sábado, 22 de janeiro de 2011

COMO COMEÇAR UM NEGÓCIO SEM DINHEIRO

O mundo do empreendedorismo está cheio de boas idéias. O grande desafio é tirá-las do papel. E o maior vilão desta equação costuma ser sempre o mesmo: a falta de dinheiro. Mas é possível abrir um negócio com nenhum (ou quase nenhum) dinheiro? A melhor resposta é: sim e não. A prática mostra que não é impossível, mas é muito difícil.

“É possível abrir qualquer negócio com praticamente nenhum dinheiro, mas as possibilidades de ser um bom negócio são mais reduzidas”, opina Marcelo Aidar, co-responsável pelo Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV. “Quanto maior a barreira de entrada, maior a possibilidade de crescimento do negócio. Se é fácil entrar, você inevitavelmente terá muitos concorrentes”, justifica o professor.

Por outro lado, a escassez de recursos pode ser um importante combustível para a inovação. “Excesso de recurso nunca foi muito bom, porque não deixa a criatividade florescer”, pondera Aidar.

Confira a seguir algumas dicas para quem quer se arriscar em uma empreitada com pouco dinheiro:

Prepare-se para empreender - Antes de embarcar em um projeto de alto risco, esteja certo de que você tem recursos suficientes para manter ao menos suas despesas pessoais até que o negócio vingue. Se você não tem um a boa poupança, comece desenvolver sua ideia em paralelo ao emprego atual.

Empreenda com o dinheiro dos outros - Se você tem uma ideia realmente boa, o primeiro passo é tentar vendê-la para alguém. “Transforme a oportunidade que você identificou em um discurso de venda adequado para atrair pessoas que tenham dinheiro”, aconselha José Dornelas, especialista em empreendedorismo e autor do livro “Empreenda (quase) sem dinheiro”, da Editora Saraiva. “Se você não encontrar, é um sinal de que talvez o seu negócio não seja tão bom”, recomenda Evandro Paes dos Reis, professor de Empreendedorismo e Inovação da BSP (Business School São Paulo).

Faça parcerias estratégicas - Se sua idéia é realmente boa, você pode convencer fornecedores e clientes a apostarem nela junto com você. Ter uma boa rede de contatos e usá-la da maneira certa é fundamental.

Tire proveito das circunstâncias - Aproveitar as oportunidades que aparecem à sua frente também é crucial. Seja flexível, adapte seu negócio às circunstâncias.
Tenha um plano de ação - Ser adaptável não significa abrir mão do planejamento.

Quanto mais escassos os recursos de uma empresa, melhor eles devem ser administrados, afinal de contas, qualquer deslize pode ser fatal. Elabore um bom plano de negócios e faça as adaptações necessárias no dia-a-dia. Ser capaz de colocar a ideia no papel é um passo importante para que você se sinta seguro de que realmente tem um negócio sólido nas mãos.

Se você perguntar a um empreendedor qual a principal dificuldade de se criar e manter um negócio no Brasil a resposta que ouvirá será: acesso ao capital. Eu diria que o acesso a recursos realmente não é simples no nosso país, mas não considero que este seja o principal problema ou dificuldade para fazer acontecer. Existem outros empecilhos, alguns dos quais criados pelos próprios empreendedores. Para aqueles que acompanham meus textos sabem que o planejamento, ou a falta dele, sempre aparece nas pesquisas como o principal fator relacionado ao sucesso ou fracasso de um negócio.

Mas voltando à questão de acesso ao capital, hoje em dia existem diversas alternativas para se conseguir recursos, até a “fundo perdido”, para você estruturar e desenvolver sua empresa. A premissa continua sendo a mesma: os projetos devem focar em inovação para terem chances de acessar tais recursos. As linhas existentes geralmente são provenientes de agências governamentais estaduais e do governo federal, sendo destinadas para capacitação de pessoal, pesquisa e desenvolvimento, acesso ao mercado e outras finalidades.

De todas as linhas, as mais atraentes são as destinadas a empresas inovadoras e que não exigem contrapartida significativa. Isso já é um diferencial considerável, haja vista que para a maioria dos empreendedores, conseguir dinheiro em bancos significa oferecer alguma garantia real como contrapartida. Indo direto ao ponto, vou citar apenas três bons exemplos.

Um deles é o projeto RHAE do Ministério da Ciência e Tecnologia e ligado ao CNPq. Através deste projeto, micro e pequenas empresas inovadoras conseguem bolsas para pagar seus funcionários envolvidos nas atividades de pesquisa e desenvolvimento. É como se o governo pagasse o salário de gente muito qualificada para trabalhar em sua empresa. Outro exemplo é o projeto PIPE da Fapesp de São Paulo (existem similares em outros estados da federação). No PIPE a empresa não precisa nem estar criada ainda para que o empreendedor submeta seu plano de negócios com vistas a conseguir os recursos para validar seu projeto inovador e depois colocá-lo no mercado. Há a possibilidade de se conseguir até R$500mil para projetos inovadores no PIPE. Cabe ressaltar novamente que não se trata de empréstimo e sim de aporte financeiro do governo em empresas inovadoras.

Finalmente, cabe citar um exemplo recente decorrente da Lei de Inovação. Trata-se de uma chamada pública da FINEP de subvenção econômica à inovação. Através desta linha de fomento pode-se conseguir a partir de R$300mil para desenvolver projetos inovadores em micro e pequenas empresas.

Então, podemos concluir que se você tem um projeto de negócio inovador encontrará alternativas de investimento para fazê-lo sair do papel. Apesar das grandes dificuldades encontradas para as empresas acessarem recursos financeiros no país, estes exemplos podem ser considerados alternativas extremamente interessantes. A premissa continua sendo a mesma: você deve propor algo diferente. Não adianta recorrer a estas fontes de recursos para projetos tradicionais e em mercados já saturados por negócios similares.

E-Mail: tecioleite@bol.com.br Cel. (98)8849-1570

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