terça-feira, 27 de abril de 2010

GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL NA ESCOLA

Prof. Esp. Alcenisio Técio Leite de Sá
INTRODUÇÃO
Quem não está cansado de saber que a deficiência na formação de capital humano prejudica seriamente as nossas perspectivas no processo de globalização? Na prática, porém, o que acontece?

Quem se aventura a responder a pergunta do Professor Giannetti?) Muitas são as respostas e muitos os que devem responder: autoridades da área pública,empresários da área da educação, gestores educacionais, professores, estudantes e pesquisadores de diferentes áreas.

O propósito deste trabalho é propiciar uma reflexão sobre os novos paradigmas e tendências que a globalização impõe para a educação brasileira e apresentar um modelo de programa de qualidade que possa servir de referência para os cursos de Administração.

A falta de qualidade do ensino é hoje um problema global enfrentando até pelos Estados Unidos, onde um estudo oficial, (2) revelou que, em 1995, 78% de todas as instituições universitárias tiveram de oferecer pelo menos um curso de reforço para remediar deficiências de leitura, redação e matemática.

1 – TENDÊNCIAS DA GESTÃO EDUCACIONAL

Somos nós, aqui, a ter a responsabilidade de mudança. Devemos começar por nós mesmos, aprendendo a não rejeitar antecipadamente o novo, o surpreendente,aquilo que parece ser radical.(...) Se começarmos agora, nós e nossos filhos poderemos participar da reconstrução não somente das nossas obsoletas estruturas políticas, mas de nossa própria civilização.Como a geração dos revolucionários do passado, nós temos um destino a criar. (Alvin Toffler)

Sobreviver num tempo de profundas e velozes transformações requer das organizações uma atenção muito grande para as tendências do mercado onde atua.Neste trabalho, cujo foco é o ensino superior, serão abordadas as principais tendências relacionadas às instituições universitárias.

1.1 – Gestão norteada pela filosofia de qualidade
As organizações que optam por realizar esforços sistematizados rumo à Qualidade Total têm a sua disposição três modelos básicos:
a) Programa de Qualidade Total
Adotado largamente no setor industrial, só recentemente começou a ser aplicado na área de Educação. Consiste na combinação dos princípios e ferramentas da qualidade segundo as conveniências e possibilidades de cada organização.
b) Certificação de Qualidade
Uma organização educacional é certificada por um organismo credenciado,que concede a certificação de conformidade com base na norma ABNT ISO 9002.Para isto, submete-se voluntariamente a procedimentos rigorosos de conformidade a normas internacionais de qualidade. Após conquistar o certificado, a escola é auditada anualmente, podendo ter seu certificado suspenso, se não estiver atuando de acordo com a norma.
c) Prêmios de Qualidade
O principal prêmio brasileiro é o Prêmio Nacional da Qualidade – PNQ.
Alguns estados, como o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul, também têm seus prêmios concedidos anualmente. Ao concorrer aos prêmios, as organizações são avaliadas de acordo com sete critérios: Liderança, Planejamento Estratégico, Informação e Análise, Gestão de Processos, Gestão de Pessoas, Foco no Cliente e no Mercado e Resultados da Organização. Estes sete critérios são os mesmos utilizados por todos os prêmios nacionais e estrangeiros. O que varia é o peso atribuído a cada um. Também instituições educacionais começam a criar seus prêmios, como é o caso do grupo mineiro Pitágoras(4), uma das referências de
educação no País, que instituiu prêmio para projetos apresentados por sua comunidade acadêmica.
1.2 - Expansão das parcerias
A construção de parcerias pelas escolas objetiva, principalmente, a obtenção de recursos, desenvolvimento de projetos em conjunto e otimização de esforços.As possibilidades de parcerias são várias: com outras instituições educacionais, empresas instaladas nas comunidades, com as próprias comunidades, através de mutirões, festas, etc., e com entidades que financiam projetos educacionais no Brasil.
(4) http://www.pitagoras.com.br
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1.3 - Incremento do uso das novas tecnologias da informação
A incorporação dos recursos da tecnologia da informação pelas escolas é
crescente, demandando investimentos elevados na aquisição de produtos e em capacitação.
Também o investimento em acervo de documentação aumenta, uma vez que as tradicionais bibliotecas se transformam em midiatecas, incorporando ao acervo de livros, informações armazenadas em vídeos, CD ROM, bancos de dados e outras mídias.
Os custos elevados que acarretam hoje o uso intensivo dos recursos da
tecnologia da informação explicam porque os marcos de referência a respeito no Brasil são escolas privadas, que atendem a uma clientela de maior poder aquisitivo, como é o caso do IBMEC.
O maior desafio colocado para as instituições educacionais pelas novas
tecnologias da informação, é o ensino à distância, que impacta fortemente a escola tradicional, alterando a relação professor-aluno, tornando desnecessárias instalações, dentre outras mudanças. Diversos projetos voltados para a área universitária já estão sendo desenvolvidos no País, utilizando-se a Internet, como acontece na Universidade de Santa Catarina, na USP, com sua Escola do Futuro, na PUC-Rio, com o Projeto Aulanet, e com o consórcio carioca UFRJ, Gama Filho e Santa Úrsula , entidades que estão oferecendo em conjunto cursos através da Internet.
Uma decorrência também do desenvolvimento das telecomunicações e da informática é a instalação de instituições de ensino estrangeiras no Brasil, oferecendo cursos de especialização e pós-graduação pela Internet.
1.4 - Exigência crescente de qualificação do magistério
As crescentes exigências de qualificação sinalizadas pelo Ministério da
Educação e pelo mercado de trabalho, indicam a necessidade de profissionais especializados e atualizados. Ganham ênfase neste cenário os cursos de pós-graduação e especialização.
1.5 - Utilização de consultoria em gestão pelas escolas
A Revista Exame, no artigo publicado em março de 1998, citado(8), informava não existirem, então, escolas brasileiras realizando processos de reengenharia ou sendo assessoradas por grandes consultorias. Nos EUA, no entanto, consultorias, como a Artur Andersen, ajudam as escolas a melhorar seu desempenho e são contratadas até para conseguir patrocínios para obras.

Dentre outras, atuam na área educacional as seguintes consultorias: Coopers & Lybrand
•Artur Andersen, que implantou o projeto piloto da escola americana do futuro numa escola pública em Alameda, Califórnia, que consistiu na substituição das salas de aula por um ambiente amplo com os mais variados recursos da tecnologia da informação, possibilitando o ensino integrado das disciplinas.
•APS – Uma das instituições holandesas que assessoram governos em gestão educacional. Prestou assessoria ao Governo do Estado de São Paulo, em 1997, capacitando em técnicas de gestão 700 profissionais da Educação.
1.6 - Ênfase na Terceirização
A terceirização mesmo sendo um processo que gera controvérsia, se firma como tendência.
O principal argumento dos defensores da terceirização é que as escolas
devem se ater as atividades estritamente educacionais, concentrando nelas atenção e recursos.
1.7 - Consolidação dos processos de avaliações interna e externa
A cada ano o processo de avaliação dos formados de graduação realizado pelo Ministério da Educação, ENES, popularmente conhecido como Provão, ganha força, e as melhores evidências são:
a) A repercussão dos resultados na mídia;
b) A redução da resistência dos estudantes a se testarem.
Também as avaliações periódicas das condições de ensino realizadas pelo MEC repercutem positivamente, pela melhoria das condições das Instituições universitárias que vêm provocando.
1. 8- Comprometimento com a realidade social
As construções de parcerias com instituições públicas, privadas,
organizações não governamentais, organismos internacionais e comunidades para desenvolvimento de programas sociais são formas de as escolas atuarem em prol do desenvolvimento comunitário.

2 – FATORES CRÍTICOS PARA O SUCESSO DAS ORGANIZAÇÕES EDUCACIONAIS
As chances de o Brasil gerar postos de trabalho na Era da Informação,
marcada por competição intensa, dependem em boa parte não só do que se faz nas empresas, aumentando a produtividade, mas do que se produz hoje em sala de aula.
O alcance dos resultados que manterão a organização competitiva dependerá de sua habilidade em ter boas estratégias para enfrentar os seus fatores críticos, apresentados a seguir:
a) Desempenho dos Alunos;
b) Desempenho dos Professores;
c) Projeto Pedagógico;
d) Instalações e Recursos Técnicos;
e) Comunicação Interna e Externa; e
f) Estilo de Gestão

2.1 – Desempenho dos Alunos
A boa performance dos alunos é resultado do nível de compromisso e do
esforço aplicado pelo corpo discente, sendo revelada através de:
a) Participação em sala de aula;
b) Tempo de estudo extraclasse;
c) Verificação periódica do desempenho;
d) Compromisso com a assiduidade e pontualidade e
e) Performance no Exame Nacional do Ensino Superior.

2.2 – Desempenho dos Professores
A formação e manutenção de uma equipe de professores eficaz depende
dos critérios e políticas adotados para contratação e manutenção dos docentes e na adesão dos destes ao projeto educacional da instituição. Para isto são necessários:
a) Critérios para contratação (concurso, titulação, entrevistas estruturadas, simulação de aula, etc.);
b) Salários competitivos;
c) Projetos de capacitação e reciclagem do corpo docente;
d) Diretrizes e procedimentos que favoreçam a iniciativa, a criatividade e o envolvimento emocional dos docentes;
e) Empenho dos docentes e
f) Aferição periódica do desempenho dos docentes pelos alunos.

2.3 – Projeto Pedagógico
Levar a vida para dentro da sala de aula é o propósito de um projeto
pedagógico que contemple:
a) Currículo flexível, atualizado periodicamente;
b) Técnicas modernas de ensino;
c) Recursos didáticos, enfatizando a instrumentação eletrônica;
d) Instrumentos para avaliação do aproveitamento dos alunos alternativos a prova tradicional;
e) Esquema de apoio a alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem;
f) Esquema de monitoria;
g) Construção de conhecimentos relacionados a qualidade de vida e
comprometidos com valores humanos;
h) Aproveitamento dos conhecimentos e experiências dos alunos e
i) Parceria com outras organizações educacionais.

2.4 - Instalações e Recursos Técnicos
Escola que não ensina manejar computador, entrar nas redes de informações, mantendo-o em permanente reciclagem, cria novos analfabetos. O sem computador de hoje é o sem terra do futuro.Gilberto Dimenstein

Possuir recursos proporcionados pela tecnologia da informação é um dos
fatores críticos para o sucesso de qualquer organização na Era da Informação. Para muitas instituições universitárias é um grande de desafio, já que implicam em investimentos significativos. Uma estratégia para a atenuação do problema é a construção de parcerias com fabricantes de produtos de informática, como mantém a PUC Rio com a IBM.Cabe registrar que apenas um seleto grupo de instituições são consideradas como parceiras desejáveis pelas empresas fabricantes.
Outra estratégia adotada pelo IBMEC, também do Rio, consiste em tornar
disponível um note book para os alunos e embutir os custos nas mensalidades.

2. 5 – Comunicação Interna e Externa
Focadas no fazer, as instituições educacionais geralmente pouco investem na divulgação de seus resultados e na comunicação com seus integrantes e parceiros.
Para vencer esta inércia, as escolas dispõem hoje de uma série de recursos de comunicação, que podem ser utilizados segundo as conveniências e possibilidades de cada uma. Os principais recursos são:
a) Esquemas de reunião;
b) Quadros de avisos;
c) Correio eletrônico;
d) Jornais ou boletins informativos que destaquem resultados e inovações;
e) Sinalização das instalações;
f) Matérias veiculadas pela imprensa, sem custo, a partir da geração de
press-releases;
g) Mala direta e
h) Home page.

2. 6 – Estilo de Gestão
Gerir uma instituição educacional significa ter objetivos e diretrizes bem
definidas, bons métodos e ferramentas de trabalho e, principalmente, administrar pessoas através de processo participativo, sendo este, no entender do Mestre da Administração Peter Drucker, o grande desafio para as organizações.

Uma gestão eficaz se apóia nos seguintes princípios e orientações:
a) Foco no cliente, materializado através de ações como:
i) Levantamento periódico das necessidade e sugestões dos alunos;
ii) Avaliação periódica da satisfação dos alunos;
iii)Registro e tratamento de reclamações e sugestões dos alunos, utilizando-se
tecnologia da informação e
iv)Programa de ambientação de novos alunos
b) Planejamento e acompanhamento das atividades educacionais,
preferencialmente através de processo participativo;
c) Avaliação dos resultados, através de análise de indicadores de desempenho educacional em processo participativo;
d) Gestão de pessoas com ênfase no seu desenvolvimento contínuo;
e) Gestão de processos orientada por critérios de qualidade;
f) Gestão financeira e de custos e
g) Ênfase na construção de parcerias.
Merece atenção a experiência desenvolvida em Minas Gerais desde 1991, nas escolas de nível médio. Lá, para ser diretor de escola pública, os candidatos têm que fazer uma prova com questões sobre gestão escolar. Os três mais bens sucedidos apresentam planos para a gestão da escola, que são analisados por pais, alunos e funcionários, que elegem o vencedor para cumprir um mandato de três anos.

3 – PROPOSTA DE PROGRAMA DE QUALIDADE PARA CURSOS
SUPERIORES DE ADMINISTRAÇÃO.
Os novos paradigmas e as tendências apontadas para a área de Educação exigem das escolas novas atitudes, que possibilitem os bons resultados exigidos por um contexto cada vez mais complexo.
É propósito deste trabalho apresentar uma alternativa para os cursos
superiores de Administração, que seja abrangente e financeiramente factível.
A proposta apresentada é um Programa de Qualidade Total, apoiado no
documento “Primeiros Passos para a Excelência”, elaborado pela Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade,(12) que consiste num roteiro da qualidade,apresentando critérios para o bom desempenho de organizações, independente do seu porte ou ramo em que atuam.

3.1 – Objetivos
Ao implantar um programa de qualidade, um curso de Administração estará materializando seus compromissos com a excelência, visando quatro objetivos principais:
a) Gestão focada na satisfação das necessidades e expectativas identificadas dos clientes/alunos e em resultados;
b) Mobilização de todos os segmentos do curso: coordenação, corpos docente e discente, funcionários e demais parceiros, objetivando a excelência do desempenho;
c) Obtenção de reconhecimento externo, fortalecendo a imagem da instituição e
d) Criação das condições para que seus alunos alcancem sucesso no ENES –Exame Nacional do Ensino Superior.

3. 2 – Estrutura do Programa de Qualidade
I – Projeto LIDERANÇA
O que deverá ser realizado:
•Adoção de conceitos, métodos e procedimentos da Qualidade.
•Disseminação de conceitos e implantação de produtos relacionados à
Responsabilidade Social.
Produtos:
•Programa de Qualidade.
•Certificações.
•Programas Sociais.
II – Projeto PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
O que deverá ser realizado:
Um plano de metas e ações para o Curso, elaborado a partir do
levantamento das necessidades dos clientes, e uma sistemática para
acompanhamento de sua execução.
Produtos:
•Plano de Metas e Ações do curso.
•Sistema de Acompanhamento do Plano de Ação.
III – Projeto FOCO NO CLIENTE E NO MERCADO
O que deverá ser realizado:
•Envolvimento dos alunos no planejamento e desenvolvimento das atividades escolares.
•Pesquisa de satisfação de clientes.
•Definição de estratégias para divulgação interna e externa.
•Realização de benchmarking com outros cursos.
•Estabelecimento de convênios e programas de cooperação com outras
instituições educacionais e com organizações da comunidade.
•Atividades extra-classe.

Produtos:
•Palestras.
•Eventos comemorativos de datas relevantes.
•Programas de visitas a outras instituições e organizações educacionais e da comunidade.
•Boletim informativo do curso.
•Convênios e programas de intercâmbio com organizações educacionais e da comunidade.
•Relatórios de críticas e sugestões de clientes (alunos) e das medidas
saneadoras.
•Projetos comunitários.
•Gincanas e campeonatos esportivos.
•Publicações.
•Exposições.
•Relatórios de benchmarking.

IV – Projeto INFORMAÇÃO E ANÁLISE

O que deverá ser realizado:

Levantamento e análise das informações relacionadas ao curso que sirvam para apoiar a tomada de decisão da Coordenação do Curso e da Direção da Instituição, e para o aperfeiçoamento das atividades educacionais e administrativas.
Expansão dos recursos de informação: midiateca e equipamentos de informática.

Produtos:
•Indicadores de desempenho associados ao curso.
•Midiateca atualizada.
•Laboratório de informática atualizado.

V – Projeto GESTÃO DE PESSOAS
O que deverá ser realizado:
Identificação das necessidades de contratação, capacitação e especialização de professores e funcionários.
Produtos :
•Critérios e procedimentos para o recrutamento e seleção de profissionais.
•Programa permanente de capacitação para os professores e funcionários.
•Calendário de congressos, feiras, simpósios, seminários e atividades correlatas,relacionados à área de Educação.

VI – Projeto GESTÃO DE PROCESSOS
O que deverá ser realizado:
Otimização do Projeto Pedagógico e das rotinas administrativas do curso.
Produtos:
•Projeto Pedagógico atualizado consensado.
•Procedimentos administrativos estruturados e documentados sob a ótica da Qualidade.
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VII – Projeto RESULTADOS DA ORGANIZAÇÃO
O que deverá ser realizado:
Mapeamento dos resultados significativos alcançados pelo curso num
determinado período.
Produtos:
- Relatórios de Gestão, incluindo os indicadores de desempenho.
3. 3 – Estratégia para implantação do Programa de Qualidade
A implantação de um programa de qualidade é realizada em cinco fases
seqüênciais:
1ª) Comprometimento da Direção
É fundamental para o sucesso do Programa a adesão do Coordenador do
Curso, que deve atuar como líder, monitorando e intervindo diretamente na implantação do Programa e em momentos críticos.
2ª) Formação do Comitê de Qualidade
Deverá ser representativo dos distintos segmentos do curso: professores,
alunos e funcionários e terá como atribuição inicial formular o Programa de Qualidade. Posteriormente se encarregará da implantação e das avaliações e revisões necessárias.
3ª) Elaboração do Programa de Qualidade
Será realizado pelo Comitê de Qualidade com base nos objetivos, diretrizes e recursos do Curso.
4ª) Implantação do Programa
É a operacionalização do que foi planejado. Deve ser iniciado com ações de sensibilização e envolvimento da comunidade acadêmica apoiada numa bem definida estratégia de comunicação.
5ª) Avaliação e Revisão Periódica do Programa
O programa de qualidade explicita quais os procedimentos que serão adotados para a sua avaliação periódica, que propiciarão as correções de rumo e expansões necessárias.
Os resultados das avaliações e providências decorrentes deverão ser amplamente divulgados e debatidos.

3. 4 – Operacionalização do programa
Alem de sua relevância como ferramenta de aprimoramento das organizações educacionais, o Programa de Qualidade, apoiado no modelo da FPNQ
- Fundação do Prêmio Nacional da Qualidade, apresentado no documento “Primeiro Passos para Excelência”, se justifica pelo baixo custo de sua implantação. O primeiro passo seria a alocação de um profissional da equipe da coordenação como líder do Programa.

O investimento inicial se restringirá a aquisição de uma biblioteca básica
referente a qualidade e a um curso de capacitação do coordenador da equipe para utilização do modelo da FPNQ, com duração de dois dias.
A partir da constituição do Comitê e da capacitação do seu Coordenador,
inicia-se a elaboração do programa, de acordo com a proposta apresentada neste trabalho.

PARA CONCLUIR

No Evangelho de João está escrito que “no princípio era o Verbo”.“Princípio”, em grego, é palavra filosófica, que não significa só começo no tempo, mas fundamento, aquilo que é base do que existe.Acho que o autor sagrado não ficaria bravo comigo se eu fizesse uma tradução livre do seu texto para os tempos modernos:
“No princípio é a educação”. Rubens Alves
O que pretendemos demonstrar neste trabalho é que a Qualidade, por ser um fator chave na Era da Informação, passa a ser uma exigência para o desenvolvimento humano sustentado. Para isto, é necessário que as organizações educacionais assumam como verdadeiras as seguintes premissas:
1ª) A prática da Qualidade não é uma opção, mas uma exigência para as escolas comprometidas com a formação do capital humano necessário ao País neste complexo cenário de início do terceiro milênio.
2ª) A escassez de recursos é uma dificuldade, mas não um impedimento para a prática da qualidade.
3ª) A pouca intimidade com ações sistematizadas relacionadas à Qualidade não deve inibir as instituições educacionais, uma vez que existem metodologias e recursos necessários para a montagem de programas de qualidade, independente do nível de desenvolvimento organizacional em que se encontram.

“Comece fazendo o que é possível, quando perceber, estará fazendo o
impossível”, nos ensinou São Francisco de Assis. Não há, portanto, razão para se ter pudor de iniciar modestamente um programa de qualidade. Disposição e boas diretrizes são os alicerces necessários para a construção da escola com qualidade, propulsora de uma sociedade melhor e de pessoas mais felizes.

BIBLIOGRAFIA
ANDRADE , Rui Otávio B. A e outro, Gestão de Instituições de Ensino – 1ª ed. Rio de Janeiro: fevereiro de 1999.
DALMÁS, Angelo. Planejamento Participativo na Escola. Petrópolis: Vozes,
1998.
DEMO, Pedro. Educação e Qualidade, 4ª ed. São Paulo: Papirus, 1998.
FOLHA DE SÃO PAULO. São Paulo, Edição de 20/4/97.
FPNQ – Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade – Primeiros Passos para a Excelência – Brasília: 2000.
HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 1998.
JORNAL DO BRASIL. Rio de Janeiro, Edição de 4/7/99.
MEZOMO, João Catarin. Educação e Qualidade Total: a escola volta às
aulas. Petrópolis: Vozes, 1997
RAMOS, Cosete. Excelência na Educação: A Escola de Qualidade Total.
10ª reimpressão. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.
REVISTA EXAME. São Paulo: Editora Abril. Edições 649 de março/98 e 711
de abril/2000 e edição do Brasil em Exame, dezembro/97.
REVISTA VEJA. São Paulo: Editora Abril. Edição de 16/9/98.
REVISTA VOCÊ S. A. São Paulo: Editora Abril. Edição de outubro de 1999.
ROCHA, A. P. Projecto Educativo de Escola. Administração Participativa e
Inovadora. Lisboa: ASA, 1996.

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