sábado, 5 de setembro de 2020

 ANÁLISE DO FILME “O POÇO”   Prof.Esp.Alcenisio Técio Leite de Sá

O cerne de “O Poço” está em levar às últimas consequências uma das grandes questões morais colocadas pela filosofia, pela economia e pela política: o impulso do homem em agir somente pelo auto interesse. ... Não que Adam Smith propusesse ser correto o agir moral apenas pelo auto interesse.

O POÇO: A MORALIDADE DIANTE DA DISTOPIA

Por Dr. Davi Nogueira Lopes 29/04/2020

Um paralelo entre o filme “O Poço” e a quarentena da corona vírus.

Não é apenas o roteiro estarrecedor que causa espanto a quem assiste o filme “O Poço”[i], em cartaz na Netflix, mas também e principalmente a experiência de se ver transportado para aquela distopia grotesca e alucinante, como se ali estivéssemos com tudo o que somos, de melhor e de pior.

O filme se desenvolve basicamente dentro de uma espécie de Pan-óptico, onde os presos são constantemente vigiados, mas não podem ver quem os vigia. Embora não tenha a arquitetura tal qual proposta por Jeremy Bentham[ii] em 1785, o “Poço” é uma construção vertical com algumas centenas de andares subterrâneos, e cada andar abriga duas pessoas.

No meio dos andares há uma abertura quadrada por onde desce, uma vez por dia, uma plataforma suspensa no ar (futurística) e que faz as vezes de uma enorme bandeja de comidas cuidadosamente preparadas por chefs profissionais.  E este é o problema: a mesma bandeja serve todos os andares. No nível “zero”, quando está intocada, ela representa não apenas a fartura de alimentos, mas principalmente a opulência daqueles que estão no topo pirâmide econômica. Quando a mesa chega aos últimos níveis ela está toda revirada, cheia de copos e pratos quebrados, objetos imprestáveis, como num lixão, mas sem nenhum alimento.

Quem está no nível superior não apenas é indiferente à fome das pessoas que estão abaixo, mas por elas tem repugnância. Isso faz com que quem esteja nos níveis inferiores, onde não chega comida, não tenha escolha se quiser viver senão assassinar seu companheiro para se alimentar de sua carne.

A nosso ver, quem interpretou o filme como uma crítica ao capitalismo passou de raspão, mas não encontrou a sua essência. O cerne de “O Poço” está em levar às últimas consequências uma das grandes questões morais colocadas pela filosofia, pela economia e pela política: o impulso do homem em agir somente pelo auto interesse.

É célebre a passagem de “A Riqueza das Nações”[iii] em que Adam Smith refuta a benevolência do açougueiro, do cervejeiro e do padeiro como se tal virtude fosse a sua motivação. Na verdade, segundo o pai da economia clássica, nada além do que o próprio interesse os põe a trabalhar, de modo que não são as nossas necessidades que eles levam em conta, mas apenas as vantagens que advirão para eles. Não que Adam Smith propusesse ser correto o agir moral apenas pelo auto interesse. Basta ler a sua “Teoria dos sentimentos morais”[iv] para saber disso.

De toda forma, historicamente a ciência da economia vem se valendo da figura hipotética do homem que racionaliza o mundo apenas segundo o próprio interesse, apartando-o das concepções éticas, morais, religiosas e até psicológicas. O que impulsiona o assim chamado homo economicus é o desejo de maximizar a sua riqueza com o menor esforço possível[v].  Alinhado à figura do homo economicus surge o homem utilitarista de Jeremy Bentham[vi], sim, aquele mesmo que criou o Pan-óptico.

Utilitarismo parte do pressuposto de que as pessoas tomam as suas escolhas sempre com vistas a maximizar o prazer ou evitar a dor, e por isso ele aceita como moralmente válido toda ação tendente à maximização da felicidade de seu autor[vii].

Ainda assim, não se pode resumir a sociedade capitalista à figura do homo economicus ou do homem utilitarista, pois assim como uma pessoa pode guiar-se por outros valores que não apenas o auto interesse –  e na prática é bem isso que ocorre, como lembra Amartya Sen[viii] –, nada impede que uma sociedade encampe ao sistema econômico capitalista outras concepções morais e políticas por meio da adoção de princípios como o da dignidade humana, da igualdade de oportunidades e da solidariedade, como, aliás, fez expressamente a nossa Constituição de 1988[ix].

A conciliação entre a lógica do lucro ou do benefício próprio com outros valores morais vai depender, mais do que qualquer outra coisa, de uma escolha a ser feita pelo indivíduo ou pela própria sociedade.

Tal escolha nem sempre é fácil, sobretudo porque as situações reais são um tanto nebulosas e até paradoxais. Veja-se o caso do Corona vírus: ele pode colapsar o sistema de saúde e até levar a óbito uma pequena parcela da população. Para que nem um, nem outro, ocorram, os governos adotaram medidas que restringiram severamente a circulação das pessoas, chamadas popularmente – ou impopularmente – de “quarentenas”.

Mas essas medidas, e não o vírus, causam um terceiro efeito social, que é a estagnação das trocas de mercado, com a consequente crise e recessão da economia. Essa situação de crise provoca o desemprego como quarto efeito, que por sua vez ocasiona, como quinto efeito, a fome, desnutrição, doenças e, de novo, a morte de pequena parte da população.

Em última análise, temos um dilema: escolher entre a morte de parte da população como o efeito mais nefasto, embora inevitável, do Corona vírus ou a morte de uma parcela da população ainda mais empobrecida pela quarentena.

Será?

Vamos traçar agora um paralelo entre a situação imposta pelo Corona vírus e a distopia apresentada no filme “O Poço”. No filme, as pessoas que estavam nos andares de cima serviam-se de uma bandeja com fartura de alimentos. Na vida real, dada a estrutura vertical da renda e da riqueza[x], a quarentena faz com que as famílias que estejam nos andares superiores também tenham um banquete farto, em algumas até opulento, mas as que estejam nos andares inferiores tenham escassez e até ausência de comida.

Para que essa escassez não ocorra, ouvimos alguns políticos e até economistas argumentarem que proteger as pessoas neste momento é acabar com a quarentena para que elas possam trabalhar. Também dizem que são as próprias pessoas que querem sair de casa para poder trabalhar, afinal não pretendem ficar sem comida. Contudo, se pensarmos bem, talvez eles “queiram” trabalhar tanto quanto os personagens do filme “queriam” praticar o canibalismo para não morrer de fome. Querer e precisar são coisas bem diferentes.

Não podemos incorrer, ainda que de boa-fé, na falta de responsabilidade que Ronald Dworkin atribui a um peculiar processo de racionalização[xi]: quando a pessoa acredita sinceramente que seu raciocínio é conduzido por algum princípio moral, mas que, na prática, perde a força quando ela mesma é confrontada.

No exemplo do próprio autor, isso ocorre quando ela acredita que cada indivíduo é o único responsável pelo próprio destino e por isso vota em políticos que prometem extinguir os programas de previdência social, ao passo que pede aos mesmos políticos que, numa situação de crise, socorram sua empresa com dinheiro público.

De fato, não é incomum vermos pessoas que advogam o liberalismo econômico repudiarem o Estado social, ao passo que se valem das universidades públicas ao invés de custear o estudo de seus filhos. Devemos ter clareza moral para nos apercebermos de que aquilo que queremos para nós também é o que as outras pessoas provavelmente querem para elas.

Com isso em mente, o que cada um pode fazer para amenizar os efeitos da distópica quarentena vai depender da resposta a uma simples pergunta: em qual andar você está?

Dr Davi Nogueira Lopes - Advogado (Foto: Arquivo Pessoal)

Davi Nogueira Lopes. Mestrado em Direitos Humanos pela UFMS. Pós-Graduação Lato Senso em Direito Constitucional pela PUC/SP. Advogado sócio do Lima, Pegolo e Brito Advocacia.

[1] Artigo publicado originalmente no site JOTA, em 27/04/2020. Disponível em: <https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/o-poco-a-moralidade-diante-da-distopia-27042020>

[i] O POÇO. Filme original Netflix. 2019. Direção: Galder Gaztelu-Urrutia. Elenco: Ivan Massagué, Zorion Eguileor, Antonia San Juan. Nacionalidade: Espanha. Série exibida pela Netflix. Acesso em: 13.04.2020.

[ii] BENTHAM, Jeremy. Teoria das penas legais e tratado dos sofismas políticos. São Paulo: EDIJUR, 2002.

[iii] SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. Vol. I. Tradução de Luiz João Baraúna. São Paulo: Ed. Nova Cultural Ltda., 1996.

[iv]. _____________. Teoria dos sentimentos morais. Tradução de Lya Luft. Revisão de Eunice Ostrenkdy. 2ª ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2015. Edição do Kindle. Ebook.

[v] HUNT, Emery Kay; LAUTZENHEISER, Mark. História do pensamento econômico. Tradução de André Arruda Villela. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

[vi] BENTHAM, Jeremy. Uma introdução aos princípios da moral e da legislação. São Paulo: Abril S/A, 1974.

[vii] SANDEL, Michael. Justiça: o que é fazer a coisa certa. Tradução de Heloisa Matias; Maria Alice Máximo. 13. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.

[viii] SEN, Amartya. A ideia de justiça. Tradução de Denise Bottmann e Ricardo Doninelli Mendes. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

[ix] BRASIL. Constituição (1988) Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 13/04/2020.

[x] PIKETTY, Thomas. O capital no século XXI. Tradução de Monica Baumgarten de Bolle. Rio de Janeiro: Ed. Itrínseca Ltda., 2014.

[xi] DWORKIN, Ronald. A raposa e o porco-espinho: justiça e valor. Tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014.


“O POÇO” CARREGA CRÍTICAS SOCIAIS E FORTE SIMBOLISMO RELIGIOSO

O suspense espanhol O Poço, dirigido por Galder Gaztelu-Urrutia, é uma grande alegoria para a sociedade na qual estamos inseridos. Urrutia incluiu generosas doses de críticas sociais e referências religiosas para impactar os espectadores, além do horror gore calculado na medida.

Um dos diferenciais desse filme é que são apresentadas bem mais perguntas do que respostas. São várias formas de interpretar o que foi mostrado na tela, o que incentiva o debate entre o público para enriquecer ainda mais a experiência.

Essa característica já coloca O Poço na mesma prateleira de filmes como Mãe!, de Darren Aronofsky, e O Homem Duplicado, de Denis Villeneuve, por exemplo. Filmes que melhoram à medida que conversamos sobre eles e compartilhamos as experiências individuais.

A HISTÓRIA

O Poço acompanha Goreng (Ivan Massagué), um homem que acorda em uma espécie de prisão vertical. À medida que conversa com seu companheiro de andar, ele vai descobrindo mais detalhes de como funciona o lugar.

Todos os andares comportam dois ocupantes e possuem um vão no centro, por onde diariamente desce uma plataforma cheia de comida. O banquete fica disponível por apenas dois minutos antes de descer para o próximo nível. Nessa dinâmica, quem está abaixo come o que restar dos andares superiores – e quanto mais baixo, menos vai sobrar.

O problema é que os presos trocam de andar aleatoriamente a cada mês. Se você está em uma posição alta hoje, pode ir para uma mais baixa depois. Isso desperta os sentidos mais primitivos nas pessoas.

AS METÁFORAS

Duas questões são óbvias na interpretação do roteiro de David Desola e Pedro Rivero. A primeira é o paralelo com a realidade dos sistemas econômicos atuais.

O protagonista, Goreng, entra no Poço sem saber como o local funciona e rapidamente entende a melhor forma de resolver o problema de falta de comida para os andares mais baixos: se cada um comer apenas o que precisa, vai ter para todo mundo. Mas vai convencer o pessoal mais alto a fazer isso…

O filme explora muito bem a natureza egoísta do ser humano e como ela se sobrepõe à lógica. O instinto de comer o máximo que conseguir por estar em uma posição privilegiada simplesmente apaga da equação o fato de que essas mesmas pessoas podem ficar lá embaixo no futuro. Eles preferem abraçar a selvageria que se torna passar um mês em jejum do que compartilhar com o próximo. Na vida real é a mesma coisa, mas com dinheiro no lugar da comida.

A fala de um dos companheiros de cela de Goreng é impactante:

SÓ HÁ TRÊS TIPOS DE PESSOAS: AS DE CIMA, AS DE BAIXO E AS QUE CAEM.

O alpinismo social não existe em O Poço porque as leis – inclusive a gravidade – não permitem. O Poço é cruel e corrompe até as melhores pessoas que entram lá. Nesse sentido, a mensagem anticapitalista era clara, mas também havia um contraponto, segundo o próprio diretor.

Em entrevista ao Digital Spy, ele lembrou que outras ideologias também não foram tão eficazes no Poço. “Nós certamente pensamos que deve haver uma melhor distribuição de riquezas, mas o filme não é estritamente sobre o capitalismo”, disse Gaztelu-Urrutia. “Talvez haja uma crítica ao capitalismo no começo, mas nós mostramos que, assim que Goreng e Baharat começam a usar o socialismo para convencer os outros prisioneiros a compartilhar a comida, eles acabam matando metade das pessoas que tentaram ajudar”.

“No fim, o problema surge quando você tenta exigir a colaboração de todos e vê que não há nenhuma conquista no final. Goreng faz o que planejou, levando a panacota e a criança até o último nível, mas ele não mudou a opinião de ninguém sobre compartilhar a comida”, concluiu.

A outra metáfora utilizada é a religiosa, na qual Goreng é considerado uma espécie de Messias. Apesar de corruptível, como qualquer ser humano, ele se mostrou disposto a enfrentar o sistema que, nem de longe, era justo.

Ao descobrir que o suposto objetivo da Administração do Poço era criar solidariedade espontaneamente, ele desacreditou do método mas manteve a esperança de que há salvação para a “sociedade” – e tudo dependia apenas das pessoas.

AS MUDANÇAS NUNCA SÃO ESPONTÂNEAS

O terceiro ato do filme pega mais pesado nessa analogia religiosa, à medida que Goreng e Baharat descem aos andares inferiores. Os sete pecados capitais são identificados facilmente nos níveis onde a comida já não chegava há dias. Em um andar, um senhor portava uma mala de dinheiro; em outro, homens extremamente agressivos deram trabalho; em outro os participantes morreram queimados porque guardaram comida.

Aqui as interpretações já começam a se misturar, pois a montagem dá uma acelerada no ritmo até que eles chegassem ao último nível e, lá, encontrassem uma garotinha.

A MENSAGEM

O plano original era mostrar à Administração que seria possível que a plataforma voltasse ao andar com alguma comida, provando, de alguma forma, que o ser humano consegue manter o mínimo de civilidade mesmo em condições tão extremas.

Mas, ao descobrir que existia uma criança vivendo no último nível, tudo mudou. Uma criança nascida no Poço se tornava a mensagem em si, um motivo mais do que claro para a Administração mudar sua conduta.

Mas será que mudaria mesmo? Tratando-se de uma instituição que deliberadamente mata pessoas e as coloca para se digladiarem por comida, isso seria suficiente para alterar todo um sistema já estabelecido?

E será que a menina realmente existia? Ainda existia a possibilidade de ser apenas um devaneio de Goreng.

Como dissemos lá atrás, muitas perguntas e poucas respostas.

RESENHA DO FILME “O POÇO”

O Poço é o novo, e surpreendente sucesso da Netflix que chega a ser assustador por ser lançado em um momento onde parece ter sido previsto, tanto pela gigante do streaming, quanto pelo diretor do filme, o espanhol Galder Gaztelu-Urrutia. Digo previsto, e prometo não entrar em spoilers, pois devido o momento que estamos vivendo por causa do Covid 19, acompanhamos todos os dias pelos noticiários cada vez mais a individualidade, falta de empatia e egoísmo do ser humano. Pessoas com uma capacidade financeira privilegiada, estocando alimentos, remédios, gás e utensílios médicos, deixando os menos favorecidos muitas vezes sem nenhum recurso para sobreviver. E essa é a grande alegoria do filme para a sociedade que estamos inseridos, com altíssimas doses de críticas sociais aliada a referências religiosas que impactará o público. O Poço explora em níveis extremos a natureza egoísta do ser humano, onde o instinto de comer o máximo que conseguir por estar em uma posição privilegiada, apaga qualquer lógica pelo fato que essas mesmas pessoas estarão em andares mais baixos no futuro. Preferem escolher a selvageria do que compartilhar algo com o próximo. Aqui no mundo real é a mesma coisa, mas com dinheiro no lugar da comida.

O Poço conta a história de um lugar misterioso, uma prisão indescritível, um buraco profundo. Dois reclusos que vivem em cada nível. Um número desconhecido de níveis. Uma plataforma descendente contendo comida para todos eles. Uma luta desumana pela sobrevivência, mas também uma oportunidade de solidariedade. Surpreendentemente, este é o primeiro filme do diretor Galder que comanda o filme com segurança, optando por uma estética interessante em um ambiente inóspito, cinza e minimalista, que definitivamente não é agradável de assistir, portanto às pessoas mais sensíveis, é recomendado passar longe deste título, ainda mais neste momento de reclusão. É um filme brutal e visceral, que caiu como uma luva no momento que estamos vivendo. Porém, faltou um pouco mais de sutileza ao diretor na hora de transacionar as idéias do papel para a tela, com alguns exageros que pode cansar boa parte do público pela falta de controle narrativo. 

Aliado a isso, temos um roteiro que busca debater a bestialidade da condição humana, as divisões de classe e a capacidade do ser humano de se despir de suas convicções quando enfrenta o desespero da sobrevivência. Só que são muitas metáforas que se perdem completamente no decorrer do filme, com um final sem contexto e desencaixado, onde deixa lacunas demais em aberto e sem um único direcionamento do cineasta que deixa uma sensação mista no final querendo criar uma sensação de que há algo maior do que realmente existe.

Por mais que o filme empolgue e cause tensão em alguns momentos (principalmente em seu primeiro ato), a violência é exagerada e a ação é fraca, com o prolongamento de algumas cenas que chegam a cansar. Na parte técnica, parece que faltou recursos ao filme, com uma fotografia escura demais, trilha sonora genérica e um design de produção fraco. Talvez seja muita exigência minha, pois o filme se passa em apenas um ambiente, mas poderia ser melhor.

O filme possui algumas atuações marcantes, que colaboram com a angustiante claustrofobia que o filme quer passar, sendo o ator Ivan Massagué o grande destaque. O "herói" é a grande bússola moral em frente as atrocidades ocorridas no local e trazendo uma potente perturbação a seu personagem, que tem seus melhores momentos ao lado do experiente ator Zorion Eguileor, que rouba as cenas. 

O Poço poderia ser melhor em diversos aspectos, com seus erros se aproximando demais de seus acertos, mas que entrega uma boa dose de mensagens simbólicas e uma impactante crítica social que está gerando muitos debates e comoção de diversas pessoas mundo afora. Que pelo menos sirva de lição para comprarmos o suficiente em álcool gel. 

Curiosidades: O diretor explicou que o roteiro foi originalmente escrito para ser uma peça teatral, que acabou nunca sendo feita.

QUAL A CONCLUSÃO DO FILME O POÇO?

O final de Goreng é ambíguo e não deixa claro o destino do personagem após salvar a filha de Miharu. Ao chegar ao último piso do Poço, ele reencontra o velho Trimagasi (Zorion Eguileor), que mesmo depois de morto continuou o assombrando com conversas fictícias dentro de sua mente.

QUAL A MENSAGEM QUE O FILME O POÇO QUER PASSAR?

Para aqueles que tiveram dificuldades em entender o que a história quis passar e estão buscando por explicações, percebam que a Mensagem é o fruto da resistência, a criança é a esperança no fundo do poço. Ela justifica a doação por uma causa maior, porque ela em si já é a causa.

QUAL O SENTIDO DO FILME O POÇO?

Poço parece ter uma visão muito sombria do mundo. À medida que a trama se desenvolve e Goreng descobre o objetivo do poço como um experimento social, a ideia de “solidariedade espontânea” é trazida à tona e imediatamente descartada como aparentemente impossível.

 

 

 

 

 

 

 

 

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