TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
Por Andrew Skodol , MD, University of Arizona College
of Medicine 01/2020
Os transtornos de
personalidade são padrões persistentes e generalizados no modo de pensar,
perceber, reagir e se relacionar que causam sofrimento significativo à pessoa
e/ou prejudicam sua capacidade funcional.
·
Existem dez tipos de transtorno
de personalidade e cada qual apresenta problemas característicos de autoimagem
e maneiras de reagir aos outros e a eventos estressantes.
·
Os sintomas são diferentes dependendo
do tipo de transtorno de personalidade, mas em geral, a pessoa tem dificuldade
em se relacionar com os outros e de lidar com o estresse e/ou tem uma
autoimagem que varia dependendo da situação e que é diferente da impressão que
os outros têm dela.
·
O médico considera fazer um
diagnóstico de transtorno de personalidade quando a pessoa persistentemente vê
a si mesma e aos outros de maneiras que não condizem com a realidade ou quando
ela continua a agir de modos que frequentemente têm consequências negativas.
·
Medicamentos normalmente não
alteram transtornos de personalidade, mas ajudam a reduzir os sintomas
angustiantes.
·
A psicoterapia pode ajudar a
pessoa a se conscientizar de sua participação na criação dos seus problemas e
ajudá-la a modificar o comportamento socialmente indesejável.
Traços de personalidade representam padrões de pensamento, percepção, reação e relação que
são relativamente estáveis ao longo do tempo. Por exemplo, algumas pessoas
tendem a ser melancólicas e retraídas. Outras tendem a ser extrovertidas e
sociáveis.
Transtornos de personalidade existem quando os traços de personalidade se tornam tão
pronunciados, rígidos e desadaptados, que a pessoa tem problemas no trabalho,
escola e/ou em lidar com outras pessoas. Essas desadaptações sociais podem
causar angústia significativa em pessoas com transtornos de personalidade e
naquelas ao seu redor. A maioria das pessoas cujos traços de personalidade são
ineficazes ou têm consequências negativas tentam mudar seus padrões de
resposta. Em comparação, a pessoa com transtorno de personalidade não altera
seus padrões de reação, mesmo quando esses padrões se mostram repetidamente
ineficazes e as consequências são negativas. Esses padrões são chamados de mal
adaptativos porque a pessoa não se ajusta (adapta) às exigências das
circunstâncias. Padrões mal adaptativos variam em gravidade e duração.
Existem dez tipos de transtornos de personalidade, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), Quinta
Edição (DSM-5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria.
Aproximadamente 10% das pessoas têm um transtorno de personalidade. Esses transtornos em geral afetam igualmente homens e mulheres, embora alguns tipos do transtorno de personalidade afetem mais um sexo do que o outro. Por exemplo, o transtorno de personalidade antissocial é seis vezes mais comum em homens.
Para a maioria das pessoas com
transtorno de personalidade, esse transtorno causa problemas moderados e
ameniza com o passar do tempo. Contudo, algumas pessoas apresentam problemas
sociais e psicológicos graves que persistem por toda a vida.
Os transtornos de personalidade geralmente têm início durante o final da
adolescência ou no início da idade adulta, mas eles podem surgir antes disso
(na infância). A duração desses transtornos varia muito. Alguns tipos de
transtornos de personalidade (por exemplo, antissocial ou limítrofe) tendem a melhorar ou desaparecer com o avanço da
idade. Já em outros (por exemplo, o obsessivo-compulsivo ou o esquizotípico), é menos provável que isso aconteça. Em algumas
pessoas, é possível que os sintomas continuem, porém eles são menos intensos.
Muitas pessoas com transtorno
de personalidade também têm um ou mais dos transtornos a seguir:
·
Um transtorno depressivo ou transtorno bipolar e transtornos relacionados
·
Transtorno de sintomas somáticos
·
Um transtorno por uso de substâncias
·
Um transtorno alimentar
Ter um transtorno de
personalidade acompanhado por um dos transtornos acima faz com que a pessoa
tenha menos propensão a apresentar resposta ao tratamento para qualquer dos
dois transtornos, piorando, assim, seu prognóstico.
CAUSAS
Transtornos de personalidade resultam da interação
dos genes com o ambiente. Ou seja, algumas pessoas nascem com uma tendência
genética para o transtorno de personalidade e essa tendência pode ser, então,
inibida ou ampliada por fatores ambientais. Normalmente, os genes e o ambiente
contribuem quase igualmente para o desenvolvimento dos transtornos de
personalidade.
TIPOS DE TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
Os dez tipos de transtornos de personalidade podem
ser divididos em três grupos (A, B e C). Os tipos de cada grupo compartilham
determinados traços de personalidade básicos, mas cada transtorno tem suas
próprias características.
O grupo A é caracterizado por
parecer estranho ou excêntrico. Ele inclui os seguintes transtornos de
personalidade, cada um com suas características distintivas:
Paranoide: desconfiança e suspeita
Esquizoide: desinteresse em outras pessoas
Esquizotípico: ideias e comportamentos estranhos ou excêntricos
O grupo B é caracterizado por
parecer dramático, emocional ou errático. Ele inclui os seguintes transtornos
de personalidade, cada um com suas características distintivas:
Antissocial: irresponsabilidade social, desrespeito por outros, falsidade e
manipulação dos outros para ganho pessoal
Limítrofe: dificuldade em ficar só (pois a pessoa tem medo
de ser abandonada), dificuldade em controlar as emoções e comportamento
impulsivo
Histriônico: busca atenção e comportamento dramático
: autoestima frágil, necessidade de ser admirado e uma opinião exagerada
sobre o próprio valor (a denominada grandiosidade)
O grupo C é caracterizado por
parecer ansioso ou apreensivo. Ele inclui os seguintes transtornos de
personalidade, cada um com suas características distintivas:
Esquiva: evita contato interpessoal devido ao medo de rejeição
Dependente: submissão e dependência (devido à necessidade de
ser cuidado)
Obsessivo-compulsiva: perfeccionismo, rigidez e obstinação
SINTOMAS
Transtornos de personalidade englobam
principalmente problemas com:
Identidade e senso de si mesmo: A pessoa com um transtorno de personalidade
não tem uma imagem clara ou estável de si mesma. Ou seja, a maneira como ela se
vê muda dependendo da situação e das pessoas com quem ela está. Por exemplo,
ela pode alternar entre se achar uma pessoa má ou boa. Ou ela pode ser
inconsistente quanto aos seus valores e objetivos. Por exemplo, ela pode ser
profundamente religiosa quando está na igreja, mas irreverente e desrespeitosa
em outros lugares. A sua autoestima pode ser irregularmente alta ou baixa.
Relacionamentos: A pessoa com transtorno de personalidade tem dificuldade de formar
relacionamentos íntimos e estáveis com outros. Ela pode ser insensível às
outras pessoas, emocionalmente distante ou não ter empatia.
A pessoa com transtorno de personalidade com
frequência dá a impressão de ser inconsistente, confusa e frustrante para a
família e outras pessoas ao seu redor, incluindo médicos. Seu estilo de criação
dos filhos pode ser inconsistente, distante, excessivamente emocional, abusivo
ou irresponsável, o que às vezes causa problemas físicos e/ou mentais nos
filhos.
·
Pessoas com um transtorno de personalidade
podem ter dificuldade em entender quais são as maneiras plausíveis, seguras
e aceitáveis de tratar outras pessoas e comportar-se ao redor delas. ·
A pessoa com um transtorno de personalidade
pode não ter ciência de sua própria participação em criar seus problemas. ·
Você sabia que...É possível
que pessoas com transtornos de personalidade não achem que há algo errado
com seu modo de pensar ou comportamento. |
Diagnóstico
Avaliação de um médico com base em critérios
específicos
O médico faz um diagnóstico de um transtorno de
personalidade específico tomando por base listas de traços de personalidade (critérios)
descritas para cada transtorno no DSM-5.
Algumas pessoas com um transtorno de personalidade
ficam angustiadas com seu próprio comportamento e ativamente buscam tratamento.
Outras pessoas não conseguem reconhecer que há um problema com seu próprio comportamento.
Por isso, a pessoa tende a não procurar ajuda por si mesma. Pelo contrário, é
possível que elas sejam encaminhadas por amigos, familiares ou um assistente
social se o seu comportamento estiver causando dificuldades às outras pessoas.
Quando uma pessoa com transtorno de personalidade
procura ajuda, em geral ela procura ajuda com sintomas como ansiedade, depressão ou abuso de substâncias, ou para os problemas criados pelo seu transtorno de personalidade, como
divórcio, desemprego ou solidão, e não devido ao próprio transtorno. Quando a
pessoa relata esses sintomas ou problemas, o médico geralmente faz perguntas
para determinar se um transtorno de personalidade pode estar envolvido. Por
exemplo, o médico pergunta como a pessoa vê a si mesma e aos outros e o que ela
faz quando as pessoas reagem negativamente ao seu comportamento.
O médico suspeita de um transtorno de personalidade
se a pessoa:
·
Continua a ter uma opinião
sobre si própria ou sobre outras pessoas de maneiras que não correspondem à
realidade
·
Descreve um padrão inadequado
de pensamentos ou comportamento que ela não muda apesar das consequências
negativas desse comportamento
·
Seu comportamento e/ou suas
consequências lhe causam angústia, ou não ela não consegue funcionar adequadamente
devido ao seu comportamento
Os pensamentos e comportamentos
indevidos podem englobar a opinião e o entendimento que a pessoa tem sobre si
mesma e sobre outros, de que maneira a pessoa interage com outros e/ou qual o
grau de controle que a pessoa tem sobre seus próprios impulsos. Esses
pensamentos e comportamentos são considerados um transtorno apenas se eles
forem persistentes (não ocorrem apenas de vez em quando) e a pessoa continua a
tê-los, mesmo quando eles causam à pessoa angústia ou dificuldades na vida
diária. Além disso, os pensamentos e comportamentos precisam ter começado
durante a adolescência ou no início da idade adulta, e não em uma idade mais
avançada.
Para ajudar a confirmar o
diagnóstico, o médico pode conversar com amigos e membros da família da pessoa
para obter mais informações. Sem esse auxílio, tanto o médico quanto a pessoa
podem ficar sem conhecimento do papel da pessoa na criação dos problemas.
TRATAMENTO
Psicoterapia
O tratamento dos transtornos de personalidade
consiste em psicoterapia, que inclui psicoterapia individual e terapia em
grupo. A terapia tem mais probabilidade de ser eficaz quando a pessoa procura tratamento
e é incentivada a mudar.
Medicamentos podem ajudar a aliviar os sintomas do
transtorno, como depressão e ansiedade, e podem ajudar a controlar determinados traços de personalidade, como a
agressão. No entanto, os medicamentos não conseguem curar um transtorno de
personalidade.
Os transtornos de personalidade podem ser
particularmente difíceis de tratar, por isso, é importante escolher um
terapeuta com experiência e sem preconceitos, que consiga entender a
autoimagem, as áreas de sensibilidade e as maneiras que a pessoa costuma usar
para lidar com problemas.
PRINCÍPIOS GERAIS DO TRATAMENTO
Ainda que os tratamentos variem
de acordo com o tipo de transtorno de personalidade, os tratamentos geralmente
buscam
·
Reduzir a angústia
·
Ajudar a pessoa a entender que
os seus problemas são internos (e não causados por outras pessoas ou situações)
·
Diminuir o comportamento mal
adaptativo e socialmente indesejável
·
Modificar os traços de
personalidade que estão causando dificuldades
O primeiro objetivo do tratamento é reduzir a angústia imediata,
como a ansiedade e a depressão. Reduzir a angústia facilita o tratamento do
transtorno de personalidade. Inicialmente, o terapeuta ajuda a pessoa a
identificar o que está causando a angústia. Ele busca, então, maneiras de
aliviá-la. O terapeuta oferece estratégias para ajudar a pessoa a sair de
situações ou relacionamentos extremamente angustiantes (uma terapia denominada
apoio psicossocial). Essas estratégias podem incluir cuidado e apoio por
pessoas da família, amigos, vizinhos, profissionais de saúde ou outras pessoas.
Medicamentos para ansiedade ou depressão podem ajudar a aliviar esses sintomas. Quando são usados
medicamentos, idealmente eles são administrados em pequenas doses e por tempo
limitado.
Ajudar a pessoa a entender que os problemas que ela tem são internos é crucial, porque as pessoas com transtorno de personalidade podem não ver que há um problema com seu próprio comportamento. O médico tenta ajudar a pessoa a entender quando seu comportamento é indevido e tem consequências prejudiciais. Ao estabelecer uma relação médico-paciente cooperativa e com respeito mútuo, o médico consegue ajudar a pessoa a se tornar mais consciente de si mesma e a reconhecer seu comportamento social indesejável e inadequado. O médico pode também ajudar a pessoa a perceber que modificar seu comportamento e a opinião que ela tem sobre si mesma e sobre os outros exigirá tempo e esforço.
Comportamentos mal adaptativos e indesejáveis (como irresponsabilidade, isolamento social, falta de assertividade e demonstrações de raiva) devem ser rapidamente tratados para minimizar os impactos negativos na vida profissional e nos relacionamentos pessoais. Às vezes, o médico precisa estabelecer limites de comportamento em seu consultório. Por exemplo, o médico pode dizer à pessoa que gritar e fazer ameaças dificulta a realização de uma sessão. Se o comportamento for extremo, por exemplo, se a pessoa for irresponsável, se isolar socialmente, tiver crises de raiva ou for autodestrutiva, ela pode precisar de tratamento em um hospital‑dia ou em uma instituição residencial.
A mudança de comportamento tem
mais importância no caso de pessoas com um dos transtornos de personalidade a
seguir:
·
Esquiva
A terapia de grupo e a
modificação comportamental em geral melhoram o comportamento em alguns meses.
Grupos de autoajuda e terapia familiar também podem ajudar a modificar um
comportamento inadequado. A participação dos familiares é útil e até essencial,
pois eles podem atuar de um modo que pode tanto reforçar como reprimir
comportamentos ou pensamentos inadequados.
Modificar traços de personalidade problemáticos (como dependência, desconfiança, arrogância e
manipulação) leva bastante tempo, normalmente mais de um ano. O principal fator
para efetuar essa mudança é
·
Psicoterapia individual
A psicoterapia pode ajudar a pessoa a entender como o seu
transtorno de personalidade está associado aos seus problemas atuais. Ela
também pode ajudar a pessoa a aprender maneiras novas e melhores de interagir e
enfrentar. Normalmente, a mudança é gradativa.
Mania
de cutucar a própria pele (Transtorno de escoriação)
TRANSTORNO
DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL
O transtorno de personalidade
antissocial é caracterizado por um padrão generalizado de descaso com as
consequências e com os direitos alheios.
·
A pessoa com transtorno de personalidade antissocial vai atrás do que
quer sem levar em consideração as consequências para si mesma ou para outros e
sem ter nenhum sentimento de remorso ou culpa.
·
O médico diagnostica o transtorno de personalidade antissocial tomando
por base os sintomas, incluindo o descaso com as consequências e com direitos
alheios e agir de maneira fraudulenta e/ou manipuladora para conseguir o que
quer.
· O transtorno de personalidade antissocial é difícil de ser tratado, mas
a terapia cognitivo-comportamental e
determinados medicamentos podem ajudar a reduzir o comportamento agressivo e
impulsivo.
Os transtornos de personalidade são padrões
persistentes e generalizados no modo de pensar, perceber, reagir e se
relacionar que causam sofrimento significativo à pessoa e/ou prejudicam sua
capacidade funcional.
A pessoa com transtorno de personalidade antissocial comete atos
ilegais, fraudulentos, exploradores e imprudentes para ganho ou prazer pessoal
e sem sentir remorso. Eles podem
·
Justificar ou racionalizar seu comportamento (por exemplo, achar que os
“perdedores merecem perder”)
·
Culpar a vítima por ser tola ou impotente
·
Ser indiferente aos efeitos exploradores e prejudiciais de suas ações
sobre os outros
·
Descaso impiedoso em relação aos direitos e sentimentos alheios e à lei
As estimativas de quanto o transtorno de personalidade antissocial é
comum variam entre 0,2% (1 em 500) para um pouco mais de 3% da população em
geral nos Estados Unidos. Ele é seis vezes mais frequente em homens. O
transtorno ocorre com menos frequência em pessoas com idade mais avançada,
sugerindo que a pessoa consegue aprender a mudar seu comportamento com o passar
do tempo.
Com frequência, outros transtornos ocorrem
concomitantemente. Esses distúrbios incluem
·
Um transtorno por uso de substâncias
·
Um transtorno de controle dos impulsos
·
Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade
·
Transtorno de personalidade limítrofe
A maioria das pessoas com transtorno de personalidade antissocial também
apresenta um transtorno por uso de substâncias, e cerca de metade das pessoas
com transtorno por uso de substâncias tem transtorno de personalidade antissocial.
CAUSAS
Tanto fatores genéticos como ambientais (como
problemas durante a infância) contribuem para o desenvolvimento do transtorno
de personalidade antissocial.
O transtorno de personalidade
antissocial é mais comum em parentes de primeiro grau (pais, irmãos e filhos)
de pessoas com o transtorno do que na população em geral. O risco de
desenvolver esse transtorno aumenta tanto em filhos adotivos como biológicos de
pais com esse transtorno.
Se a criança apresentar transtorno de conduta acompanhado por transtorno do déficit de atenção com hiperatividade antes dos dez anos de idade, ela terá mais propensão a ter o transtorno
de personalidade antissocial na idade adulta. O transtorno de conduta consiste
em um padrão repetitivo de comportamento que viola os direitos básicos de
terceiros e/ou normas da sociedade que dizem respeito à idade adequada. Há
maior probabilidade de o transtorno de conduta evoluir para transtorno de
personalidade antissocial quando os pais praticam abuso ou negligência ou são
inconsistentes quanto à disciplina ou ao modo pelo qual criam os filhos (por
exemplo, alternar entre afetuoso e apoiador para insensível e crítico).
O descaso com a dor alheia na
primeira infância tem sido ligado à presença de comportamento antissocial no
final da adolescência.
SINTOMAS
Descaso com os outros
A pessoa com transtorno de
personalidade antissocial pode expressar seu descaso pelos outros e pela lei ao
destruir propriedade, assediando outros ou roubando. Ela pode enganar,
explorar, fraudar ou manipular as pessoas para conseguir o que quer, por
exemplo, dinheiro, poder, sexo ou gratificação pessoal. Ela pode usar um
pseudônimo para realizar seus objetivos.
A pessoa com este transtorno
com frequência não sente remorso ou culpa por aquilo que fez. Ela pode explicar
suas ações culpando aqueles que ela prejudica (por exemplo, alegando que eles
mereciam aquilo) ou a forma como a vida é (por exemplo, pensando que a vida é
injusta). Ela está determinada a não se sentir intimidada e faz o que acredita
ser melhor para si mesma a qualquer custo; é possível que essa postura seja
originada por uma desconfiança generalizada de outras pessoas.
A pessoa com transtorno de
personalidade antissocial não tem empatia pelos outros e pode ser desdenhosa ou
indiferente aos sentimentos, direitos e sofrimento alheios.
Comportamento Impulsivo (impulsividade)
De modo geral, pessoas com
transtorno de personalidade antissocial são impulsivas. A pessoa tem
dificuldade em planejar com antecedência e pensar nas consequências para si
mesma ou para os outros. Assim, ela pode:
·
Trocar de casa, relacionamento
ou de emprego de maneira súbita (sem nenhum plano de conseguir outro)
·
Dirigir em alta velocidade e
dirigir embriagada, às vezes causando acidentes
·
Consumir quantidades excessivas
de bebidas alcoólicas ou entorpecentes que podem ter efeitos nocivos
·
Cometer crimes
Frequentemente, a pessoa com
transtorno de personalidade antissocial se irrita facilmente e é fisicamente
agressiva, porque ela tem dificuldade em controlar seus impulsos e não
considera o efeito que suas ações têm sobre os outros.
Ter uma expectativa de vida
menor que a da população em geral.
IRRESPONSABILIDADE
Frequentemente, a pessoa com
transtorno de personalidade antissocial é social e financeiramente
irresponsável. Assim, ela pode:
·
Não procurar emprego quando há oportunidades
disponíveis
·
Não pagar contas ou empréstimos
·
Não pagar pensão alimentícia
Outros sintomas
Essas pessoas tendem a ter uma
opinião elevada de si mesmas e podem ser muito teimosas, autoconfiantes ou
arrogantes. Elas podem ser charmosas, persuasivas e convincentes em seus
esforços para conseguir o que querem.
DIAGNÓSTICO
·
Avaliação de um médico com base
em critérios específicos
Normalmente, o médico diagnostica os transtornos de personalidade
tomando por base os critérios no Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders), Quinta Edição (DSM-5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria.
Para que o médico diagnostique
a pessoa com transtorno de personalidade antissocial, ela precisa persistentemente
ter descaso pelos direitos dos outros, indicado por, no mínimo, três dos itens
a seguir:
·
Descaso com a lei, indicado ao
cometer repetidamente atos que são motivo de detenção.
·
Ser enganador, indicado por
mentir repetidamente, utilizar pseudônimos ou enganar os outros para ganho ou
prazer pessoal.
·
Agir impulsivamente e não
planejar com antecedência.
·
Irritar-se facilmente ou agir
com agressividade, indicado por envolver-se constantemente em brigas físicas ou
agredir a outros.
·
Descaso imprudente em relação à
própria segurança e/ou à segurança alheia.
·
Agir consistentemente de forma
irresponsável, indicado por largar um emprego sem planos para outro ou não
pagar contas.
·
Não sentir remorso, indicado
pela indiferença ou justificação em agredir ou maltratar os outros.
O transtorno de personalidade
antissocial é diagnosticado apenas em pessoas com 18 anos ou mais.
TRATAMENTO
·
No caso de alguns sintomas,
terapia cognitivo-comportamental e determinados medicamentos
O transtorno de personalidade antissocial é muito difícil de tratar. Não
há evidência de que qualquer tratamento específico resulte em melhora de longo
prazo. Assim, o médico dá enfoque a um objetivo mais imediato, como evitar as
consequências legais. Contudo, identificar e tratar crianças com transtorno de conduta assim que possível pode ajudar a amenizar os problemas
sociais causados pelo transtorno de personalidade antissocial.
Caso a agressividade e a impulsividade sejam problemas, é possível que a pessoa se beneficie de tratamento com terapia cognitivo-comportamental, medicamentos utilizados para estabilizar o humor (como lítio e o anticonvulsivante valproato) ou determinados antidepressivos denominados inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs).
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ESQUIVA
O transtorno de personalidade esquiva é caracterizado pela esquiva de situações ou interações sociais que envolvam risco de rejeição, crítica ou humilhação.
·
A pessoa com
transtorno de personalidade esquiva tem medo de ser rejeitada, criticada ou
humilhada e, portanto, evita situações em que ela possa vivenciar tais reações.
·
O médico diagnostica
o transtorno de personalidade esquiva tomando por base sintomas específicos,
como evitar situações que englobam contato interpessoal devido ao medo de
rejeição ou falta de aprovação ou sentir que é socialmente inepto, desagradável
e inferior aos outros.
·
Pessoas com esse
transtorno podem se beneficiar com terapia cognitivo‑comportamental, outros tipos
de psicoterapia e medicamentos ansiolíticos e antidepressivos.
Os transtornos de
personalidade são padrões
persistentes e generalizados no modo de pensar, perceber, reagir e se
relacionar que causam sofrimento significativo à pessoa e/ou prejudicam sua
capacidade funcional.
A pessoa com transtorno de personalidade esquiva sente que
é inadequada. A pessoa administra esses sentimentos ao evitar qualquer situação
em que ela possa ser avaliada de maneira negativa.
O transtorno de personalidade esquiva ocorre em mais de 2%
da população geral dos Estados Unidos. Ele afeta igualmente homens e mulheres.
Com frequência, outros
transtornos ocorrem concomitantemente. Eles incluem um ou mais dos
seguintes:
·
Transtorno
depressivo maior ou transtorno
depressivo persistente
·
Transtorno
obsessivo-compulsivo
·
Um transtorno de
ansiedade, como a síndrome do
pânico, sobretudo a fobia social (transtorno de ansiedade social)
·
Outro transtorno de
personalidade (por exemplo, dependente ou limítrofe)
Pessoas com fobia social e transtorno de personalidade
esquiva têm sintomas mais graves e incapacidade mais significativa que as que
têm apenas um dos transtornos.
CAUSAS
Fatores genéticos e ambientais podem contribuir para o
desenvolvimento do transtorno de personalidade esquiva. Por exemplo, a pessoa
pode sentir uma ansiedade inata em situações sociais e/ou é possível que ela
vivencie rejeição e marginalização durante a infância. Esquiva em situações
sociais foi detectada já em crianças com aproximadamente dois anos de idade.
SINTOMAS
MEDO DE REJEIÇÃO
A pessoa com transtorno de personalidade esquiva evita
interagir socialmente, incluindo no trabalho, porque ela teme que será
criticada ou rejeitada ou não ser aprovada pelos outros. Por exemplo, é
possível que ela:
·
Recuse uma promoção
porque teme que os colegas de trabalho vão criticá-la.
·
Evite participar de
reuniões.
·
Evite fazer novos
amigos a menos que tenha certeza de que a pessoa vai gostar dela.
A pessoa com esse transtorno pressupõe que ela será
criticada e desaprovada por outros até ter evidência clara e indiscutível
provando o contrário. Assim, antes de ingressar em um grupo e formar um
relacionamento íntimo, a pessoa com esse transtorno precisa receber
repetidamente uma garantia de que ela terá apoio e será aceita sem crítica.
A pessoa com transtorno de personalidade esquiva reluta em
falar sobre si mesma, porque teme ser ridicularizada ou humilhada.
A pessoa com esse transtorno sente muita relutância em
assumir riscos ou participar de novas atividades por motivos semelhantes.
Nesses casos, ela tende a exagerar os perigos e usar sintomas mínimos ou outros
problemas para explicar sua falta de participação. É possível que ela prefira
um estilo de vida limitado por causa de sua necessidade de segurança e certeza.
SENSIBILIDADE
EXTREMA A CRÍTICAS
A pessoa com transtorno de personalidade esquiva é muito
sensível a qualquer coisa crítica, à falta de aprovação ou à ridicularização,
porque pensa constantemente sobre ser criticada ou rejeitada por outros. A
pessoa fica atenta a qualquer sinal de resposta negativa a ela. Sua aparência
tensa e ansiosa pode provocar zombaria ou ridicularização, o que assim parece
confirmar suas próprias dúvidas.
OUTROS SINTOMAS
Baixa autoestima e um senso de inadequação inibem essas
pessoas em situações sociais, especialmente as novas. A pessoa não se permite
envolver completamente nas interações com novas pessoas, porque ela se
considera socialmente inepta, desagradável e inferior aos outros. Ela tende a
ser quieta e tímida, porque acha que se disser alguma coisa, os outros dirão
que isso está errado.
A pessoa com transtorno de personalidade esquiva anseia
por interação social, mas teme colocar seu bem-estar nas mãos dos outros. Uma
vez que a pessoa com personalidade esquiva limita suas interações com outros,
ela tende a ser relativamente isolada e não conta com uma rede social que
poderia ajudá-la caso necessário.
DIAGNÓSTICO
·
Avaliação de um
médico com base em critérios específicos
Normalmente, o médico diagnostica
os transtornos de personalidade tomando por base os critérios no Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical
Manual of Mental Disorders), Quinta Edição (DSM-5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria.
Para que o médico diagnostique a pessoa com transtorno de
personalidade esquiva, ela precisa persistentemente sentir-se inadequada e ser
hipersensível a críticas e rejeição, indicado por, no mínimo, quatro dos itens
a seguir:
·
Evitar atividades
relacionadas ao trabalho que envolvem contato interpessoal devido ao medo de
críticas ou rejeição ou de falta de aprovação pelas pessoas.
·
Falta de vontade de
envolver-se com as pessoas, a menos que a pessoa tenha certeza de que será
querida.
·
Agir com reserva em
relacionamentos íntimos devido ao medo de ridicularização ou humilhação.
·
Ter preocupação em
ser criticado ou rejeitado em situações sociais.
·
Agir com inibição em
novas situações sociais devido a uma sensação de inadequação.
·
Acreditar ser
socialmente inepto, desagradável ou inferior aos outros.
·
Sentir relutância em
assumir riscos pessoais ou participar de qualquer nova atividade devido à
possibilidade de sentir-se constrangido.
Além disso, o início dos sintomas precisa ter ocorrido no
começo da idade adulta.
TRATAMENTO
·
Terapia
cognitivo-comportamental que dá enfoque a habilidades sociais
·
Outros tipos de
psicoterapia
·
Medicamentos
ansiolíticos e antidepressivos
O tratamento geral do transtorno de personalidade esquiva é semelhante
ao de todos os transtornos de personalidade.
A pessoa com transtorno de personalidade esquiva muitas
vezes evita o tratamento.
Os seguintes tratamentos podem ser eficazes para pessoas
tanto com fobia social como transtorno de personalidade esquiva:
·
Terapia
cognitivo-comportamental em grupo, que
dá enfoque à aquisição de habilidades sociais
·
Outras terapias em
grupo se o grupo for formado por pessoas com as mesmas dificuldades
Pessoas com transtorno de personalidade esquiva se
beneficiam de
·
Terapias individuais
que oferecem apoio e são solidárias à hipersensibilidade da pessoa em ser
rejeitada e criticada
Psicoterapia
psicodinâmica pode ser útil.
Esse tipo de psicoterapia dá enfoque aos conflitos primários.
Antidepressivos, como inibidores seletivos de recaptação da serotonina
(ISRSs) e medicamentos
ansiolíticos, podem ajudar a
reduzir a ansiedade o suficiente para permitir que a pessoa se exponha a novas
situações sociais.
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE LIMÍTROFE (TPL)
O transtorno de
personalidade limítrofe é caracterizado por um padrão generalizado de
instabilidade em relacionamentos, autoimagem, humor e comportamento, bem como
hipersensibilidade à possibilidade de rejeição e abandono.
· A pessoa com
transtorno de personalidade limítrofe teme ser rejeitada e abandonada, em parte
porque ela não quer ficar sozinha.
· O médico diagnostica
o transtorno de personalidade limítrofe tomando por base sintomas específicos,
incluindo mudanças frequentes em relacionamentos, autoimagem e de humor, bem
como comportamento destrutivo e impulsivo.
·
A psicoterapia pode
reduzir comportamentos suicidas, ajudar a aliviar a depressão e ajudar pessoas
com esse transtorno a ter um melhor funcionamento, mas às vezes são necessários
medicamentos para amenizar os sintomas.
Os transtornos de
personalidade são padrões persistentes
e generalizados no modo de pensar, perceber, reagir e se relacionar que causam
sofrimento significativo à pessoa e/ou prejudicam sua capacidade funcional.
A pessoa com transtorno de personalidade limítrofe não
tolera ficar sozinha e pode recorrer a ações autodestrutivas para conseguir
lidar com o fato de que está sozinha ou para evitar que isso ocorra. Ela
realiza esforços frenéticos para evitar o abandono, incluindo criar crises. Por
exemplo, a pessoa pode cometer uma tentativa de suicídio para conseguir
comunicar sua angústia e fazer com que outras pessoas a resgatem e cuidem dela.
As estimativas de quanto o transtorno de personalidade
limítrofe é comum variam. É provável que ele ocorra entre 2% a quase 6% da
população geral dos Estados Unidos. Ele é diagnosticado com mais com frequência
em mulheres que em homens. Os sintomas tendem a amenizar na maioria das pessoas
com o passar do tempo.
Com frequência, outros
transtornos ocorrem concomitantemente. Incluem
·
Transtornos de
ansiedade (como síndrome
do pânico)
·
Transtorno de
estresse pós-traumático (TEPT)
·
Transtornos por uso
de substâncias
CAUSAS
Fatores genéticos e ambientais podem contribuir para o desenvolvimento
do transtorno de personalidade limítrofe.
Determinadas pessoas podem ter uma tendência genética para
reagir mal aos problemas da vida, o que torna a pessoa mais propensa a desenvolver
o transtorno de personalidade limítrofe, bem como outros transtornos mentais.
Além disso, o transtorno de personalidade limítrofe tende a ser um mal de
família, o que sugere ainda mais que essa tendência pode ser parcialmente
hereditária. Parentes de primeiro grau de pessoas com transtorno de
personalidade limítrofe são cinco vezes mais propensos a ter a doença do que a
população em geral.
Estresses durante a primeira infância podem contribuir
para o desenvolvimento do transtorno de personalidade limítrofe. Muitas pessoas
com transtorno de personalidade limítrofe sofreram abuso físico ou sexual,
separação dos cuidadores e/ou perderam o pai ou mãe quando ainda eram crianças.
A insegurança do vínculo com os cuidadores contribui para os sintomas de transtorno
de personalidade limítrofe.
SINTOMAS
A pessoa com transtorno de personalidade limítrofe com
frequência dá impressão de estar mais estável que a maneira que ela se sente
por dentro.
MEDO DE ABANDONO
A pessoa com transtorno de personalidade limítrofe teme
ser abandonada, em parte porque ela não quer ficar sozinha. Às vezes, ela sente
que absolutamente não existe, frequentemente quando não tem alguém que se
preocupe com ela. A pessoa com frequência sente um vazio por dentro.
Quando a pessoa com este transtorno sente que está prestes
a ser abandonada, ela normalmente fica temerosa e com raiva. Por exemplo, ela
pode ficar em pânico ou furiosa quando alguém importante para ela está alguns
minutos atrasado ou cancela um compromisso. A pessoa presume que esses atos
representam o que aquela pessoa sente sobre ela, em vez de pensar que foram
causados por circunstâncias distintas. Ela pode acreditar que um compromisso
cancelado significa que ela está sendo rejeitada pela outra pessoa e que ela é
uma má pessoa. A intensidade da reação reflete o grau de sensibilidade à
rejeição.
A pessoa com transtorno de personalidade limítrofe pode
sentir empatia e cuidar de outra pessoa, mas somente se ela achar que essa
outra pessoa estará disponível para ela sempre que necessário. Embora a pessoa
queira ter relacionamentos íntimos e cuidar de outras pessoas, ela tem
dificuldade em dar continuidade a relacionamentos estáveis. A pessoa tende a
ter expectativas muito altas sobre como a pessoa com quem ela sente intimidade
deve agir e os sentimentos sobre um relacionamento podem variar de modo rápido
e intenso.
RAIVA
A pessoa com transtorno de personalidade limítrofe tem
dificuldade de controlar sua raiva e, muitas vezes, sente raiva intensa e não
justificada. Ela pode expressar sua raiva com sarcasmo cortante, amargura ou
ataques de raiva. Essa raiva com frequência é direcionada a amigos íntimos,
parceiros românticos, familiares e, às vezes, médicos, porque a pessoa se sente
negligenciada ou abandonada.
Após a explosão, a pessoa com frequência sente vergonha e
culpa, reforçando seus sentimentos de que ela é uma má pessoa.
INSTABILIDADE
A pessoa com transtorno de personalidade limítrofe tende a
mudar abrupta e drasticamente sua opinião sobre os outros. Por exemplo, ela
pode idealizar uma pessoa no início do relacionamento, passar muito tempo
juntos e compartilhar tudo. De repente, ela pode achar que aquela pessoa não se
importa o suficiente, e fica desiludida. Então, ela pode desprezar ou sentir
raiva da pessoa.
Ela pode ficar carente em um minuto e se sentir
justificadamente com raiva sobre ser maltratada logo em seguida. A postura da
pessoa varia dependendo da percepção que ela tem sobre a disponibilidade e o
apoio de outras pessoas. Quando a pessoa se sente apoiada, ela pode ficar
vulnerável e carente e, quando se sente ameaçada ou decepcionada, ela pode
ficar com raiva e desvalorizar as outras pessoas.
A pessoa com transtorno de personalidade limítrofe pode
também mudar abrupta e drasticamente sua autoimagem, mostrado por uma mudança
súbita dos seus objetivos, valores, opiniões, carreiras ou amigos.
As alterações de humor costumam durar apenas algumas horas
e raramente duram mais do que alguns dias. Essas alterações de humor podem
ocorrer, porque a pessoa com esse transtorno é extremamente sensível a sinais
de rejeição ou crítica em seus relacionamentos.
COMPORTAMENTO
IMPULSIVO E AUTOMUTILAÇÃO
Muitas pessoas com transtorno de personalidade limítrofe
agem impulsivamente, o que com frequência resulta em automutilação. Elas podem
apostar em jogos de azar, praticar sexo inseguro, alimentar-se compulsivamente,
dirigir de forma imprudente, ter problemas com uso de substâncias ou gastar
excessivamente.
Comportamentos
suicidas, incluindo
tentativas e ameaças de suicídio e automutilação (por exemplo, se cortar ou se queimar) são muito
comuns. Embora muitos desses atos autodestrutivos não visem acabar com a vida,
o risco de suicídio nessas pessoas é 40 vezes maior do que na população em
geral. Entre 8% e 10% das pessoas com o transtorno de personalidade limítrofe
morrem por suicídio. Esses atos autodestrutivos são geralmente desencadeados
pela rejeição, sensação de abandono ou decepção com alguém com quem a pessoa
tem um relacionamento próximo. Além disso, a pessoa pode se automutilar para
expressar seus sentimentos de ser uma má pessoa ou para reanimar sua capacidade
de sentir quando ela sente que não é real ou distanciada de si mesma (um quadro
clínico denominado dissociação).
OUTROS SINTOMAS
A pessoa com transtorno de personalidade limítrofe com
frequência sabota a si mesma quando está prestes a alcançar um objetivo, para
que os outros tenham a impressão de que ela está tendo dificuldades. Por
exemplo, ela pode abandonar a faculdade pouco antes de se formar ou arruinar um
relacionamento promissor.
Quando essas pessoas se sentem
muito estressadas, elas podem ter episódios breves de paranoia, sintomas que se
parecem com psicose (como alucinações) ou dissociação. O estresse costuma ser
causado por um sentimento de que ninguém se importa com a pessoa (ou seja, ela
se sente abandonada e sozinha) ou se sente defeituosa e inútil. A dissociação inclui uma sensação de não ser real (um quadro clínico
denominado desrealização) ou sentir-se desprendido do próprio corpo (um quadro
clínico denominado despersonalização). Esses episódios são temporários e não
costumam ser graves o suficiente para que sejam considerados um transtorno
separado.
DIAGNÓSTICO
·
Avaliação de um
médico com base em critérios específicos
Normalmente, o médico diagnostica
os transtornos de personalidade tomando por base os critérios no Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical
Manual of Mental Disorders), Quinta Edição (DSM-5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria.
Para que o médico diagnostique a pessoa com transtorno de
personalidade limítrofe, ela precisa ter um histórico de relacionamentos,
autoimagem e humor instáveis, além de agir impulsivamente, como mostrado por,
no mínimo, cinco dos itens a seguir:
·
Fazer esforços
desesperados para evitar o abandono (real ou imaginado).
·
Ter relacionamentos
intensos e instáveis que se alternam entre idealização e desvalorização da
outra pessoa.
·
Mudar frequentemente
a autoimagem ou senso de si.
·
Agir impulsivamente
em, no mínimo, duas áreas que poderiam prejudicá-la (como praticar sexo
inseguro, alimentar-se compulsivamente ou dirigir de forma imprudente).
·
Ter repetidamente
comportamentos suicidas, incluindo tentativas e ameaças de suicídio e
automutilação.
·
Ter mudanças rápidas
no humor, que normalmente duram apenas algumas horas e raramente mais do que
alguns dias.
·
Sentimento de vazio
crônico.
·
Sentir raiva intensa
e não justificada ou ter dificuldade em controlar a raiva.
·
Ter pensamentos
paranoicos temporários ou sintomas dissociativos graves (sensação de que não é
real ou desprendimento de si mesma) desencadeados por estresse.
Além disso, o início dos sintomas precisa ter ocorrido no
começo da idade adulta.
PROGNÓSTICO
Na maioria das pessoas com transtorno de personalidade
limítrofe, os sintomas diminuem drasticamente e com frequência desaparecem.
Contudo, essa melhora não necessariamente representa conseguir manter
relacionamentos estáveis ou manter um emprego. O tratamento tem como objetivo
ajudar a pessoa a ter um funcionamento melhor, bem como reduzir os sintomas.
TRATAMENTO
·
Psicoterapia
·
Medicamentos
O tratamento geral do transtorno de personalidade limítrofe é o mesmo
que o de todos os transtornos de personalidade.
Identificar e tratar os transtornos coexistentes é importante
para o tratamento eficaz do transtorno de personalidade limítrofe.
O tratamento inclui psicoterapia e determinados
medicamentos.
PSICOTERAPIA
O principal tratamento para o transtorno de personalidade
limítrofe é psicoterapia. Intervenções psicoterapêuticas específicas para o
transtorno de personalidade limítrofe conseguem reduzir comportamentos
suicidas, ajudam a aliviar a depressão e ajudam as pessoas a terem um
funcionamento melhor.
Essas terapias incluem:
·
Terapia
comportamental dialética
·
Sistemas de treinamento
para previsibilidade emocional e resolução de problemas (STEPPS, do inglês
“systems training for emotional predictability and problem solving”)
·
Tratamento baseado em
mentalização
·
Psicoterapia focada
em transferência
·
Terapia focada em
esquemas
·
Manejo psiquiátrico
geral
A terapia comportamental
dialética oferece sessões semanais individuais e em grupo, além de um terapeuta
disponível por telefone. O terapeuta age como seu orientador comportamental. O
objetivo é ajudar a pessoa a encontrar melhores maneiras de reagir ao estresse;
por exemplo, resistir ao desejo de se comportar de maneira autodestrutiva.
O STEPPS consiste
em sessões em grupo semanais por vinte semanas. A pessoa aprende técnicas para
controlar suas emoções, desafiar as expectativas negativas e tomar melhor
cuidado de si mesma. Por exemplo, a pessoa aprende a se distanciar daquilo que
está sentindo naquele momento. A pessoa aprende a definir metas, evitar
substâncias ilegais e melhorar seus hábitos alimentares, de sono e de
exercício. Além disso, é pedido para que a pessoa identifique um time de apoio
formado por amigos, familiares e profissionais de saúde que estão dispostos a
orientar a pessoa quando ela está passando por uma crise.
A mentalização diz
respeito à capacidade da pessoa de refletir e compreender seu próprio estado de
espírito (o que ela está sentindo e por que) e o estado de espírito dos outros.
O tratamento baseado em mentalização ajuda a pessoa a:
·
Controlar eficazmente
suas emoções (por exemplo, acalmar-se quando está chateada)
·
Entender de que
maneira ela contribui para seus problemas e dificuldades com os outros
·
Refletir e
compreender o que os outros estão pensando e sentindo
Assim, ela ajuda a pessoa a sentir empatia e compaixão
pelos outros, o que também ajuda as outras pessoas a compreendê-la e dar-lhe
apoio.
A psicoterapia focada em
transferência se concentra na interação entre a pessoa e o terapeuta.
O terapeuta faz perguntas e ajuda a pessoa a examinar autoimagens exageradas,
distorcidas e não realistas e reações a várias situações. O momento atual
(incluindo o modo pelo qual a pessoa está se relacionando com o terapeuta) é
enfatizado em vez do passado. Por exemplo, quando uma pessoa tímida e quieta de
repente se torna hostil e argumentativa, o terapeuta pode perguntar se ela
percebeu uma mudança nos sentimentos e, depois, pedir à pessoa que pense sobre
como ela estava vivenciando o terapeuta e a si mesma quando as coisas mudaram.
As finalidades são
·
Permitir que a pessoa
desenvolva um senso mais estável e realista de si mesma e dos outros
·
Aprender como se
relacionar com os outros de uma maneira mais saudável por meio da transferência
com o terapeuta
A terapia focada em
esquemas dá enfoque a identificar padrões mal adaptativos de pensar,
sentir, comportar-se e de lidar com problemas (os denominados esquemas) e
substituir pensamentos, sentimentos e comportamentos negativos por aqueles mais
saudáveis.
O manejo psiquiátrico
geral é concebido para ser praticado por um clínico geral em vez de um
especialista. Ele utiliza terapia individual uma vez por semana e, às vezes,
medicamentos. Para poder melhorar a autossuficiência, a terapia dá prioridade à
capacidade de trabalhar no sentido de melhorar os relacionamentos. Ela também
ensina à pessoa com transtorno de personalidade limítrofe a dar sentido a seus
sintomas e a entender quais são os objetivos e os resultados esperados para o
tratamento.
A psicoterapia de apoio também
é útil. O objetivo do terapeuta é estabelecer um relacionamento emocional,
motivador e solidário com a pessoa e, assim, ajudá-la a desenvolver mecanismos
de defesa saudáveis, especialmente nos relacionamentos interpessoais. Contudo,
é possível que os tratamentos de apoio sozinhos não consigam amenizar os
problemas mais imediatos do transtorno de personalidade limítrofe (como
comportamento suicida e automutilação) de modo tão eficaz quanto outras
psicoterapias mais específicas para o transtorno de personalidade limítrofe.
MEDICAMENTOS
Quando necessário, são utilizados medicamentos para tratar
sintomas específicos. Esses medicamentos incluem
·
Medicamentos que
ajudam a estabilizar o humor (como a
lamotrigina): Ajudam a amenizar a depressão, ansiedade, alterações de humor e
impulsividade
·
Medicamentos
antipsicóticos novos (de segunda geração): Ajudam a amenizar a ansiedade, a raiva e distorções no
pensamento relacionadas ao estresse (por exemplo, pensamentos paranoicos ou
muito desorganizados)
·
Inibidores seletivos
de recaptação da serotonina (ISRSs), um
tipo de antidepressivo: Para diminuir a ansiedade e a depressão
No entanto, os ISRSs são apenas levemente eficazes em
pessoas com o transtorno de personalidade limítrofe.
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE DEPENDENTE
O transtorno de personalidade
dependente é caracterizado por uma necessidade generalizada e excessiva de ser
cuidado, levando à submissão e comportamentos carentes.
·
A pessoa com transtorno de personalidade dependente não
acredita que consegue cuidar de si mesma e utiliza a submissão para tentar
fazer com que outras pessoas cuidem dela.
·
O médico diagnostica o transtorno de personalidade
dependente tomando por base sintomas específicos, incluindo a necessidade da
pessoa de ser cuidada e o medo de ter que cuidar de si mesma.
·
Psicoterapia que dá enfoque ao exame do medo de
independência pode ajudar.
Os transtornos de
personalidade são padrões persistentes e generalizados no modo de pensar,
perceber, reagir e se relacionar que causam sofrimento significativo à pessoa
e/ou prejudicam sua capacidade funcional.
A pessoa com transtorno de personalidade dependente
precisa ser cuidada e sente ansiedade extrema em relação a cuidar de si mesma.
Para conseguir o cuidado que ela quer receber, a pessoa está disposta a
sacrificar sua independência e interesses. Assim, ela se torna excessivamente
dependente e submissa.
O transtorno de personalidade dependente ocorre em menos
de 1% da população geral dos Estados Unidos. Ele é diagnosticado com mais
frequência em mulheres, mas alguns estudos sugerem que ele afeta igualmente
homens e mulheres.
Com
frequência, outros transtornos ocorrem concomitantemente. Com
frequência, a pessoa também apresenta um ou mais dos seguintes:
·
Um transtorno depressivo, como transtorno
depressivo maior ou transtorno
depressivo persistente
·
Um transtorno por uso
de álcool
·
Outro transtorno de personalidade (como limítrofe ou histriônica)
CAUSAS
Informações sobre o que causa o transtorno de
personalidade dependente são limitadas. Os fatores que podem contribuir
incluem:
·
Fatores culturais
·
Experiência iniciais
negativas
·
Uma tendência inata a
sentir ansiedade
·
Traços
característicos da família (como submissão, insegurança e comportamento
discreto)
SINTOMAS
NECESSIDADE DE
CUIDADO
A pessoa com transtorno de personalidade dependente não
acredita que consegue cuidar de si mesma. Ela utiliza a submissão para tentar fazer
com que outras pessoas cuidem dela.
A pessoa com esse transtorno normalmente precisa de muita
reafirmação e aconselhamento ao tomar decisões comuns. Ela frequentemente
permite que outros, frequentemente uma única pessoa, assumam a responsabilidade
por muitos aspectos de sua vida. Por exemplo, é possível que ela dependa do
cônjuge para dizer-lhe o que vestir, que tipo de trabalho procurar e com quem
deve se relacionar.
A pessoa com transtorno de personalidade dependente tende
a interagir socialmente somente com as poucas pessoas de quem depende. Quando
um relacionamento íntimo termina, a pessoa com esse transtorno tenta
imediatamente encontrar um substituto. Por causa de sua necessidade desesperada
de ser cuidada, ela pode não ser muito seletiva ao escolher um substituto.
A pessoa com transtorno de personalidade dependente tem um
medo excessivo de abandono por parte daqueles de quem ela depende, mesmo quando
não há nenhum motivo para tanto.
SUBMISSÃO EXCESSIVA
Uma vez que a pessoa com transtorno de personalidade
dependente teme perder apoio ou aprovação, ela tem dificuldade em expressar
desacordo com os outros. Ela pode concordar com algo que sabe ser errado, em
vez de correr o risco de perder a ajuda dos outros. Mesmo em situações em que a
raiva seria adequada, ela não fica irritada com amigos e colegas de trabalho
por medo de perder seu apoio.
A pessoa com transtorno de personalidade dependente faz de
tudo para obter cuidado e apoio. Por exemplo, ela pode realizar tarefas
desagradáveis, submeter-se a exigências descabidas e até tolerar abuso físico,
sexual ou emocional. Ficar só faz com que a pessoa se sinta extremamente
desconfortável ou com medo, porque ela teme que não conseguirá cuidar de si
mesma.
FALTA DE CONFIANÇA
A pessoa com transtorno de personalidade dependente se
considera inferior e tende a menosprezar suas habilidades. Ela interpreta
qualquer crítica ou falta de aprovação como prova de sua incompetência, minando
ainda mais a sua confiança.
FALTA DE
INDEPENDÊNCIA
Uma vez que a pessoa com transtorno de personalidade
dependente tem certeza de que não consegue fazer nada por conta própria, ela
tem dificuldade em iniciar uma nova tarefa e trabalhar de forma independente.
Ela evita tarefas que exijam assumir responsabilidade. Ela se apresenta como sendo
incompetente e precisando de ajuda e reafirmação constantes. Quando ela tem
certeza de que uma pessoa competente a está supervisionando e aprovando, essa
pessoa com transtorno de personalidade dependente tende a funcionar de forma
adequada. Contudo, ela não deseja parecer muito competente para não arriscar
ser abandonada. Assim, sua carreira pode ser prejudicada. Ela perpetua sua
dependência, porque tende a não aprender habilidades para ter uma vida
independente.
DIAGNÓSTICO
·
Avaliação de um
médico com base em critérios específicos
Normalmente, o médico diagnostica
os transtornos de personalidade tomando por base os critérios no Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical
Manual of Mental Disorders), Quinta Edição (DSM-5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria.
Para que o médico diagnostique a pessoa com transtorno de
personalidade dependente, ela precisa ter uma necessidade persistente e
excessiva de ser cuidada, resultando em submissão e carência, indicado por, no
mínimo, cinco dos itens a seguir:
·
Ter dificuldade em
tomar decisões diárias sem uma quantidade excessiva de aconselhamento e
reafirmação por outras pessoas.
·
Ter necessidade de
fazer com que outros sejam responsáveis por muitos aspectos importantes da sua
vida.
·
Ter dificuldade para
expressar discordância com os outros, porque a pessoa tem medo de perder apoio
ou aprovação.
·
Ter dificuldade para
iniciar projetos por conta própria, porque ela não tem confiança em sua decisão
e/ou habilidades (e não por falta de motivação ou energia).
·
Estar disposto a
fazer tudo (por exemplo, realizar tarefas desagradáveis) para obter o apoio de
outros.
·
Sentir desconforto ou
desamparo quando está sozinha, porque teme não conseguir cuidar de si mesma.
·
Ter necessidade
urgente de estabelecer um novo relacionamento com alguém que fornecerá cuidados
e apoio quando um relacionamento íntimo termina.
·
Ter preocupação com o
temor de ser deixada para cuidar de si mesma.
Além disso, o início dos sintomas precisa ter ocorrido no
começo da idade adulta.
TRATAMENTO
·
Terapia
cognitivo-comportamental
·
Psicoterapia
psicodinâmica
O tratamento geral do transtorno de personalidade dependente é
semelhante ao de todos os transtornos de personalidade.
Psicoterapia
psicodinâmica e terapia
cognitivo-comportamental que se
concentram em examinar o medo de independência e as dificuldades com
assertividade podem ajudar a pessoa com transtorno de personalidade dependente.
Não se sabe se o uso de
medicamentos ajuda. Às vezes, antidepressivos, como os inibidores seletivos de recaptação da serotonina
(ISRSs), podem ser usados para tratar a depressão e a ansiedade.
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE HISTRIÔNICA
O transtorno de
personalidade histriônica é caracterizado por um padrão generalizado de
emotividade excessiva e busca de atenção.
·
A pessoa com transtorno de personalidade histriônica exige
ser o centro das atenções e com frequência o faz ao vestir-se e agir de maneira
indevidamente sedutora e provocante e ao se expressar de maneira muito
dramática.
·
O médico diagnostica o transtorno de personalidade
histriônica tomando por base sintomas específicos, incluindo desconforto em não
ser o centro das atenções, interagir de modo indevidamente sedutor e provocante
com outras pessoas e comportamento e expressão de emoção dramáticos.
·
Psicoterapia que dá enfoque aos conflitos primários pode
ajudar.
Os transtornos de
personalidade são padrões persistentes e generalizados no modo de pensar,
perceber, reagir e se relacionar que causam sofrimento significativo à pessoa
e/ou prejudicam sua capacidade funcional.
A pessoa com transtorno de personalidade histriônica
utiliza sua aparência física e age de maneira indevidamente sedutora ou
provocante para chamar a atenção dos outros. Ela com frequência age de forma
submissa para reter a atenção dos outros.
O transtorno de personalidade histriônica ocorre em quase
2% da população geral dos Estados Unidos. Ele é diagnosticado com mais frequência
em mulheres, mas alguns estudos sugerem que ele afeta igualmente homens e
mulheres.
Com
frequência, outros transtornos ocorrem concomitantemente. Eles
incluem um ou mais dos seguintes:
·
Outros transtornos de personalidade (antissocial, limítrofe e narcisista)
·
Transtorno de
sintomas somáticos, que pode ser a razão pela qual ela se consulta com o
médico.
·
Transtorno depressivo
maior ou transtorno
depressivo persistente
SINTOMAS
NECESSIDADE DE
ATENÇÃO
A PESSOA COM TRANSTORNO de personalidade histriônica fica
tentando continuamente ser o centro das atenções e com frequência fica
deprimida quando não é. Ela frequentemente é uma pessoa cheia de vida,
dramática, entusiasmada e paqueradora e, às vezes, encanta novos conhecidos.
A pessoa com esse transtorno com frequência se veste e age
de forma indevidamente sedutora e provocante, não apenas com potenciais
interesses românticos, mas em muitos contextos, incluindo no trabalho e na
escola. Ela quer impressionar os outros com sua aparência e, assim,
frequentemente fica preocupada com o visual.
PROBLEMAS COM
EMOÇÕES
As emoções podem ser ligadas e desligadas rapidamente e,
com isso, a pessoa pode dar a impressão de ser supérflua. Ao mesmo tempo, as
emoções costumam ser demonstradas de maneira exagerada. A pessoa com esse
transtorno fala de forma dramática, expressando opiniões fortes, mas com poucos
fatos ou detalhes para dar respaldo às suas opiniões.
Alcançar intimidade emocional ou sexual pode ser difícil.
A pessoa pode, frequentemente sem perceber, desempenhar um papel (por exemplo o
de vítima). Ela pode tentar controlar seu parceiro usando sedução ou
manipulações emocionais e, ao tempo, tornar-se muito dependente do parceiro.
OUTROS SINTOMAS
A pessoa com transtorno de personalidade histriônica é
facilmente influenciada por outros e pelas tendências atuais. Ela é altamente
sugestionável. Ela tende a confiar demasiadamente nos outros, especialmente em
figuras de autoridade que ela acredita serem capazes de resolver todos os seus
problemas.
Ela frequentemente acredita que seus relacionamentos são
mais próximos do que eles de fato são.
A pessoa com transtorno de personalidade histriônica
anseia por novidade e tende a se aborrecer facilmente. Assim, ela pode trocar
de emprego e de amigos com frequência. Ela se sente muito frustrada com a
demora em ser gratificada e, por isso, suas ações são frequentemente motivadas
para obter satisfação imediata.
DIAGNÓSTICO
·
Avaliação de um
médico com base em critérios específicos
Normalmente, o médico diagnostica
os transtornos de personalidade tomando por base os critérios no Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical
Manual of Mental Disorders), Quinta Edição (DSM-5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria.
Para que o médico diagnostique a pessoa com transtorno de
personalidade histriônica, ela precisa persistentemente exagerar as emoções e
buscar atenção, indicado por no mínimo cinco dos itens a seguir:
·
Sentir desconforto
quando não é o centro das atenções.
·
Interagir com os
outros de maneira sexualmente sedutora ou provocante indevida.
·
Mudar rapidamente
entre emoções, o que faz com que a pessoa dê a impressão de ser supérflua.
·
Utilizar
consistentemente a aparência física para chamar a atenção a si mesma.
·
Ter um discurso
extremamente vago e sem detalhes.
·
Expressar as emoções
de maneira dramática, teatral e extravagante.
·
Ser facilmente
influenciada por outras pessoas ou situações.
·
Interpretar os
relacionamentos como sendo mais íntimos do que de fato são.
Além disso, o início dos sintomas precisa ter ocorrido no
começo da idade adulta.
TRATAMENTO
·
Psicoterapia
O tratamento geral do transtorno de personalidade histriônica é o mesmo
que o de todos os transtornos de personalidade.
Pouco se sabe sobre a eficácia da terapia
cognitivo-comportamental e farmacoterapia para o transtorno de personalidade
histriônica.
A psicoterapia
psicodinâmica pode ser
utilizada. Esse tipo de psicoterapia dá enfoque aos conflitos primários. O
terapeuta pode começar incentivando a pessoa a substituir o discurso pelo
comportamento e, portanto, compreender a si mesma. Essa abordagem ajuda a
pessoa com esse transtorno a se comunicar com os outros de uma forma menos
dramática. Então, o terapeuta pode ajudar a pessoa a perceber como seu
comportamento histriônico é uma maneira indevida de atrair atenção alheia e de
sentir-se melhor sobre si mesma.
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE NARCISISTA
O transtorno de
personalidade narcisista é caracterizado por um padrão generalizado de sensação
de superioridade (grandiosidade), necessidade de ser admirado e falta de
empatia.
·
A pessoa com transtorno de personalidade narcisista
superestima a própria capacidade, exagera suas realizações e tende a subestimar
a capacidade alheia.
·
O médico diagnostica a pessoa com transtorno de
personalidade narcisista tomando por base sintomas específicos, como uma
sensação exagerada e infundada da sua própria importância e talentos, uma
necessidade de ser constantemente admirado e uma sensação de merecimento.
·
Psicoterapia que dá enfoque aos conflitos primários pode
ajudar.
Os transtornos de
personalidade são padrões persistentes e generalizados no modo de pensar,
perceber, reagir e se relacionar que causam sofrimento significativo à pessoa
e/ou prejudicam sua capacidade funcional.
A pessoa com transtorno de personalidade narcisista tem
opinião exagerada sobre o próprio valor (a denominada grandiosidade). Ela
também tem problemas de autoestima. Para reforçar a sensação de superioridade e
autoestima, ela:
·
se relaciona com pessoas especiais;
·
se torna parte de instituições superiores;
·
desvaloriza as outras pessoas;
sempre quer ser elogiada.
As estimativas e quanto o transtorno de personalidade
narcisista é comum variam, mas é provável que ocorra em até 6% da população
geral. É um quadro mais frequente em homens.
Com
frequência, outros transtornos ocorrem concomitantemente. Eles
incluem um ou mais dos seguintes:
·
Um transtorno por uso
de substâncias (especialmente cocaína)
·
Outro transtorno de personalidade (histriônico, limítrofe ou paranoide).
CAUSAS
Fatores genéticos e ambientais podem contribuir para o
desenvolvimento do transtorno de personalidade narcisista. Uma teoria sugere
que os cuidadores podem ter agido com a criança de maneira que não a ajudou a
desenvolver um senso do eu estável. Por exemplo, os cuidadores podem ter sido
excessivamente críticos ou elogiaram, admiraram ou favoreceram excessivamente a
criança.
Algumas pessoas com transtorno de personalidade narcisista
têm dons ou talentos especiais e se acostumam a associar sua autoimagem e senso
do eu à admiração e à estima dos outros.
SINTOMAS
GRANDIOSIDADE
A pessoa com transtorno de personalidade narcisista
superestima suas próprias habilidades e exagera suas realizações (uma
característica denominada grandiosidade). Ela acredita que é superior aos
outros, original ou especial. Quando a pessoa superestima o próprio valor e
realizações, ela costuma subestimar o valor e as realizações alheias.
FANTASIAS DE SER
ESPECIAL
A pessoa com esse transtorno se preocupa com fantasias de
grandes realizações, de ser admirada por sua inteligência ou beleza
avassaladora, de ter prestígio e influência ou de vivenciar um grande amor. Ela
sente que deve se relacionar apenas com outros tão especiais e talentosos
quanto ela mesma, não com pessoas comuns. Ela utiliza esse relacionamento com
pessoas extraordinárias para sustentar e melhorar sua autoestima.
NECESSIDADE DE SER
ADMIRADA
Uma vez que a pessoa com transtorno de personalidade
narcisista precisa ser excessivamente admirada, sua autoestima depende de que
os outros tenham uma opinião favorável sobre ela. Assim, sua autoestima é
geralmente muito frágil. A pessoa com esse transtorno frequentemente observa
para ver o que os outros pensam dela e avalia se está indo bem ou não.
A pessoa com transtorno de personalidade narcisista é
sensível e se chateia com as críticas alheias e com o fracasso, o que faz com
que ela se sinta humilhada e derrotada. Ela pode reagir com raiva ou desprezo,
ou pode contra-atacar violentamente. Ou ela pode se afastar ou aceitar
externamente a situação na tentativa de proteger sua sensação de
autoimportância. Ela pode evitar situações em que pode falhar.
DIAGNÓSTICO
·
Avaliação de um
médico com base em critérios específicos
Normalmente, o médico diagnostica
os transtornos de personalidade tomando por base os critérios no Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical
Manual of Mental Disorders), Quinta Edição (DSM-5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria.
Para que o médico diagnostique a pessoa com transtorno de
personalidade narcisista, ela precisa persistentemente ter uma opinião
exagerada de si mesma, necessidade de admiração e falta de empatia, indicado
por no mínimo cinco dos itens a seguir:
·
Ter uma sensação
exagerada e infundada da sua própria importância e talentos (grandiosidade).
·
Ter preocupação com
fantasias de realizações ilimitadas, influência, poder, inteligência, beleza ou
amor perfeito.
·
Ter convicção de ser
especial e única e que deve relacionar-se apenas com pessoas do mais alto
calibre.
·
Ter necessidade de
ser incondicionalmente admirada.
·
Ter sensação de
merecimento.
·
Explorar os outros
para alcançar os próprios objetivos.
·
Ter falta de empatia.
·
Ter inveja dos outros
e convicção de que outros a invejam.
·
Ter arrogância e
altivez.
Além disso, o início dos sintomas precisa ter ocorrido no
começo da idade adulta.
TRATAMENTO
·
Psicoterapia
O tratamento geral do transtorno de personalidade narcisista é o mesmo
que o de todos os transtornos de personalidade.
A psicoterapia
psicodinâmica pode ser
eficaz. Esse tipo de psicoterapia dá enfoque aos conflitos primários.
Algumas abordagens desenvolvidas para o transtorno de
personalidade limítrofe podem ser adaptadas para serem utilizadas em pessoas
com transtorno de personalidade narcisista. Incluem
·
Tratamento baseado
em mentalização, que ajuda a pessoa
a refletir e compreender seu próprio estado de espírito (o que ela está
sentindo e por que) e o estado de espírito dos outros.
·
Psicoterapia focada
em transferência, que se concentra na
interação entre a pessoa e o terapeuta.
Essas abordagens dão enfoque a distúrbios nas maneiras em
que a pessoa vivencia emocionalmente a si mesma e aos outros.
A terapia
cognitivo-comportamental pode ser
interessante para pessoas com transtorno de personalidade narcisista. Sua
necessidade de elogios pode permitir que o terapeuta molde seu comportamento.
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE OBSESSIVO-COMPULSIVA
O
transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva é caracterizado por uma
preocupação generalizada com organização, perfeccionismo e controle (sem espaço
para flexibilidade ou eficiência) que acaba interferindo na conclusão da
tarefa.
·
A pessoa com transtorno de personalidade
obsessivo-compulsiva precisa ter controle e fazer as coisas de uma maneira
específica na tentativa de alcançar o perfeccionismo.
·
O médico diagnostica o transtorno de
personalidade obsessivo-compulsiva tomando por base sintomas específicos,
incluindo preocupação com detalhes, regras, cronogramas, organização e listas e
um enfoque em fazer algo de modo tão perfeito que interfere na conclusão da
tarefa.
·
A psicoterapia psicodinâmica e a terapia
cognitivo-comportamental podem ajudar.
Os transtornos de
personalidade são padrões persistentes e generalizados
no modo de pensar, perceber, reagir e se relacionar que causam sofrimento
significativo à pessoa e/ou prejudicam sua capacidade funcional.
Uma vez que a pessoa com transtorno de
personalidade obsessivo-compulsiva precisa estar no controle, ela tende a fazer
as coisas sozinha e a desconfiar da ajuda dos outros.
O transtorno de personalidade
obsessivo-compulsiva é um dos tipos mais comuns de transtornos de
personalidade. As estimativas de quanto é comum variam, mas provavelmente
ocorre em 2% a quase 8% da população geral nos Estados Unidos. É um quadro mais
frequente em homens.
Considera-se que alguns traços familiares de
compulsividade, variedade restrita de emoções e perfeccionismo contribuam para
esse transtorno.
Com
frequência, outros transtornos ocorrem concomitantemente. Com
frequência, a pessoa também apresenta um ou mais dos seguintes:
·
Um transtorno depressivo, como transtorno
depressivo maior ou transtorno
depressivo persistente
·
Um transtorno por uso
de álcool
Diferentemente
do transtorno
obsessivo-compulsivo (TOC), o transtorno de personalidade
obsessivo-compulsiva não engloba verdadeiras obsessões (pensamentos
repetitivos, não desejados, intrusivos que causam muita ansiedade) e compulsões
(comportamentos ritualísticos que a pessoa acha que deve fazer para controlar
suas obsessões), como lavar as mãos em excesso ou verificar repetidamente que
uma porta está trancada. Além disso, a pessoa com TOC com frequência se sente angustiada
com sua falta de controle sobre os impulsos compulsivos. Em comparação, a
pessoa com transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva se sente
confortável com seu comportamento obsessivo-compulsivo porque ela acredita que
ele é necessário para alcançar suas metas de ordem, perfeccionismo e controle.
SINTOMAS
Enfoque na ordem e no perfeccionismo
A pessoa
com o transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva fica preocupada com
ordem, perfeccionismo e controle sobre si mesma e sobre as situações. Para
manter uma sensação de controle, a pessoa dá enfoque a regras, detalhes
triviais, procedimentos, cronogramas e listas. Esse tipo de preocupação
interfere com sua capacidade de ser flexível, eficaz e aberta a novas ideias.
Rígidas e teimosas em suas atividades, essas pessoas insistem no fato de que
tudo seja feito de uma maneira específica.
Efeitos no trabalho
Uma vez
que a pessoa dá enfoque a regras, detalhes e questões de organização, ela perde
o ponto principal do projeto ou atividade. A pessoa verifica repetidamente
erros e dá muita atenção aos detalhes. Ela não faz bom uso do seu tempo, com
frequência deixando as tarefas mais importantes para o final. Sua preocupação
com os detalhes e garantir que tudo está perfeito pode atrasar indefinidamente
a conclusão da tarefa. Ela não tem ciência de como seu comportamento afeta os
colegas de trabalho. Quando dá enfoque a uma única tarefa, essa pessoa pode
negligenciar todos os outros aspectos da vida.
Uma vez
que a pessoa com transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva quer que tudo
seja feito de uma maneira específica, ela tem dificuldade em delegar tarefas e
trabalhar com os outros. Ao trabalhar com os outros, a pessoa pode criar listas
detalhadas sobre como uma tarefa deve ser realizada e chatear-se com um colega
de trabalho que sugere uma forma alternativa. Ela pode rejeitar ajuda mesmo
quando está atrasada.
A pessoa
com transtorno de personalidade obsessiva-compulsiva é excessivamente dedicada
ao trabalho e à produtividade. Sua dedicação não é motivada por uma necessidade
financeira.
Efeitos sobre outros
aspectos da vida
Uma vez
que essas pessoas são tão dedicadas ao trabalho, elas tendem a negligenciar
atividades de lazer e relacionamentos. A pessoa pode pensar que não tem tempo
para relaxar ou sair com os amigos. Ela pode adiar um período de férias por
tanto tempo que elas acabam não acontecendo, ou a pessoa pode achar que deve
levar o trabalho consigo para não desperdiçar tempo. O tempo passado com
amigos, quando ocorre, tende a ser uma atividade organizada formalmente (por
exemplo, um esporte). Passatempos e atividades recreativas são consideradas
tarefas importantes que exigem organização e trabalho duro para serem
dominados. O objetivo é a perfeição.
Essas
pessoas planejam antecipadamente e em grande detalhe e não querem considerar
alterações. Sua rigidez implacável pode frustrar colegas de trabalho e amigos.
A
expressão de afeto também é rigidamente controlada. A pessoa com esse
transtorno pode se relacionar com os outros de uma maneira formal, rígida ou
séria. Com frequência, a pessoa fala apenas depois de pensar na coisa perfeita
a dizer. A pessoa pode dar enfoque à lógica e ao intelecto e não ter tolerância
com comportamento emocional ou expressivo.
OUTROS SINTOMAS
A pessoa
com transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva pode ser fanática,
exigente e rígida em relação a questões de moralidade, ética e valores. Ela
aplica princípios morais rígidos a si mesma e aos outros e é duramente
autocrítica.
Ela é
rigidamente deferente com as autoridades e insiste no cumprimento exato das
regras, sem exceções quanto a circunstâncias atenuantes.
A pessoa
com esse transtorno sente muita dificuldade em descartar objetos desgastados ou
sem valor (por exemplo, eletrodomésticos quebrados), mesmo aqueles sem nenhum
valor sentimental.
A pessoa
com transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva pode ter relutância em
gastar dinheiro, porque ela acredita que ele deve ser economizado em caso de
catástrofes futuras.
DIAGNÓSTICO
·
Avaliação de um médico com base em critérios
específicos
Normalmente, o médico diagnostica os transtornos de
personalidade tomando por base os critérios no Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders), Quinta Edição (DSM-5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria.
Para que
o médico diagnostique a pessoa com transtorno de personalidade
obsessivo-compulsiva, ela precisa persistentemente se preocupar com a ordem,
perfeccionismo e controle dela própria, dos outros e das situações, indicado por
no mínimo quatro dos itens a seguir:
·
Preocupação com detalhes, regras, cronogramas,
organização e listas.
·
O esforço em fazer algo de modo perfeito
interfere na conclusão da tarefa.
·
Devoção excessiva ao trabalho e à
produtividade (não por causa de uma necessidade financeira), resultando em
negligência das atividades de lazer e amigos.
·
Retidão excessiva, meticulosidade e
inflexibilidade em relação a questões e valores éticos e morais.
·
Resistência em descartar objetos desgastados
ou sem valor, mesmo aqueles sem nenhum valor sentimental.
·
Relutância em delegar ou trabalhar com outras
pessoas, a menos que essas pessoas concordem em fazer as coisas exatamente do
jeito que ela quer.
·
Relutância em gastar dinheiro com si mesma ou
com outros, porque ela acredita que ele deve ser economizado em caso de
catástrofes futuras.
·
Rigidez e teimosia.
Além
disso, o início dos sintomas precisa ter ocorrido no começo da idade adulta.
TRATAMENTO
·
Psicoterapia psicodinâmica
·
Terapia cognitivo-comportamental
·
Determinados antidepressivos
O tratamento geral do
transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva é semelhante ao de todos os
transtornos de personalidade.
A
rigidez, obstinação e necessidade de controle por parte da pessoa podem
interferir com o tratamento.
Terapia
psicodinâmica e terapia
cognitivo-comportamental podem ajudar pessoas com transtorno de
personalidade obsessivo-compulsiva.
Determinados antidepressivos, denominados inibidores seletivos
de recaptação da serotonina (ISRSs), também
podem ser úteis.
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE PARANOIDE
O transtorno de
personalidade paranoide é caracterizado por um padrão generalizado de
desconfiança e suspeita injustificadas dos outros que engloba interpretar seus
motivos como sendo hostis ou prejudiciais.
·
Uma vez que a pessoa com transtorno de personalidade
paranoide suspeita que outras pessoas estão planejando explorá-la, enganá-la ou
prejudicá-la, ela está sempre atenta a possíveis insultos, ofensas ou ameaças.
·
O médico diagnostica o transtorno de personalidade
paranoide tomando por base sintomas específicos, incluindo desconfiança e
suspeita em muitos aspectos da vida.
·
Nenhum tratamento é eficaz, mas terapia cognitivo-comportamental
pode ser tentada e medicamentos podem aliviar alguns sintomas.
Os transtornos de
personalidade são padrões persistentes e generalizados no modo de pensar,
perceber, reagir e se relacionar que causam sofrimento significativo à pessoa
e/ou prejudicam sua capacidade funcional.
A pessoa com transtorno de personalidade paranoide
desconfia dos outros e supõe que os outros pretendem prejudicá-la ou enganá-la,
mesmo quando ela tem nenhuma ou pouca justificativa para ter esses sentimentos.
O transtorno de personalidade paranoide ocorre em
aproximadamente 2% a mais de 4% da população geral dos Estados Unidos. Ele é
considerado mais comum em homens. Há alguma evidência de que o transtorno de
personalidade paranoide é um mal de família. Abuso emocional e/ou físico e
vitimização durante a infância podem contribuir para o desenvolvimento desse
transtorno.
Com
frequência, outros transtornos ocorrem concomitantemente. Por
exemplo, a pessoa com transtorno de personalidade paranoide pode ter também um
ou mais dos transtornos a seguir:
·
Esquizofrenia ou um
dos transtornos que se
assemelha à esquizofrenia
·
Um transtorno de
ansiedade, como fobia social (transtorno de ansiedade social)
·
Transtorno de
estresse pós-traumático (TEPT)
·
Um transtorno por uso
de álcool
·
Outro transtorno de personalidade (como limítrofe)
SINTOMAS
A pessoa com transtorno de personalidade paranoide
suspeita que os outros estão planejando explorá-la, enganá-la ou prejudicá-la.
Ela acha que pode ser atacada em qualquer momento e sem nenhum motivo. Embora a
pessoa tenha nenhuma ou pouca evidência, ela insiste em manter suas suspeitas e
pensamentos.
INTERPRETAÇÃO DE
EXPERIÊNCIAS COMO SENDO HOSTIS
A pessoa com transtorno de personalidade paranoide com
frequência pensa que os outros a prejudicaram de modo significativo e
irreversível. Ela fica atenta quanto a possíveis insultos, ofensas, ameaças e
deslealdade e procura significados ocultos em comentários e ações. Ela examina
atentamente as outras pessoas em busca de evidência para dar respaldo às suas
suspeitas. Por exemplo, ela pode interpretar incorretamente uma oferta de ajuda
como uma implicação de que ela é incapaz de fazer a tarefa por conta própria.
Se ela acha que foi insultada ou prejudicada de alguma forma, ela não perdoa a
pessoa que a prejudicou. Ela tende a contra-atacar ou ficar com raiva em
resposta a essas ofensas percebidas. Uma vez que a pessoa desconfia dos outros,
ela sente uma necessidade de ser autônoma e estar no controle.
EFEITO NOS
RELACIONAMENTOS
A pessoa com transtorno de personalidade paranoide hesita
em confiar ou desenvolver relacionamentos íntimos com os outros, porque teme
que as informações possam ser usadas contra ela. Ela duvida da lealdade de
amigos e da fidelidade de cônjuges ou parceiros. Ela pode ser extremamente
ciumenta e pode questionar constantemente as atividades e os motivos do cônjuge
ou parceiro na tentativa de justificar seu ciúme.
Assim, pode ser difícil conviver com uma pessoa que tem
transtorno de personalidade paranoide. Quando os outros reagem de modo negativo
à pessoa, ela considera essas reações como sendo confirmação de suas suspeitas iniciais.
DIAGNÓSTICO
·
Avaliação de um
médico com base em critérios específicos
Normalmente, o médico diagnostica
os transtornos de personalidade tomando por base os critérios no Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical
Manual of Mental Disorders), Quinta Edição (DSM-5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria.
Para que o médico diagnostique a pessoa com transtorno de
personalidade paranoide, ela precisa persistentemente ter desconfiança e
suspeita dos outros, indicado por no mínimo quatro dos itens a seguir:
·
Suspeita
injustificada de que outras pessoas a estão explorando, prejudicando ou
enganando.
·
Preocupação com
dúvidas injustificadas sobre a confiabilidade de seus amigos e colegas de
trabalho.
·
Relutância em confiar
nos outros, temendo que as informações sejam usadas contra ela.
·
Interpretar
erroneamente comentários ou eventos inocentes como tendo um significado oculto
depreciador, hostil ou ameaçador.
·
Reter rancores quando
acredita ter sido insultada, prejudicada ou ofendida.
·
Propensão em
acreditar que seu caráter ou reputação foi atacado e rapidez em reagir com
raiva ou contra-atacar.
·
Suspeitas
injustificadas e recorrentes de que o cônjuge ou parceiro é infiel, embora não
tenha motivo suficiente para suspeitar da infidelidade.
Além disso, o início dos sintomas precisa ter ocorrido no
começo da idade adulta.
TRATAMENTO
·
TERAPIA
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
O tratamento geral do transtorno de personalidade paranoide é o mesmo
que o de todos os transtornos de personalidade.
Uma vez que a pessoa com transtorno de personalidade
paranoide sente tanta suspeita e desconfiança, com frequência o médico tem
dificuldade em estabelecer um relacionamento colaborador e mutuamente
respeitoso com ela. Para ajudar a estabelecer um relacionamento e, com isso,
incentivar a pessoa a participar do tratamento, o médico com frequência tenta
reconhecer qualquer suspeita que tenha de fato alguma validade.
Nenhum tratamento para o
transtorno de personalidade paranoide é eficaz. Contudo, se a pessoa estiver
disposta a colaborar, a terapia cognitivo-comportamental pode ser útil.
É possível que sejam receitados
medicamentos, como antidepressivos e antipsicóticos mais
recentes (de segunda geração) para tratar
sintomas específicos. Os antipsicóticos de segunda geração podem ajudar a
reduzir a ansiedade e a paranoia.
www.tecioleite.blogspot.com.br
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