quinta-feira, 15 de abril de 2010

ALQUIMIA E QUÍMICA

A alquimia começou a se desenvolver por volta do século III a.C. na região de Alexandria e foi se extinguir quase que por completo no século XVI. Sua existência se deu pela mistura de três correntes: filosofia grega, misticismo oriental e tecnologia egípcia.

Seu principal objetivo era obter a pedra filosofal (capaz de transformar qualquer metal em ouro) e, apesar não ter alcançado este objetivo, sua importância foi muito grande na química graças aos avanços experimentais atingidos neste período, como desenvolvimento de técnicas de destilação, preparação de ácidos como o nítrico e água-régia (mistura de ácidos clorídrico e nítrico capaz de dissolver o ouro) fabricação de sabões moles, avanço da metalurgia entre outros. Por causa de suas origens, a alquimia sempre teve um caráter místico associado a sua existência e não era raro invocar deuses e demônios favoráveis às operações químicas desejadas.

Por este motivo, os alquimistas foram acusados muitas vezes de fazer pactos com demônios, acusados e queimados vivos pela Inquisição da igreja católica.
Para os leigos , qualquer operação química era considerada algo sobrenatural e devido a estas perseguições os alquimistas foram se separando da sociedade e os rituais alquímicos mantidos em segredo sendo que o próprio engajamento só era possível através de juramentos como o que segue:
“Eu te faço jurar pelos céus, pela terra, pela luz e pelas trevas;
Eu te faço jurar pelo fogo, pelo ar, pela terra e pela água;
Eu te faço jurar pelo mais alto dos céus, pelas profundezas da terra e pelo abismo do Tártaro;
Eu te faço Jurar por Mercúrio e por Anúbis, pelo rugido do dragão KerKoruburus e pelo latido do Cão Cérbero, guardião do inferno;
Eu te conjuro pelas três Parcas, pelas três fúrias e pela espada a não revelar a pessoa alguma nossas teorias e técnicas”.

Como se observa pelo texto acima era realmente um “clube seleto” cuja entrada significava manter segredo por toda a vida do alquimista, motivo pelo qual se acredita que muitos trabalhos feitos foram perdidos ou até destruídos por eles próprios.

Por outro lado, havia também neste meio muitos charlatões e impostores que visavam se aproveitar do ocultismo alquímico e até a vender fórmulas de fabricação da pedra filosofal como a de Ortholain em 1358:
“Faz-se durante 12 dias digerir, dentro de esterco de cavalo, sucos mercuriais de púrpura e de celidônia. Ao fim desse tempo, obtém-se um suco vermelho.Esse suco obtido é novamente colocado em esterco de cavalo.Tal operação deve ser feita com particular cuidado: deixa-se o esterco nutrir-se com o suco vermelho até que se torne corpulento e semelhante a um tumor.Coloca-se a mistura em um frasco tapado e leva-se ao fogo, logo após matar o animal que produziu o esterco, até que todo material fique reduzido a um fino pó. Este pó deve ser misturado com óleo de vitríolo (ácido sulfúrico) até obter-se uma consistência pastosa. Como teste, despeja-se uma parte dessa massa sobre chumbo fundido; se este se transformar em ouro puro, então a experiência está perfeita”.

No final do século XVI, os últimos alquimistas, desapontados e perseguidos pela Inquisição e liderados por Rosen Kreutz, formaram uma sociedade, secreta na época e que perdura até hoje: a ordem dos Rosa Cruzes.

Apesar de a cobiça pelo ouro ter transformado muitos alquimistas e filósofos em frenéticos especuladores, tanto que alguns chegaram a se transformar em cunhadores de moedas falsas, a alquimia foi responsável pelo grande desenvolvimento dos equipamentos de laboratório e importantíssima para melhorar as técnicas de produção de muitas substâncias químicas.

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