sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

REFORMA ORTOGRÁFICA

O Portuguêsis, está diferente. A reforma ortográfica mexe com a vida de todos, até na hora das compras. É preciso ficar atento para não levar um acento agudo ou um trema a mais. As mudanças podem pesar no bolso, porque um pequeno dicionário, que as escolas pedem todos os anos, custa cerca de R$ 30. Quem decidir levar uma edição antiga para casa agora, vai ter que trocá-la depois.

É preciso atenção para não comprar uma gramática que já está antiquada. Muita gente também tem dúvida sobre como vão ficar os concursos públicos e os vestibulares.

Nas livrarias, os velhos e os novos se misturam nas prateleiras. O dicionário é item obrigatório em muitas listas de material escolar.

“Preciso de dicionário de português todo ano”, conta uma professora.

Um consumidor menos atento corre o risco de pagar R$ 30 em um dicionário que terá de ser trocado em três anos, quando começam a valer as novas regras ortográficas. Por isso, muitos pais estão adiando a compra para evitar erros. É o caso da empresária Alexandra Ferraz. “Veio pedido de dicionário, só que, por enquanto, estou aguardando. Tem ainda muitas mudanças. Então, não quero sair correndo e comprar. Vou aguardar um mês ou dois e vou comprar o dicionário”, afirma a empresária.

Para os mais ansiosos e que não encontram as edições já com as mudanças, a recomendação é usar o dicionário do ano anterior, pedir emprestado ou comprar um usado.
Novas regras
Pais e professores devem se preocupar, agora, com os primeiros anos do ensino fundamental, quando começam a ser ensinadas as regras da gramática.

O maior cuidado que nós vamos ter que ter nesse período de transição da ortografia é com os alunos do fundamental, do 2º ao 5º ano, porque são alunos que estão sistematizando normas ortográficas. Então, devem sistematizar as novas normas ortográficas,

Em uma escola, as apostilas de português, que ficam prontas em duas semanas, vão trazer a nova ortografia. No entanto, os livros das outras disciplinas vão mudar aos poucos.

Até 2012, os concursos públicos e os vestibulares vão aceitar que os candidatos respondam as provas nas duas formas: usando as regras antigas e as novas. Alguns cursinhos já se adiantaram e adotaram as mudanças na sala de aula.

“Agora, o aluno tem mais uma preocupação. Além de saber uma forma que já não era tão tranquila, vai precisar saber as duas. Nós tentamos montar alguns quadros de comparação como era antes e como vai ficar agora”, conta a professora de português Lúcia Loyola.

Imagina você olhar na estante de casa e verificar que tudo aquilo está escrito está desatualizado. Na realidade, vai ter que se adaptar muito e acabar substituindo as obras que você tem.Em São Luís, a secretaria estadual de educação começará a treinar os professores da rede pública para lecionar com a nova ortografia.

A UFMA e UEMA, através das Comissôes de Vestibulares, disseram que na próxima prova, no final de 2009, já serão adotadas as novas regras. Mas, na hora de correção, serão consideradas corretas as duas formas de grafia, a antiga e a nova. Isso até o último dia de 2012, porque no primeiro dia de 2013 apenas a nova forma de escrita será considerada correta.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que as mudanças previstas no novo acordo ortográfico afetam “muito pouco” o cotidiano dos brasileiros.Ele ressaltou que apenas 0,5% da língua portuguesa usada no país vai sofrer alterações, mas admite que 2009 será um período de adaptações – inclusive para professores e alunos da rede pública de ensino.

O acordo ortográfico simplifica a língua e é bem-vindo. É óbvio que vamos ter uma fase de transição, mas as mudanças fortalecem a língua no mundo. O português era a única língua que tinha mais de uma ortografia e enfrentávamos resistência de organismos internacionais. O acordo ortográfico vem reforçar a presença da língua portuguesa no cenário internacional.
Haddad lembrou que as editoras de livros já estavam com as publicações escolares prontas antes mesmo de o acordo ortográfico ser aprovado e que as escolas públicas de todo o país receberão, em 2009, livros desatualizados.

De acordo com o ministro, o MEC aguarda posicionamento da Academia Brasileira de Letras a respeito de questões de ortografia da língua portuguesa que ficaram pendentes, para que haja uma orientação aos professores da rede pública de ensino.

“Não temos por que temer esse processo, ele vai ser bastante singelo. Temos toda a condição de fazer isso em um curto espaço de tempo, mas as duas ortografias convivem em 2009. Não se pode punir um estudante por um erro de ortografia pelo fato de ele não ter assimilado ainda a nova regra", disse. "Uma hora se consolida a nova ortografia e as pessoas vão poder ser julgadas.”
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 2009 foi elaborado para uniformizar a grafia das palavras dos países lusófonos, ou seja, os que têm o português como língua oficial. Ele entrará em vigor a partir de janeiro de 2009. Os brasileiros terão quatro anos para se adequar às novas regras. Durante esse tempo, tanto a grafia hoje vigente como a nova serão aceitas oficialmente. A partir de 1 de janeiro de 2013, a grafia correta da língua portuguesa será a prevista no Novo Acordo Ortográfico.
Confira todas as mudanças da Reforma Ortográfica 2009:
// Alfabeto da língua portuguesa
A língua portuguesa passa a reconhecer o “K“, “W” e o “Y” como letras do nosso alfabeto, aumentando o número para 26 letras. Esta regra servirá para regularizar o uso dessas letras no nosso idioma.
Exemplo: km e watt.
// Regra das Tremas
As saudosas tremas foram abolidas da língua portuguesa. Você nunca mais precisará usá-las, a não ser para casos específicos, como o uso em nomes próprios.
Exemplo: tranquilo e cinquenta.
// Regra da Acentuação
- Hiatos terminados em “oo” e “ee” não são mais acentuados.
Exemplo: leem e voo.
- Ditongos abertos em paroxítonas não são mais acentuados.
Exemplo: ideia e jiboia.
- Ditongos com “u” e “i” tônicos não são mais acentuados.
Exemplo: feiura.
- O acento continua em ditongos abertos em monossílabas, oxítonas e terminados em “eu“.
Exemplo: chapéu.
- O acento em palavras homógrafas foram eliminados, com exceção no verbo “poder” (no passado) e “pôr”.
Exemplo: pelo, para, pôde.
- Não acentua-se mais o “u” em formas verbais rozotônicas precedido de “g” ou “q” antes de “e” ou “i“.
Exemplo: apaziguar e averiguar.
// Regra das Grafias Duplas
Para palavras onde a fonética é ambígua, como é o caso de Roraima, pode-se usar acentos da melhor forma que lhe convém.
Exemplo: Rorâima e/ou Roráima.
// Regra das Consoantes Mudas
Todas consoantes que não são pronunciadas, tais como exacto e óptimo, não serão mais usadas. O Brasil já adora esta regra há várias décadas.
Exemplo: óptimo e objectivo.
// Regra do Hífen
- Não utiliza-se mais hífens em palavras compostas cujos prefixos terminam em vogal seguida de palavras iniciadas com “r” ou “s“. A mesma regra serve para prefixos que terminam em vogal e palavras que começam com vogal.
Exemplo: contrassenha e autorretrato.
- Mantem-se o hífen para prefixos terminados em “r” onde a outra palavra também começa com “r“.
Exemplo: super-racional.
- Utiliza-se hífen quando a palavra começa com a mesma vogal que o prefixo termina, com exceção do prefixo “co“.
Exemplo: anti-inflamatório.
- O hífen mantem-se em palavras que não possuem ligação em comum. A mesma regra aplica-se para prefixos “vice“, “ex“, “pré“, “pró” e “pós“.
Exemplo: beija-flor.
- Não utiliza-se mais hífens em palavras compostas por substantivos, adjetivos, verbais, pronomes, etc.
Exemplo: sala de jantar.
Prof.Alcenisio Técio Leite de Sá E-Mail: tecioleite@bol.com.br Cel:(98) 8849-1570/9973-0047

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