação de empresas e a necessidade de mais opções de financiamentos e capitalizações efetuados de forma justa.
Para Dornelas (2001) “Temos muito a fazer e isso mostra que nossos empreendedores de sucesso são verdadeiros heróis, já que apesar disso tudo, conseguem vencer e atingir seus objetivos”. Segundo ele, grande parte dos empreendedores estão tentando sobreviver primeiro e depois competir, ousar e crescer.
“Majoritariamente, o povo brasileiro não é proletariado. Não é um assalariado com contrato regular e definido de trabalho; é autônomo, artesão, assalariado sem carteira, etc. O homem popular brasileiro tem que “se virar”. Pode ser operário em dado momento, ser artesão no seguinte, mais adiante trabalhar por conta própria ou ser “microempresário-de-se-próprio”. Pode trabalhar no lícito ou no ilícito. Para sobreviver, “se vira” e nessa “viração” ele cria sem parar, a partir de qualquer possibilidade. O nosso popular é, sempre que possível, inovador, e por isso pratica a “antropofagia”. Mas ao mesmo tempo é também conservador: não pode se dar ao luxo de abrir mão de nada. Assimila, recombina criatividade tudo o que acessou ou que conhece. Sobreviveu aos bandeirantes paulistas, aos senhores escravistas, à Primeira república, aos economistas e também sobreviverá a “fernandécada”. (...). Este homem que descrevo, aparentemente, é tudo e é nada. E torna irresistível a nossa tendência de classificá-lo como semiqualquer-coisa. Ele cria e reinventa na ponta do desenvolvimento tecnológico”. (Lessa, 2000: 61/62).

2. A História de Mauá
Aqui convém trazer como exemplo, relatos reais da nossa história que demonstram todas as características e dificuldades enfrentadas por Visconde de Mauá no Brasil.
Irineu Evangelista de Souza, empresário gaúcho, nasceu em Arroio Grande – RS (1813-1889) é considerado o primeiro empreendedor do Brasil. Tornou-se Visconde de Mauá em 1874. Do seu nascimento até sua morte em Petrópolis liderou a modernização do país.
Mauá abre em 1846 uma pequena fábrica de navios em Niterói – RJ, que no ano seguinte tornou-se a maior do país. Desse momento em diante, não parou mais. No período de 1852 a 1856 fundou empresas de navegação e criou a primeira ferrovia brasileira, entre Petrópolis e Rio de Janeiro. Montou uma companhia de gás para a iluminação da capital federal e inaugurou o trecho inicial da primeira rodovia pavimentada do país compreendendo o trecho Petrópolis à Juiz de Fora. Participou da construção de três ferrovias e da instalação dos primeiros cabos telegráficos submarinos entre Brasil e Europa. Por volta de 1860 fundou o Banco Mauá, MacGregor & Cia.
Além de empresário foi Deputado liberal e abolicionista, entrou em atrito com as autoridades imperiais por ocasião da Guerra do Paraguai. Por ser contra a Guerra, teve suas fábricas sabotadas e com isso um grande abalo nos negócios, sendo a falência do Banco Mauá em 1875, inevitável, bem como a venda da maioria das empresas. Morreu em Petrópolis sem, no entanto ter conseguido saldar todas as suas dívidas.

Conclusão
Atualmente o Brasil está passando por um processo de ajustes e reformas, dentre elas, uma readequação da legislação tributária. Com isso, acredita-se que o investimento dos empreendedores voltará a ser interessante e terá maiores chances de crescimento, tornando o ambiente no Brasil mais propício para os empreendedores. E nada mais simbólico para demonstrar nosso atraso do que o grave problema cultural da década passada: o sonho dos estudantes era ter um emprego concursado pois assim teriam a vida ganha. Muitos abdicaram de seus sonhos e acomodavam-se em seus papéis.
O programa Empretec, do Sebrae (originado de uma metodologia americana) é considerado o melhor programa de empreendedorismo pela ONU, já capacitou quase 40.000 empreendedores no país, cerca de 70% do total formado pelo método em todo o mundo. O programa Brasil Empreendedor, direcionado as micro, pequenas e médias empresas também do Sebrae, capacitou 1,6 milhões de pessoas na primeira fase, até setembro de 2000. ONGs internacionais de atuação na área, como a Endeavor, chegaram ao Brasil para fortalecer a cultura e estimular a criação de novos negócios. O projeto Inovar, da Finep surgiu para promover o investimento de capital de risco em pequenas e médias empresas de base tecnológica. Como se vê, não faltam exemplos dessa nova fase do ambiente econômico brasileiro. Mas essa profusão de iniciativas ao empreendedorismo não é a principal mudança. O que merece toda a atenção é um trabalho que já está sendo feito em universidades e agora passará a ser feita no ensino fundamental e médio. Trata-se do ensino do empreendedorismo nas escolas, que tenciona capacitar os futuros empreendedores colocando-os de forma adequada no novo e competitivo mercado de trabalho.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

PERFIIL DO EMPREENDEDOR BRASILEIRO

PERFIL DOS EMPREENDEDORES BRASILEIROS
Prof. Alcenisio Técio Leite de Sá

O Global Entrepreneurship Monitor divulgou uma pesquisa na qual, entre outros dados, foi traçado um perfil do empreendedor brasileiro.

Em relação à idade, 16,6% dos brasileiros entre 25 e 34 anos são empreendedores em estágio inicial, número que cai para 14,7% entre aqueles que têm entre 35 e 44 anos. Já entre os empreendedores estabelecidos, 14% está na faixa etária que vai de 45 a 54 anos, segundo reportagem do site InfoPessoal.

Considerando todos os empreendedores brasileiros, 45% têm até 4 anos de estudo, contra apenas 14% de diplomados por universidades. Entre os empreendedores iniciais, 16,7% têm formação superior e outros 9,2% têm somente até o quarto ano do ensino fundamental. Em relação aos empreendedores estabelecidos, as mesmas taxas são 12,0% e 6,5%, respectivamente.

Ainda de acordo com o levantamento, existem mais empreendedores em estágio estabelecido que dedicam tempo integral aos negócios (69%) do que os que estão começando a empreender (55%).

Os negócios brasileiros são iniciados com valores financeiros muito baixos: dois terços dos empreendedores investiram menos de 10.000 reais e 22% desembolsaram menos de 2.000 reais. Apenas 22% conseguiram alocar valores acima de 20.000 reais.

Brasil continua como sétimo país mais empreendedor

O Brasil continua como o sétimo país mais empreendedor do mundo, de acordo com o levantamento anual feito pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), no qual foram pesquisados 37 países, mesma posição de 2004. Os brasileiros, no ano passado, só ficaram atrás dos venezuelanos, tailandeses, neo-zelandeses, jamaicanos, chineses e americanos. No entanto, apesar da boa posição do Brasil no ranking, divulgado EM março passado,pelo Sebrae, a entidade de apoio às micro e pequenas empresas, a pesquisa também revela dados preocupantes: os empreendedores brasileiros não oferecem produtos novos; atuam em setores onde a concorrência já é elevada, como educação e vestuário; atuam no varejo, oferecendo produtos diretamente ao consumidor, e não para empresas; não exploram tecnologias avançadas; e têm pouco capital. Além disso, segundo reportagem publicada pelo site Globo Online, o estudo aponta que dois terços dos novos negócios investem menos de 10.000 reais e 22% aplicam menos de 2.000 reais.

O professor do Departamento de Economia da Unicamp, Márcio Pochmann, diz que o empreendedorismo no Brasil está numa encruzilhada que dependerá do crescimento da economia e das políticas públicas, que segundo ele não atingem esse setor que representa 15,4 milhões de pessoas. O Brasil, afirma Pochman, vem fazendo um grande esforço para reduzir a pobreza, mas não valoriza o empreendedorismo. "Você pode produzir prosperidade se o empreendedorismo vier acompanhado de uma assistência que permita principalmente ganho de escala", diz o economista, sugerindo que o governo permita que esses novos negócios disputem as compras governamentais.

Na avaliação dos entrevistados pela pesquisa, as principais dificuldades encontradas para abrir um novo negócio são a falta de dinheiro, de políticas públicas adequadas que reduzam tributos e burocracia e a falta de acesso a infra-estrutura - a dificuldade para obter espaço físico foi uma das novidades apontadas na pesquisa. A pesquisa aponta também a necessidade de uma melhor cobertura no atendimento do Sebrae, com um maior estímulo à criatividade, uma vez que os autores consideram que as fórmulas estão desgastadas.

Brasil em 6º lugar no empreendedorismo feminino

O empreendedorismo feminino do Brasil é o 6º mais atuante do mundo, com taxa de 10,8% do total, ficando abaixo apenas da Venezuela (23,86%), Tailândia (19,33%), Jamaica (15,69 %), Nova Zelândia (13,75%) e China (11,6%). Já o empreendedorismo masculino brasileiro, segundo nota do site InfoPessoal, fica bem abaixo, ocupando a 13ª posição do ranking mundial.

A nova pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor, mostra que, em números absolutos, o Brasil está em 3º lugar em relação as mulheres que lideram empreendimentos em estágio inicial (com negócios de até 3 anos e meio de vida). São 6,3 milhões de brasileiras, número inferior apenas ao de norte-americanas (8,9 milhões) e chinesas (44,8 milhões).

No entanto, ainda há mais homens empreendendo no Brasil (58%) do que mulheres (42%). E entre os empreendedores estabelecidos, a relação é de quase dois homens para cada mulher.
32% dos empreendedores não pretendem contratar

Mesmo que 24% dos empreendedores iniciais brasileiros (com negócios de até 3 anos e meio de vida) tenham vontade de gerar emprego, a nova pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostra que, no mesmo universo de pesquisados, 32% não esperam contratar mão-de-obra nos próximos cinco anos.

Uma boa explicação para isso, segundo reportagem do site InfoPessoal, pode estar no fato de que cerca de 30% dos empreendedores não tiveram qualquer tipo de orientação para iniciar o próprio negócio. Entre os empreendedores estabelecidos (com negócios de mais de 3 anos e meio), o percentual cai para 20%.

A pesquisa diz também que entre os empreendedores estabelecidos, a principal fonte de conhecimento e aprendizado foi a experiência profissional anterior à abertura do negócio (20%). Apenas 9% disseram ter utilizado o apoio de alguma instituição, como o Sebrae, o Senac ou Senai. Com os empreendedores iniciais, os percentuais caem substancialmente, para 7% e 5%, respectivamente.

ESCOLA

A escola moderna, ainda não evoluiu o suficiente para massificar o conhecimento, visto que, a tecnologia didática ainda não é de livre acesso à população. Mesmo os professores, em sua maioria,ainda não dominam as ferramentas básicas da informatização.

A escola não usa seu potencial total no que diz respeito á TI , os recursos audiovisuais são pouco utilizados ,alguns professores ainda trabalham em paradigmas ultrapassados, possuem uma visão míope sobre uma educação de qualidade total.

A escola que buscamos deve implementar os princípios de qualidade total na busca do ser holístico, o homem completo. Para tal utilizar o computador no âmbito escolar, com intranet, internet e extranet e hoje condição sine qua non para que consigamos a cidadania plena.

O HÁBITO

O HÁBITO

Sou vosso companheiro constante. Sou vosso maior auxiliar ou vossa maior carga. Levar-vos-ei para diante ou vos arrastarei para o fracasso. Estou completamente sob vosso comando. Metades das coisas que fazeis poderiam ser-me entregues e eu as faria com rapidez e correção. Sou facilmente gerenciado – basta que sejais firme comigo.

Mostrai-me exatamente como quereis que faça algo e, depois de algumas lições, o farei automaticamente. Sou o servidor de todas as grandes pessoas, e também de todos os fracassados. Para os fracassados, faço fracassos. Não sou uma máquina, embora trabalhe com toda a precisão e uma mais a inteligência de um ser humano. Podeis me usar para o lucro, ou para a ruína – isso não faz diferença para mim.
Pegai-me, treinai-me, sede firmes comigo e porei o mundo a vossos pés. Sedes fraco comigo e eu vos destruirei.
Quem sou eu? Sou o hábito.

Fonte: O 8º Hábito – Da Eficácia à Grandeza. Stephen Covey – Editora Campus.