QUESTÕES DE PRÁTICA TRABALHISTA Prof.Esp.
Alcenisio Técio Leite de Sá
REGINALDO ingressou com ação contra seu
ex-empregador, e, por não comparecer, o feito foi arquivado. Trinta dias após,
ajuizou nova ação com os mesmos pedidos, mas dela desistiu porque não mais
nutria confiança em seu advogado, o que foi homologado pelo magistrado.
Contratou um novo profissional e, 60 dias depois, demandou novamente, mas, por
não ter cumprido exigência determinada pelo juiz para emendar a petição
inicial, o feito foi extinto sem resolução do mérito. Responda aos itens a
seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal
pertinente ao caso.
a) Para propor uma nova ação, Reginaldo deverá
aguardar algum período? Em caso afirmativo, qual seria?
b) Quais são as hipóteses que ensejam a perempção
no Processo do Trabalho?
A questão envolve a aplicação do instituto
processual da perempção no Processo do Trabalho.
Resposta a) Não, pois não
ocorreram 2 arquivamentos, o que afasta a perda do prazo de 6 meses do direito
de reclamar perante a JT OU porque não ocorreram 2 arquivamentos decorrentes de
ausência do reclamante à audiência (CLT, art. 732) OU porque só ocorreu 1
arquivamento, tendo as outras extinções derivado de outros motivos , conforme
art.732, CLT
Resposta b) Quando o
reclamante dá causa a 2 arquivamentos por ausência à audiência inaugural, nos
termos do art.732, CLT e quando
distribui reclamação verbal mas não comparece à Secretaria da Vara, em 5 dias,
sem justificativa, para reduzí-la a termo , conforme art.731 da CLT.
PLÍNIO foi
empregado da sociedade empresária Marca Alimentos S/A. Ele prestou serviços nos
estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, residindo hoje neste
último. Ao ser dispensado, ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade
empresária, a qual foi distribuída a 99ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte /
MG.
Na audiência,
a sociedade empresária apresentou exceção de incompetência, alegando que a ação
deveria ter sido ajuizada em São Paulo, local da contratação e sede da ré. Diante
disso, responda aos itens a seguir.
A) Observadas
as regras de competência territorial, onde Plínio deveria ajuizar a ação?
B) No caso de
acolhida a exceção pelo juiz, como advogado de Plínio, que medida você
adotaria?
A) Plínio poderá ajuizar a ação em qualquer dos
três estados, nos termos do Art. 651, caput, da CLT.
B) Poderá interpor recurso ordinário, pois o processo será remetido para
TRT diverso, nos termos da Súmula 214, c, do TST.
CLEONICE
ajuíza ação contra a sua ex-empregadora – Limpíssimo Conservação e Limpeza
Microempresa – e contra a sociedade empresária tomadora dos serviços –
Sardinhas Lisboeta S.A. Postula as verbas resilitórias não quitadas, desejando
a responsabilidade subsidiária da segunda ré, na forma da Súmula 331 do TST.
Na audiência inicial, ambas as sociedades empresárias se fazem
representar por estagiários de administração e são assistidas por advogados,
que portam defesa e procuração. Em razão desse fato, o advogado de Cleonice
requereu a revelia de ambas as litisconsortes.
Diante da situação e da jurisprudência consolidada, responda aos
itens a seguir.
A) Analise se a ex-empregadora deve ter a revelia decretada.
B) Analise se a tomadora dos serviços deve ter a revelia decretada.
A)
A ex-empregadora não deve ter a revelia decretada porque, sendo microempresa,
pode se fazer representar por pessoa que não seja empregada, conforme Súmula
377 do TST e Art. 54 da Lei Complementar 123/06.
B) A
tomadora dos serviços deverá ter a revelia decretada, pois, sendo sociedade
anônima, deveria apresentar como preposto pessoa que fosse empregada, conforme
Súmula 377 do TST.
JÚNIOR, no
período de 2011 a 2014, foi empregado de um condomínio comercial como bombeiro
civil. Após ser dispensado, ajuizou reclamação trabalhista postulando adicional
de periculosidade, que não lhe era pago. Em contestação, o ex-empregador
sustentou que não havia risco de morte na atividade e que Júnior teria o dever
de fazer essa prova por meio de perícia. Diante da situação retratada e das
normas legais, responda às indagações a seguir.
A) Analise se
a prova pericial é necessária na hipótese, justificando.
B) Caso o
pedido formulado por Júnior fosse deferido, qual deveria ser o percentual e a
base de cálculo da parcela reivindicada?
A) A prova
pericial não é necessária porque o profissional bombeiro civil tem direito ao
adicional de periculosidade fixado em Lei (Art. 6º, III, da Lei nº 11.901/09).
B) O adicional
de periculosidade será pago na razão de 30% sobre o salário-base, conforme o
Art. 6º, III, da Lei nº 11.901/09 e o Art. 193, § 1º, da CLT.
INCONFORMADA com uma sentença desfavorável aos seus
interesses, a empresa dela recorre. Contudo, entendeu o magistrado que o
recurso era intempestivo, e a ele negou seguimento. Ciente disso, a reclamada
interpôs recurso de agravo de instrumento no 5º (quinto) dia e efetuou o
depósito adicional previsto no artigo 899 da CLT no 8º (oitavo) dia do prazo
recursal. Novamente o juiz negou seguimento ao agravo de instrumento,
argumentando que ele estava deserto. Diante dessa situação hipotética,
responda, de forma fundamentada, às seguintes indagações:
a) Há alguma medida que possa ser tomada pela
recorrente contra a última decisão do juiz? Em caso afirmativo, qual?
b) O que significa deserção? No caso em exame, o
agravo de instrumento estava deserto? Justifique.
a) Sim. Cabimento de embargos de declaração OU mandado de segurança OU
reclamação correicional. Indicação do art. 897-A, CLT OU da Lei 12.016/09 OU do art. 709, II, CLT ou regimento interno de cada
tribunal, compatível com a 1ª parte da resposta.
b) Deserção significa ausência de preparo. O agravo está deserto porque
o preparo deveria ser feito no ato de interposição do recurso. Indicação do
artigo 899, §7º, da CLT.
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